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6.28.2014

No Rio, manifestantes fazem protesto e entram em confronto com a PM

Um pequeno grupo de manifestantes se reuniu neste sábado, às 17h, na Praça Saens Peña, na Tijuca, Zona Norte do Rio, para protestar contra a Copa do Mundo e contra a Dilma . O grupo foi acompanhado pela Polícia Militar e pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope). 
O objetivo do protesto é denunciar o que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) fez na preparação do Mundial. “A Copa está acontecendo no Brasil, mas não é do Brasil. A Fifa nos enfiou goela abaixo. Foi um acordo com mega corporações às custas de desocupações e remoções de pessoas pobres".
A PM revistou diversos manifestantes que estavam na concentração do ato. Durante a abordagem, os policiais fechavam um círculo em torno do revistado. A atitude dos PMs revoltou alguns manifestantes, que não viam razão para a revista e alegavam um protesto pacífico. Entre os gritos de protesto, os manifestantes diziam: "Não vai ter copa, nem eleição". Pouco antes de saírem em passeata, o grupo reforçou o desagrado com o Mundial. "Não me leve a mal. No Rio de Janeiro, não vai ter final", cantavam. O grupo também alegou que o dinheiro gasto na realização da Copa deveria ter sido revertido em saúde e educação.

Faixas foram estendidas, mostrando as causas do ato
Faixas foram estendidas, mostrando as causas do ato
Além da Copa do Mundo, os manifestantes protestaram contra a violência nas Unidades de Polícia Pacificadora e relembraram casos recentes de violência, como a morte no menino Luiz Felipe Rangel Bento, esta quarta-feira (25), em Costa Barros. Na ocasião, o garoto de três anos estava dormindo quando foi baleado no rosto. Diante dos policiais, os manifestantes repetiam: "Sem hipocrisia: essa polícia mata pobre todo dia".
Um manifestante que se identificou como Pablo Rodrigues relatou um caso de agressão policial durante a última manifestação, na segunda-feira (16), em Copacabana. Ele contou que foi abordado por policiais e atacado com socos e beliscões, dentro e fora da viatura. "A questão é que, desde o início da passeata a polícia sabe quem é o vândalo e não prende, faz vista grossa. Na segunda-feira eu fui agredido pelo policial militar Bruno do lado de fora e dentro da viatura da polícia. E as testemunham ainda foram coagidas dentro da delegacia. Me agrediram com um soco nas costas e, mesmo depois de algemado, o policial me beliscou dentro da viatura. Ao invés dele seguir a ordem do coronel e me levar até a delegacia, ele parava para assistir o jogo e eu algemado dentro do carro, sentindo dor", relembrou.
Pablo também comentou a violência e ação de vândalos nos protestos. "Concordo com a manifestação pacífica e discordo da violência policial. Nem todos que estão dos protestos são vândalos. Eu sou uma pessoa de bem, de família. Tenho que chegar em casa e ouvir meu filho perguntar porque eu estou machucado e eu tentar não passar para ele que o governo do estado, a polícia, que deveria nos proteger, me bateu. Me torturou dentro de uma viatura. Estamos aqui hoje para tentar viver um mundo melhor, um Brasil melhor, um Rio melhor. Sem violência", defendeu.

Manifestantes se reuniram na Praça Saens Peña
Manifestantes se reuniram na Praça Saens Peña
O grupo também pedia a liberação de Rafael, Caio e Fábio, presos em durante protestos. Nas faixas, os manifestantes se referiam aos rapazes como "presos políticos". Os gritos, chamavam o governo do estado de "fascista" e "ditadura". O grupo criticou a administração do ex governador Sérgio Cabral, do prefeito Eduardo Paes, do atual governador Luiz Fernando Pezão e da presidente Dilma Rousseff.
Após a concentração, os manifestantes seguiram em passeata em direção ao Maracanã. Durante o caminho, houve confronto com PMs que acompanharam de perto o ato e faziam barreiras para evitar que o grupo entrasse em algumas ruas, que levam ao estádio do Maracanã. Em um dos bloqueios a polícia usou spray de pimenta e deteve alguns manifestantes. Eles foram algemados e colocados em viaturas.
*Com informações da Agência Brasil

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