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5.16.2014

Cérebro masculino ‘desliga’ diante de comerciais para mulheres

  • Pesquisa usou ressonância magnética para indicar engajamento e reações emocionais diante de filmes e propagandas de TV
  • 59% das pessoas afirmam que sempre ou frequentemente assistem a um filme mais de uma vez, para reviver experiências despertadas
Viviane Nogueira
Campanha de shampoo com a top model Gisele Bundchen Foto: Reprodução
Campanha de shampoo com a top model Gisele Bundchen Reprodução
RIO - O cérebro dos homens ‘desliga’ diante de comerciais dirigidos ao público feminino. E o primeiro comercial do break, muitas vezes mais caro que os demais, tem menos potencial de gerar emoção — o cérebro parece demorar alguns segundos para fazer a transição entre conteúdo e comercial. Os dados são da pesquisa “Emotionology”, apresentada no Rio pela Turner, empresa do grupo Time Warner, maior produtora de notícias e entretenimento do mundo, que distribui no Brasil canais como CNN International, Boomerang, Cartoon Network, TNT e Warner Channel, entre outros.
Além da primeira fase quantitativa, com 2700 entrevistas na América Latina, foi feita uma segunda fase qualitativa, com 72 voluntários no Brasil, Argentina e México (24 em cada país), em que foi usada ressonância magnética de imagem funcional para medir o engajamento e as emoções diante de filmes e comerciais de TV. O estudo foi realizado em dois grupos etários – 18 a 24 e 35 a 49 anos — em parceria com cientistas do Neurensics, da Universidade de Amsterdã, e da Unicamp.
Entre as descobertas quantitativas, 59% das pessoas afirmam que sempre ou frequentemente assistem a um filme mais de uma vez, para reviver experiências despertadas. Entre os filmes, a animação foi o gênero que despertou mais emoções positivas e o terror, as negativa.
— Os três mercados (Brasil, Argentina e México) tiveram um comportamento muito parecido, e entender que emoções cada conteúdo desperta ajuda a pensar uma estratégia de grade de programação dos canais, para não colocar, por exemplo, uma comédia junto com um filme de terror, pois despertam emoções muito diferentes — observa Renata Policicio, diretora de Pesquisa de Vendas Publicitárias para a Turner na América Latina.
A etapa quantitativa da pesquisa revelou ainda que 90% dos entrevistados se mostraram muito ou totalmente engajados emocionalmente ao assistir a um filme; 86% citaram um título ou personagem em uma conversa no último mês, enquanto 91% se sentiram felizes e riram assistindo a um longa no mesmo período.
Uma das curiosidades da pesquisa qualitativa, a parte feita com ressonância magnética, é a falta de desvio padrão. A amostra de 72 voluntários, aliás, é o dobro da sugerida pelos pesquisadores holandeses, por um motivo muito simples: o cérebro de pessoas da mesma idade, do mesmo sexo, numa mesma região difere muito pouco pois tem o mesmo nível de desenvolvimento fisiológico. O cérebro de mulheres de 20 anos de uma mesma localidade é quase igual, por exemplo.

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