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4.14.2014

OBESIDADE INFANTIL


 

Dra. Ana Escobar

A obesidade infantil está mesmo aumentando? As causas são genéticas ou ambientais? Tem como prevenir?

Prestem atenção nestes números: em 1989, no Brasil, 4,1% dos meninos de 5 a 9 anos foram classificados como obesos, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada pelo IBGE. Os dados da mesma pesquisa, realizada em 2008 e 2009, apontaram que 16,6% dos meninos desta faixa de idade estavam obesos. Estes números registraram, portanto, um aumento de aproximadamente 300% nos índices de obesidade em meninos de 5 a 9 anos no Brasil. Isso mesmo: um aumento de 300%!!! O mesmo em relação às meninas: a taxa de obesidade aumentou de 2,4% em 1989 para 11,8%  em 2008: quase 5 vezes mais! Por isso podemos perguntar: o que está acontecendo? Por que as crianças estão mais obesas?
Neste começo de século XXI, o estilo vida de todos, inclusive e principalmente o das crianças, mudou. E não foi pouco. As mulheres entraram para valer no mercado de trabalho. Até ai, tudo certo. Só que o tempo ficou mais curto e muito mais corrido para todos. Consequência: a alimentação também entrou nesta “correria”. Não é  à toa que surgem os “fast-foods” que vieram para resolver o problema da pressa. As prateleiras dos supermercados oferecem também uma gigantesca variedade de alimentos prontos e processados, produzidos para facilitar a vida corrida de todos.  Resultado: a alimentação saudável perdeu espaço nas refeições das famílias.
Paralelamente, nas grandes cidades, a violência urbana “confinou” as crianças dentro de casa. Atividades  simples como andar de bicicleta, jogar bola na rua, subir em árvores, correr ou brincar ao ar livre tornaram-se raras no dia a dia das crianças. O espaço físico disponível diminuiu. As brincadeiras de “esconde -esconde”, “pega-pega” ou de  pular muros e obstáculos, passaram a ser realizadas com apenas 2 dedos, uma vez que agora acontecem virtualmente nas telas dos tablets, televisores, computadores ou celulares. Resultado: menos atividade física!
Alimentação rápida com menor qualidade e maior carga calórica e atividade física restrita produzem um resultado conhecido de todos: aumento de peso!
Bem, até aí nenhuma novidade. Isso todos sabemos. E mais ainda: sabemos também como fazer para solucionar esta situação. Fácil, não é? Aumentar a atividade física e melhorar a qualidade da nutrição das crianças em casa e na escola. Mas... Se sabemos as causas e temos a solução, vale perguntar: por que a obesidade infantil esta DE FATO aumentando neste início de século XXI?
A resposta desta pergunta merece uma reflexão interessante. As famílias não estão conseguindo mudar seu estilo de vida. Uma criança obesa em casa é problema de TODOS. Pais e filhos devem, juntos, alterar seus hábitos de alimentação, de atividade física e de rotina de vida. A criança deve participar ativamente das decisões e sempre que possível ser instigada a sugerir as mudanças que julgar mais relevantes. As escolas também poderiam, de uma forma geral, contribuir e orientar suas cantinas a venderem produtos com boa qualidade nutricional.


O que é Obesidade infantil?

Obesidade significa ter muita gordura corporal. Não é o mesmo que sobrepeso, que significa pesar muito. Um indivíduo pode ter sobrepeso devido aos músculos extra, ossos ou água, assim como muita gordura.

Ambos os termos significam que seu peso está acima do que se considera saudável para sua altura.

Este artigo discute a obesidade infantil.

Causas

Quando a criança come mais do que precisa, seu corpo armazena as calorias extra em células adiposas para usar como energia mais tarde. Se esse padrão continua com o decorrer do tempo e seu corpo não precisa dessa energia armazenada, ela desenvolve mais células adiposas e pode desenvolver obesidade.
Bebês e crianças pequenas são muito boas ao ouvirem os sinais de seus corpos no que tange à fome e saciedade. Eles param de comer assim que seus corpos lhes diz que estão satisfeitos.
Mas, às vezes, um pai bem-intencionado diz que eles têm que terminar de comer tudo que está no prato. Isso força a criança a ignorar sua saciedade e comer tudo que lhe é servido.
Algumas pessoas podem usar a comida para recompensar um bom comportamento ou buscar conforto quando estão tristes.
Esses hábitos aprendidos levam a comer sem importar se elas estão com fome ou satisfeitas. Muitas pessoas sofrem para quebrar esses hábitos.
A família, os amigos, a escola e os recursos da comunidade no ambiente da criança reforçam hábitos referentes à dieta e atividade.
As crianças são cercadas por muitas coisas que facilitam comer demais e dificultam serem ativas. Assistir à televisão, jogar vídeo game e brincar no computador são atividades que exigem muito pouca energia. Elas podem tomar muito tempo e substituir a atividade física. E, quando as crianças assistem à televisão, elas muitas vezes ficam com vontade de comer os salgadinhos calóricos que vêem nos comerciais. Veja também: Momento do exame e crianças
O termo transtornos alimentares se refere a um grupo de condições médicas que enfoca, de maneira doentia, a alimentação, dieta, perda ou ganho de peso e imagem corporal. Obesidade e transtornos alimentares frequentemente ocorrem ao mesmo tempo em meninas adolescentes e mulheres jovens que podem se sentir infelizes com sua imagem corporal.
Determinadas condições médicas, como distúrbios hormonais ou baixa função da tireoide, e alguns medicamentos, como esteroides ou medicamentos anticonvulsivos, podem aumentar o apetite de uma criança. Com o tempo,isso aumenta o risco de obesidade.

