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5.19.2014

Igreja lança campanha social para Copa do Mundo no Maracanã

Violência, desarmamento, tráfico de drogas e exploração sexual são tema.
Evento da arquidiocese reuniu representantes de oito religiões no estádio.

Daniel Silveira Do G1 Rio
O pastor da Igreja Presbiteriana Unida, José Roberto Cavalcanti e o presidente da Associação Israelita do Estado do Rio de Janeiro atem bola em ato ecumênico realizado no estádio do Maracanã (Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo)Pastor da Igreja Presbiteriana Unida e presidente da Associação Israelita do Rio batem bola em ato ecumênico realizado no estádio do Maracanã (Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo)
O estádio do Maracanã, na Zona Norte do Rio, recebeu uma benção especial no final da manhã desta segunda-feira (19). Representantes de várias religiões se reuniram no estádio em um ato para promoção da paz. O evento marcou o lançamento da campanha social – promovida pela Pastoral do Esporte da Arquidiocese do Rio – para a Copa do Mundo de 2014: "Por um mundo sem armas, drogas, violência e racismo".
O culto ecumênico foi conduzido pelo padre Leandro Lenin, coordenador do Projeto 100 Dias de Paz. Durante a celebração foi apresentada a canção "Fé na Copa e ninguém pra escanteio", que será executada nos eventos da arquidiocese antes, durante e depois do mundial de futebol. A música destaca a importância da preservação da vida.
Participaram do evento Dom Roque Costa Souza, bispo auxiliar do Rio; a pastora evangélica Lusmarina Campos Garcia; Sami Amed Isbelle, representante do islamismo; Carlos Alberto Ivanir dos Santos; representante do candomblé; Maria de Fátima da Rocha Damas, da umbanda; Gyoushu Tadokoro, representando o budismo; Matthias Tolsdorf, da Igreja Luterana; e Dom Filadelfo Oliveira, bispo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.
Cada um dos líderes religiosos enfatizou o empenho em promover a paz entre seus seguidores e, principalmente, a comunhão de todos em prol do fim da violência e da intolerância religiosa. Praticante da umbanda há 40 anos, Maria de Fátima afirmou que ainda sofre com a intolerância. "Quando temos amor no coração e respeito pelo nosso irmão, temos a paz presente", disse.
"O que leva ao racismo, ao ódio, é a ignorância", afirmou Carlos Alberto Ivanir, do candomblé, que destacou o delicado momento enfrentado pelas religiões de raízes africanas depois que o juiz federal afirmou em decisão judicial que o candomblé e a umbanda não são religiões.
Ato ecumênico no Maracanã na manhã desta segunda-feira (19) (Foto: Daniel Silveira/G1)Ato ecumênico no Maracanã na manhã desta segunda-feira (19) (Foto: Daniel Silveira/G1)
A pastora Lusmarina fez questão de expressar apoio e solidariedade aos seguidores das duas religiões africanas, classificando como lamentável a postura do magistrado. "É preciso pararmos com a propagação da raiva", disse.
"Hoje, com esse cenário que é o Maracanã, nós temos a oportunidade de a sociedade civil e sua representação através dessas religiões, da um pontapé mais marcante para aquilo que já vem sendo esforço de muita gente, que é a luta pela paz", destacou o padre Leandro Lenin.
O muçulmano Sami Amed, além de fazer coro com os demais religiosos em defesa da paz e união dos povos, lembrou que o momento era propício para pedir a Deus "para que esse título [campeão da Copa do Mundo de 2014] fique em nossa casa".
Balões brancos foram soltos no gramado do estádio por um grupo de crianças. Ao final do evento, todos os religiosos se reuniram para posar para fotos segurando a bola oficial dos jogos do mundial.

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