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4.04.2014

Só promessa

Pezão promete 700 leitos e 50 médicos na Santa Casa

Novo governador diz que não poupará esforços para reabrir hospital interditado há seis meses

Francisco Edson Alves
Rio - O primeiro ato como governador de Luiz Fernando Pezão, após tomar posse hoje, será visitar o Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia, no Centro, interditado há quase seis meses pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Pezão quer reabrir o espaço, voltado para assistência médica filantrópica. “Vou fazer parcerias com a presidenta Dilma, com o prefeito Eduardo Paes, com quem for preciso para colocar 700 leitos em funcionamento e 50 médicos no hospital”, garantiu o novo governador do Rio.

“Já estava na hora de alguém se preocupar com a Santa Casa. Essa notícia é extremamente positiva. Só posso dizer bravo”, celebrou o provedor da Santa Casa, no cargo há dez meses, o advogado Luiz Fernando Mendes de Almeida. Na unidade, funcionários estão há quatro meses sem salários, e poucos atendimentos ambulatoriais estão sendo realizados. Cirurgias estão suspensas. “Dá vontade de chorar ao ver as pessoas virem aqui, às vezes de muleta e cadeiras de roda, e não podermos ajudar”, contou a farmacêutica Yolanda de Souza, de 75 anos, 40 deles na instituição.

O imbróglio na Santa Casa começou com denúncias de vendas irregulares de sepulturas, o que motivou investigação da polícia e denúncia do Ministério Público, que afastaram o então provedor, o advogado Dahas Zarur, de 87 anos. Sem a receita dos cemitérios, a instituição teve dificuldade para manter os serviços médicos.
A notícia de investimentos públicos no Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia agradou a classe médica. “É uma das nossas reivindicações. O hospital tem 600 leitos. Isso fechado chega a ser um crime. Vemos como obrigação do governo fazer de tudo para reverter esse quadro e reabrir o hospital”, avaliou o presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze.

Segundo ele, a medida é bem-vinda e tem precedente. “Em Angra dos Reis, a prefeitura reativou o hospital da Santa casa de lá, o que foi importantíssimo para a população.” Darze também explicou a importância do Hospital Geral para o ensino de Medicina no Rio de Janeiro. “As escolas médicas do estado sempre utilizaram o hospital como campus de ensino. É uma instituição mais que secular, um patrimônio da saúde e da educação do Rio”, afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos.

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