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3.27.2014

Suspeito de chefiar tráfico na Maré e agredir jogador, Menor P é preso

Traficante estava foragido e foi preso em prédio de luxo em Jacarepaguá.
Recompensa do Disque-Denúncia por informações era de R$ 2 mil.

Do G1 Rio
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Menor P foi preso nesta quarta (Foto: Divulgação / Disque-Denúncia)Menor P foi preso nesta quarta (Foto: Divulgação /
Disque-Denúncia)
O traficante Marcelo Santos das Dores, conhecido como Menor P, foi preso na noite desta quarta-feira (26) por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal. Ele é suspeito de chefiar o tráfico de drogas no Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio, e de ter agredido o jogador Bernardo, do Vasco, por um envolvimento do meia com Daiane Rodrigues, que seria "namorada número 1" do criminoso.
O traficante foi localizado em um condomínio de luxo em Jacarepaguá, na Zona Oeste, e não resistiu à prisão.
A recompensa oferecida por informações que levassem à prisão de Menor P — que estava foragido da Justiça — era de R$ 2 mil, segundo o Disque-Denúncia. Na ficha criminal do traficante, além de tráfico de drogas e associação para o tráfico, há outros crimes como homicídio e torturas. Ele é suspeito também de ordenar esquartejamentos de ex-comparsas e de participar da execução de um engenheiro que entrou por engano na favela.
Beltrame pedirá transferência
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, vai conversar com o superintendente da Polícia Federal do Rio, Roberto Cordeiro, com o objetivo de conseguir a transferência de Menor P para um presídio federal fora do estado. Em nota, a Secretaria de Segurança informou que, para Beltrame, "a ocupação de territórios — ou mesmo o anúncio da ocupação pelas Forças de Segurança, como é o caso do Complexo da Maré — fragiliza os traficantes e permite que a polícia efetue prisões dentro e fora desses territórios".
Policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e homens do Exército estão desde sexta-feira (21) na Maré. Tropas federais já estão autorizadas a entrar na região como preparação para instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Nesta quarta, foram feitas buscas por armas na região mas nada foi localizado.
Ex-paraquedista
Segundo o site do Disque-Denúncia, Menor P, também conhecido como Astronauta, assumiu o posto de chefe do tráfico na Maré após a prisão de outros criminosos da facção a que pertence, e usava técnicas militares de disciplina. "Diferente dos seus antecessores, ele utiliza na hora de impor disciplina aos seus subordinados as técnicas e os conhecimentos adquiridos quando era paraquedista, além de utilizar o seu poder de convencimento para recrutar novos 'soldados do tráfico'", diz o texto.
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Comboio da Polícia Federal chega à delegacia após a prisão de Menor P (Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia / Estadão Conteúdo)Comboio chega à PF após a prisão de Menor P (Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia / Estadão Conteúdo)
Agressão a jogador
A investigação da agressão ao jogador do Vasco Bernardo teve início após Daiane Rodrigues — uma das namoradas do traficante Menor P — ser levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, no dia 22 de abril de 2013. Segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde na ocasião, Daiane levou dois tiros, um no joelho direito e outro no pé esquerdo, foi submetida a duas cirurgias, e recebeu alta três dias depois.
O delegado titular da 21ª DP (Bonsucesso), José Pedro Costa da Silva, disse que, no dia 21, o jogador do Vasco e Daiane foram sequestrados e torturados por traficantes. De acordo com a polícia, os dois foram flagrados juntos na Favela Salsa e Merengue, no Conjunto de Favelas da Maré. De lá, teriam sido levados a uma casa no Morro do Timbau, também na região, onde foram agredidos e teriam recebido choques elétricos.
Polícia do Rio procura bandido que torturou jogador Bernardo, do Vasco (Foto: Reprodução Globo News)Bernardo foi agredido por Menor P
(Foto: Reprodução Globo News)
Ao Globoesporte.com, Bernardo disse, na época, que nada sofreu. "Não fizeram mal nenhum comigo. Não sofri nenhum tipo de agressão", explicou.
Lateral interveio, diz delegado
Segundo a polícia, o então lateral-direito do Fluminense Wellington Silva, criado na comunidade, interveio a favor de Bernardo, evitando que ele sofresse ainda mais agressões durante uma sessão de tortura. O jogador teria argumentado com o traficante que caso algo mais grave acontecesse com o meia, no dia seguinte haveria uma UPP na comunidade.
O jogador tricolor negou ao Globoesporte.com que tivesse encontrado Bernardo na comunidade, mas confirmou que esteve no local para visitar a sua família, que mora na região. O lateral confirmou apenas que, em contato telefônico com o meia, soube de toda história.

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