Exames

O médico realizará um exame físico e fará perguntas sobre o histórico médico do seu filho, hábitos alimentares e rotina de exercícios.
Exames de sangue podem ser realizados para saber se há problemas com a tireoide ou endócrinos, que podem levar ao ganho de peso.
Especialistas em saúde infantil recomendam que a criança seja examinada quanto à obesidade aos 6 anos. O índice de massa corporal (IMC) da criança é calculado usando peso e altura. O médico pode usar o IMC para estimar quanta gordura corporal seu filho carrega.
No entanto, medir a gordura corporal e diagnosticar a obesidade em crianças é diferente do que medir em adultos.


Tratamento de Obesidade infantil



Dando apoio ao seu filho


O primeiro passo para ajudar seu filho a chegar em um peso saudável é consultar seu médico. Ele irá ajudá-lo a estabelecer metas saudáveis para perda de peso e ajudar como acompanhamento e suporte.

Tente fazer com que a família toda adote o plano de perda de peso, mesmo se a perda de peso não for a meta de todos. Planos para perda de peso para crianças têm por foco hábitos saudáveis. Um estilo de vida saudável é bom para todos.

Ter o apoio dos amigos e da família também pode ajudar seu filho a perder peso. Veja também: Apoiando seu filho com a perda de peso

Mudando o estilo de vida do seu filho


Ter uma dieta balanceada significa que seu filho deve consumir os tipos e quantidades certos de alimentos e bebidas para manter seu corpo saudável.

  • Saber o tamanho das porções que as crianças devem comer para satisfazer suas necessidades corporais por nutrientes, sem ingerir muito de um e pouco de outro.
  • Estocar alimentos saudáveis na sua despensa e geladeira. Veja também: Comprando alimentos saudáveis
  • Escolha uma variedade de alimentos saudáveis de cada grupo de alimentos e os coma em todas as refeições.
  • Saiba mais sobre alimentação saudável e como comer fora de casa.

Escolher lanches e bebidas saudáveis para seus filhos é importante,mas pode ser um desafio. Veja também: Lanches e bebidas adoçadas - crianças

  • Frutas e legumes são boas escolhas para lanches saudáveis. Eles são ricos em vitaminas e pobres em calorias e gordura. Algumas bolachas e queijos também são bons lanchinhos.
  • Evite junk-food como batatinha frita, doces, bolo, biscoitos e sorvete. A melhor maneira de manter as crianças longe dessas comidas ou outros lanches não saudáveis é não tê-los em casa.
  • Evite refrigerantes, bebidas esportivas e águas saborizadas, especialmente aqueles feitos com açúcar ou glucose de milho. Essas bebidas são ricas em calorias e podem levar ao ganho de peso, mesmo em crianças ativas. Se necessário,escolha bebidas com adoçantes artificiais.

As crianças não devem assistir à mais de 2 horas de TV por dia. Isso pode ser difícil, pois assistir à TV faz parte de sua rotina diária. Veja também: Momento do exame e crianças

As crianças devem ter muitas chances de brincar, correr, andar de bicicleta e fazer esportes durante o dia. Os especialistas recomendam 60 minutos de atividade moderada todos os dias. Atividade moderada significa que sua respiração e batimentos cardíacos estão mais rápidos que o normal. Se seu filho não gostar de esportes, encontre maneiras de motivá-lo a ser mais ativo. Veja também: Exercícios e atividade - crianças

O que mais deve ser considerado


Você pode ver anúncios de suplementos e medicamentos fitoterápicos que dizem ajudar na perda de peso. Mas muitas dessas alegações não são verdadeiras, e alguns desses suplementos podem ter graves efeitos colaterais. Converse com seu médico antes da dá-los ao seu filho.

Drogas para perda de peso não são recomendadas para crianças.

A cirurgia bariátrica é atualmente realizada em algumas crianças, mas somente depois que elas param de crescer. Veja também: Cirurgia para perda de peso em crianças

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