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6.11.2014

Militares trazem vírus para o Brasil

Seis foram deles diagnosticados com o vírus Chikungunya, espécie semelhante ao causador da dengue

Alessandra Horto
Rio - Doze soldados do Exército brasileiro recém-chegados do Haiti, onde participavam de missão de paz, estão aquartelados no Hospital Militar de Área de São Paulo. Seis foram deles diagnosticados com o vírus Chikungunya, espécie semelhante ao causador da dengue. Quatro estão sob investigação e dois já tiveram o diagnóstico descartado, mas continuam em observação na unidade.
O risco de contaminação às vésperas da Copa do Mundo e na cidade que sediará a abertura da competição deixou em alerta oficiais. No Rio, o temor era de que alguns militares tivessem omitido os sintomas da doença. O Ministério da Defesa descartou a possibilidade de contaminação externa porque, segundo a pasta, os militares não têm contato nem mesmo com familiares até que o período de bateria de exames seja finalizado. Segundo a Defesa, a avaliação médica vai do soldado ao coronel e é feita tanto na ida quanto na volta do grupo.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, o quadro dos pacientes é bom e estável. Os casos foram identificados no Centro de Vigilância Epidemiológica do estado.
Agentes da Superintendência de Controle de Endemias fizeram ações de contenção e nebulização no Hospital Militar de Área de São Paulo e no Batalhão de Logística do Exército, em Campinas, por onde os soldados passaram.
CASOS ANTERIORES
A Secretaria de Saúde de São Paulo informou que, no estado, dois casos importados confirmados da doença foram detectados em viajantes brasileiros procedentes do Sudeste Asiático em 2010. No caso dos militares, o Ministério da Defesa afirmou que ainda não há prazo de liberação dos soldados, já que alguns resultados não estão prontos.
SINAIS E SINTOMAS
Além de ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e pelo Aedes albopictus, o vírus Chikungunya apresenta sinais e sintomas semelhantes aos da dengue: febre, dores no corpo e no fundo dos olhos, manchas vermelhas pelo corpo e dores nas articulações. A evolução da doença pode desencadear artrite e sequelas permanentes.
RISCO NO PAÍS
O especialista em Saúde Pública da Unesp Araraquara, Adriano Mondini, ressalta que a transmissão do Chikungunya pelo vetor da dengue, Aedes aegypti, pode ser um problema na Copa do Mundo. Principalmente, porque muitos turistas estarão no país e as unidades de saúde podem não saber fazer uma avaliação correta.

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