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4.16.2014

Golpe deu origem a uma 'árvore boa', diz grupo maçom e Aécio faz palestra

Em manifesto, integrantes da ordem criticam "desobediência civil" e citam "revolta silenciosa" de militares sobre a Comissão da Verdade

por Renan TruffiMaçons reverenciam "revolução de 1964"
Grupo de maçons se reuniu diante do pórtico que pertenceu à casa do segundo presidente republicano, general Floriano Peixoto
Formado, em parte, por militares da reserva, um grupo maçônico de São Paulo aproveitou o aniversário de 50 anos do golpe de 1964 para se manifestar a favor da ditadura civil-militar no País. Na opinião dos integrantes, a destituição do governo de João Goulart deu origem a uma “árvore boa”. Além de reverenciar o regime, os adeptos da ordem criticaram a atual forma de governo, que dá “sinais de incipiente desobediência civil”. “É essa a democracia que desejamos?”, ironiza o manifesto.
O ato foi organizado por integrantes da Loja Maçônica Força, Lealdade e Perseverança 319, na segunda-feira 31, no bairro Carandiru, zona norte da capital paulista. No local, o “mestre do conselho” e oficial da reserva, Guaraciaba de Aguiar, leu uma mensagem de apoio à “revolução”. “Devemos saudar a Revolução Democrática. É voz geral entre os esquerdistas que 1964 jamais será esquecido. Ótimo, nós, civis e militares que a apoiamos, também não a esqueceremos. A Revolução de 1964 será sempre uma "árvore boa", diz o texto.
Para o grupo, o "retrocesso" é "fruto de três décadas de Nova República”. “Notam-se análises negativas quanto ao presente e ao futuro do Brasil. As soluções não surgem e o País vive uma situação de descalabro político e moral. (...) As autoridades constituídas pouco fazem para reverter essa situação. Propalam promessas vãs, são incompetentes, demonstram desinteresse e má-fé.”
Por conta disso, eles prometem “confrontar, se necessário, regimes que ideólogos gramscistas queiram impor à sociedade brasileira”, apesar de reconhecer que “os militares de hoje não são como os de 1964". “Aqueles (militares), mais preparados cultural e profissionalmente e mais informados que estes, mantêm, contudo, bem viva a mesma chama que seus predecessores possuíam”, diz em referência aos generais que lideraram o golpe.
Os maçons afirmam ainda que existe uma “crescente revolta silenciosa” entre os militares brasileiros desde que começaram os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, que investiga os crimes e abusos cometidos na época da ditadura.
“Pensam que os integrantes das Forças Armadas - quietos, calados e parecendo subservientes - assistem passivamente aos acontecimentos atuais com sua consciência adormecida. Não é bem isso que está acontecendo.”
 
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Aécio visita maçons

Ao lado de grãos-mestres, mais alto grau da ordem, o senador discursou e deu o tom de quais devem ser suas principais propostas de campanha
por Renan Truffi publicado 11/04/2014 01:15, última modificação 11/04/2014 03:46
Renan Truffi/Carta Capital
Aécio Neves visita maçons em São Paulo
Pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (centro) mostrou familiaridade no "trono" do templo, ao lado de grãos-mestres que defendem à tortura e a ditadura militar. 
De passagem por São Paulo, o pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, foi convidado na noite desta quinta-feira 11 para dar uma palestra na Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, onde estiveram membros de três grupos de maçons. E o tucano mostrou familiaridade com a linguagem e os valores dos “irmãos”, como se referiu aos presentes. Ao lado de grãos-mestres, mais alto grau da ordem, o senador discursou e deu o tom de quais devem ser suas principais propostas de campanha.
“Eu apresentarei na campanha de três a quatro temas da reforma política que serão entregues no Congresso Nacional no primeiro dia de trabalho da assembleia legislativa. Lá atrás derrubaram uma proposta que elaboramos chamada cláusula de barreira. Diz o seguinte: você pode criar um partido político, é livre a criação. Mas o funcionamento do partido, com acesso ao fundo partidário e ao tempo de televisão demanda o quê? A existência desse partido político no seio da sociedade. Tem que representar alguma coisa e não o interesse de um grupo pequeno de pessoas. Então, para ter acesso a esses benefícios, o partido teria que ter ao menos 5% dos votos na Câmara Federal e pelo menos 3% em nove estados. Se aplicássemos isso no Brasil, teríamos hoje em torno de seis partidos funcionando. Adequado. Democrático. Isso não acontece hoje, temos mais de 20 partidos, e a dificuldade para aprovação de questões relevantes”, criticou.
Mas foi quando defendeu o voto distrital misto (combinação do voto proporcional e voto majoritário), o fim das coligações proporcionais e da reeleição foi que o senador arrancou aplausos dos maçons. “A atual presidente acabou por desmoralizar esse mecanismo (reeleição) no momento em que, há mais de um ano, não tem agenda de presidente e sim agenda de candidata”, cutucou.
A salva de palmas apareceu também no momento da palestra em que Aécio Neves falou que iria tentar aprovar uma proposta do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) para reduzir a maioridade penal no País. “Em caso de crimes graves, ou seja aqueles com reincidência, o juiz vai poder antecipar a maioridade penal para jovens com mais de 16 anos”, defendeu.
Nos poucos mais de 40 minutos de palestra, o senador ainda lembrou suas ações à frente do governo de Minas Gerias, estado do qual foi governador, sempre exaltando as parcerias público-privadas, os bônus para professores na educação e as metas impostas dentro da máquina pública. "Tenho convicção de que o Brasil pode ser administrado com metas", resumiu depois de defender menos intervenção do Estado.Não falou sobre a continuação dos programas  bolsa-família, minha casa minha vida e universidade para todos.   Ao final, ganhou apoio dos líderes maçons, que disseram querer "mudança". Apesar da clara empatia com o tucano, a organização confirmou que dará a mesma oportunidade para o pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, mas não mencionou a possibilidade de um convite para a presidente Dilma Rousseff.

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