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6.06.2014

70 anos do Dia D na França

Líderes mundiais, incluindo Obama e Putin, se reunirão para as homenagens; soldados se arriscaram para derrotar Adolf Hitler

iG
Normandia - As cerimônias para comemorar o 70º aniversário do Dia D estão atraindo milhares de visitantes e alguns poucos veteranos de guerra a cemitérios, praias e vilas da Normandia nesta semana.
Líderes mundiais e dignitários, incluindo o presidente Barack Obama e a Rainha Elizabeth II, se reunirão para homenagear os mais de 150 mil americanos, britânicos, canadenses e outros veteranos aliados do Dia D que arriscaram e deram suas vidas para derrotar o Terceiro Reich de Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Para muitos visitantes, o Cemitério e Memorial Americano da Normandia, com suas 9.387 lápides de mármore branco dispersas em um penhasco com vista para o local da batalha sangrenta na praia de Omaha, é peça central nas peregrinações em honra aos dezenas de milhares mortos no Dia D e nos meses de luta que se seguiram.
O veterano Clair Martin, 93, disse que voltou para Omaha Beach três vezes nos últimos 70 anos, "quatro se você contar o tempo que eles estavam atirando em mim". Morador de San Diego, Califórnia, ele desembarcou para a batalha com a 29ª divisão de infantaria e disse que continuou lutando até chegar ao rio Elba, Alemanha.
"Eu louvo a Deus por ter participado disso e por nunca ter existido outra Guerra Mundial", disse ele.
Equipe acrobática da Força Aérea Real realiza homenagem pelo Dia D em Portsmouth, Inglaterra
Foto:  Reuters
Cerimônias grandes e pequenas estão ocorrendo em toda a Normandia e devem continuar. A região será palco também de uma grande reunião internacional que será realizada na sexta-feira em Ouistreham.
A decisão do presidente francês François Hollande em convidar o presidente russo Vladimir Putin para participar da cerimônia oficial - apesar de sua exclusão da cúpula do G7 em Bruxelas - está sendo vista por alguns como reconhecimento do grande sacrifício da União Soviética em derrotar Hitler e, por outros, como uma distração, dado o desconforto entre o ocidente e a Rússia por causa da crise na Ucrânia.
Com muitos veteranos do Dia D agora na casa dos 90 anos, o aniversário dos 70 anos da batalha ganha ainda mais importância, já que muitos daqueles que fizeram parte da batalha não devem mais fazer uma longa viagem para a Normandia e contar suas histórias.
"Três minutos após o desembarque, um morteiro explodiu perto de mim e eu perdi meus K-rações", disse Curtis Outen, 92, que veio de Pageland, Carolina do Sul. De volta a região pela primeira vez, ele lembrou da perda de seu pacote de refeições como se tivesse acontecido ontem. "Então, cortei meu braço nos enredos de arame farpado. Depois disso eu fiquei bem."
Um homem caminha no cemitério próximo a Colleville-Sur-Mer, na França, na véspera do Dia D
Foto:  Efe
No meio da manhã, centenas de visitantes andaram entre as longas fileiras do cemitério de cruzes brancas e estrelas de Davi. Alunos e aposentados, soldados em uniforme e veteranos em cadeiras de rodas tranquilamente passaram entre as sepulturas, fazendo uma pausa para ler as breves inscrições que só podem dar sugestões das vidas que jazem no local.
Uma jovem ficou em silêncio sob uma chuva suave, a mão sobre o coração, e entre lágrimas colocou uma rosa vermelha em uma lápide onde se lê "Aqui Descansa em Honrada Glória um Conhecido Companheiro do Exército e de Deus."
“Só quero prestar uma homenagem”, disse Marissa Neitling, 30, de Oregon.
Perto dali, o advogado aposentado de Boston Paul Clifford se ajoelhou em silêncio e colocou um buquê de flores vermelhas, brancas e azuis no túmulo de Walter J. Gunther Jr., um paraquedista da 101ª Divisão, morto no Dia D.
Clifford contou que o túmulo pertence a um parente de seu melhor amigo em Boston. O amigo nunca pôde viajar para Normandia, então, Clifford tem visitado o local todos os anos na última década para prestar sua homenagem.
"Ele era tio do meu melhor amigo. Quando desceu, seu paraquedas ficou preso nos galhos de uma árvore. Ele nunca conseguiu sair daquela árvore", disse Clifford.

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