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5.21.2014

Polícia vai intervir em paralisação de ônibus em São Paulo


O direito de greve existe, mas já está passando dos limites e a policia precisa agir

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Ônibus foram parados por homens armados.


SÃO PAULO, SP - Em reunião com o secretário de Segurança Pública do Estado, Fernando Grella Vieira, e a Polícia Militar, o secretário de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, afirmou que homens armados obrigaram ônibus a parar na manhã desta quarta-feira (21). Segundo ele, 15 veículos foram interceptados desta forma no Grajaú, Cidade Dutra, Valo Velho e Jardim Cocaia.
De acordo com o secretário, os homens levaram as chaves dos ônibus e, em alguns casos, cortaram a correia de energia. O presidente do sindicato patronal SPUrbanuss, Francisco Christovam, disse que a entidade enviou ofício à Secretaria de Segurança Pública pedindo o apoio da polícia para manter os ônibus circulando em São Paulo. Segundo ele, motoristas e cobradores que estão paralisando as atividades nesta quarta-feira (21) bloqueiam as saídas dos terminais e impedem os coletivos de circularem quando estacionam nos corredores.
De acordo com Christovam, os manifestantes estão abrindo a tampa do motor dos ônibus e cortando a correia de energia quando os motoristas se recusam a entregar as chaves dos veículos. Além disso, também estão sendo esvaziados pneus. "Nós não temos nada a negociar. Nós ficamos negociando durante meses e a proposta foi aprovada em assembleia com mais de 4.000 trabalhadores. Com a polícia, nós vamos conseguir colocar a frota na rua." Segundo ele, a esperança é que o apoio chegue em tempo de manter o serviço funcionando pelo menos parcialmente durante o horário de pico da tarde.
Além disso, o SPUrbanuss entrou com uma representação no Tribunal Regional do Trabalho pedindo que o órgão declare a ilegalidade do movimento. "Se for decretada a ilegalidade do movimento isso nos dá a condição de adotar medidas mais severas com relação a essas pessoas que adotaram essa postura."
'Irresponsabilidade'
O ministro Gilberto Carvalho definiu nesta quarta-feira (21) como irresponsabilidade a greve de motoristas de ônibus em São Paulo. "Há coisas legítimas e outras irresponsáveis como foi o caso a greve de ônibus em São Paulo ontem e hoje. Eu acho que, infelizmente, é uma irresponsabilidade", disse Carvalho, após ser questionado sobre o caso no Palácio do Planalto, em Brasília. Na opinião do ministro, "se fizerem isso durante a Copa, elas vão ter uma grande reprovação popular". "As pessoas não vão simplesmente aceitar que categorias profissionais, por um interesse localizado, prejudiquem o conjunto da população, em um momento tão importante pro Brasil", afirmou. Carvalho afirmou que confia na maturidade das pessoas e também na pressão popular contra este tipo de comportamento. "A [proteção] da Arena Corinthians foi uma primeira demonstração. Vai haver um incômodo crescente da sociedade contra este tipo de manifestação, sobretudo quando elas beiram a irresponsabilidade, como aconteceu agora em São Paulo na questão dos ônibus". CAMINHADAS No segundo dia da greve dos rodoviários, muitos relataram longas caminhadas e gastos extras para voltar e ir para o trabalho nesta quarta-feira. O almoxarife Cleiton Nogueira, 36, foi de ônibus para a região central fazer uma entrevista de emprego e, na volta, encontrou o Terminal Parque Dom Pedro 2º fechado."Moro em Ferraz. Agora, vou ter que pegar um metrô até Guaianases e andar uma hora e meia até minha casa", disse. Ele conta que na terça (20), primeiro dia da greve, teve de andar da estação Sacomã (zona sul da capital) até São Caetano do Sul (na Grande São Paulo) para pegar o trem. O ajudante Edson dos Santos, 23, afirmou que foi liberado pelo chefe por causa da greve. "Vim de ônibus, mas agora não tem mais", disse. "Agora, vou ter que gastar mais dinheiro. Porque terei de pagar o metrô e a integração do trem", reclama. RODÍZIO A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) afirmou na tarde desta quarta-feira que vai abonar as multas aplicadas a motoristas que desrespeitaram o rodízio no período da manhã. O rodízio no período da tarde estará suspenso, o que libera a circulação de carros com placas de final 5 e 6 . Esse é o segundo dia em que o rodízio é suspenso no horário de pico da tarde --das 17h as 20h. Isso acontece por conta da greve que afeta a circulação de ônibus na cidade desde terça-feira. Nesta quarta, cinco das nove empresas que atendem a cidade estão fechadas. Além disso, nove dos 28 terminais estão fechados

 

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