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7.01.2014

CAMBADA


Gostei muito das  do Blog Cambada postado  pelo
SEU
Tens então meu ombro para tuas lágrimas
Acalento aos teus temores
Talvez, firmeza as tuas ruínas
E amor para o teu desamor.

Não sou, senão, parte que te pertence
Que não funciona quando distante
E desanda e desconcerta às vezes que diz adeus.
Não sou, senão, nada longe do teu olhar.

Tens-me inteiramente!
Os versos, os beijos, os olhares...
Os versos para te exaltarem, os beijos e os olhares
Para lembrarem-te que são sempre teus.

Tens a mim para teu refúgio
Companhia para os luares
Para as incertezas e horas escuras
E para o fim do mundo e uma vida longa.

Pôr do Sol

O sol adeus mais uma vez
E com ele vão-se os sonhos e os medos
A esperança por dias gloriosos dorme
Mas, desperta poucas horas depois.

Talvez posso responder agora, amor
Se o sol se pondo ainda te comove.
Diga-me baixinho, sem pressa...
Pois, ele se despede, mas renasce revigorado.

Põe-se para o nosso amor
E ilumina agora do outro lado do horizonte.
Ficamos com a lembrança;
Talvez uma fotografia, um sorriso antes de sua partida.

Recordo agora desse final de tarde,
Amarelado de um sol quase apagado.
Que se escondia atrás de teus cabelos Despedindo-se mais uma vez do teu sorriso.

E de todos...

E de todos os versos que te fiz
Todo amor que doei
E de toda dor que evitei
Não pude conter
O simples ato de dizer não.
E depois te abraçar e prometer
Que o meu amor será como o sol
Nos teus dias escurecidos.
Será sublime encanto
Nos dias monótonos e tristonhos.

A cima

Sentados de olhos postos no horizonte
Segurava a tua mão firmemente;
Dedos entrelaçados e pensamentos que fugiam
Todas as vezes que confundidas estrelas e luzes noturnas.

De cima víamos pequenos de nós
E a cima de todos um céu abençoado
De uma noite estrelada...
De arrepios da pele pelo vento gelado.

Vamos dividir o mesmo fone?
Ouvir a mesma música tantas vezes tocada
Encantar-se com a mesma melodia
Tantas vezes relembrada e recantada.

"O azul do mar me chamou..."
E eu pulei!
E lembro agora sentados e desapressados
Assistindo uma grande noite no alto do horto.

Traze-me

Traze-me um pouco do teu sorriso Mesmo entristecido. Traz-me teu abraço Mesmo enfraquecido. Traze-me... Tua presença que mesmo silenciosa Preenche todo meu vazio.

Planos para o futuro

Esse pedaço de papel reserva Poucas linhas de um futuro pretendido; Não são lá grandes planos Nem sequer os tenho definidos, Apenas sei que os tenho em algum lugar.
Ser melhor do que sou está incluído! Fazer e realizar o que ainda não pude. Surpreender aos poucos decepcionados Fazer entendê-los e ampliar a visão, pois Alguns acontecimentos fogem a racional compreensão.
Não quero e nem preciso das grandes coisas Porém, sou do tamanho que pretendo E me reservo a tudo o que é essencial, Que minha alma agradece E meu coração se engrandece.
Um carro? Uma casa? Um novo emprego...? Amar mais e se doar mais ainda? Abrir os braços e esperar... O amor que me aguarda Repousando no sofá da sala.
Disse que não eram grandes coisas Mas, reforço, o essencial importa mais: Amar, doar-se, curar-se, arriscar-se, feri-se... Cair e recompor-se! Desistir e persistir segundos depois.
Isso importa mais.

Mais uma

Amanheceu e permaneci escurecido
No peito a mesma esperança perdida
O mesmo tesouro enferrujado
Um punhado de ouro ensangüentado
Devaneios e tolerâncias de um amante enlouquecido.

Não é sequer um bilhete suicida
Um testamento rasurado com poesia
É somente o desabafo
De quem se esperou e perseguiu
O pote de ouro no final do arco-íris.

Em cada baú uma lembrança
Em cada carta uma despedida
No guarda-roupa saudade
Um quarto solitário e negro...
A cortina de flores murchas acinzentadas.

Amanheceu e eu anoiteci
Sentido a vontade de voltar
A ser pasto
Verme e micróbio
Voltar a ser frio e imóvel como pedra.

Escolha

Apesar do medo
escolho a ousadia.
Ao conforto das algemas, prefiro
a dura liberdade.
Vôo com meu par de asas tortas,
sem o tédio da comprovação.

Opto pela loucura, com um grão
de realidade:
meu ímpeto explode o ponto,
arqueia a linha, traça contornos
para os romper.

Desculpem, mas devo dizer:
eu
quero o delírio.

Lya Luft

Madrugada

Meu sono fluía com perfeição;
Sem pesadelos, sonhos e assombrações.
Como pedra a deleitar
O silêncio da madrugada morna.

Parece loucura ou devaneio,
Mas despertei atordoado procurando
Tua voz mansa que gritou
Rasgando o silêncio da noite com meu nome.

Seria sonho? Não!
Percebi que foi a tua falta.
Angustiado apenas pensei:
Foi a saudade batendo a minha porta!

E se fosse diferente?
Gritasse meu nome e aparecesse
Com tua luz e teu calor
Iluminando minha noite e aquecendo minha cama.

Que seja!

Amo-te, pois roubar-me do meu mundo
Sequestrou-me da minha própria vida
Agora, tenho a sua atrelada a minha
Linhas paralelas, movimentos sincronizados.

Sê assim o amor, que seja!
Entrego-me, desabo-me
Beijo-te e me perco
Olho-te e me reencontro.

Sê assim a paixão, que seja!
Com a intensidade de olhares
A pressa de viver e reviver
A ansiedade de tornar novo de novo.

Sim, que amor improvável...
Desconcertante, forte!
Mais forte que a força humana
Mais forte que a nossa capacidade de dizer não.

Mesma moeda

Disseram-me que o melhor de mim se perdeu Foi deixado em qualquer rua sem nome, Em qualquer casa sem endereço. Errado, pois o melhor de mim ainda sou eu.
Não morri, tão pouco matei Apenas escolhi! Só não optei pela opção alheia Mesmo assim ironiza, pisa e cospe.
Se intenciona afastar-me Investe nas mesmas palavras. Se o meu fracasso é o teu grande prazer... É melhor esperar sentada.

Contradição

Torce pela derrota e pelo fracasso!
Não eras assim,
Nunca foste assim,
Mas tua incompreensão mudou
A cor do teu sorriso
E a mansidão da tua voz.

Desperto e vejo
Não os olhos de outrora, acolhedores.
Noto, agora, inquisição e julgamento;
Desprezo e repulsa!
Mas vos digo:
Pondera hoje, pois o seguinte é incerto.

Verdade?

Se a verdade se manifestasse  E minha coragem impulsionasse o ato, Não seria covarde,  Não seria fraco, mas seria livre.
Talvez minhas verdades Sejam de fato Versões falseadas Dessa verdade nunca dita.
Talvez, amor Minha verdade não seja Aquela que seus ouvidos querem ouvir, E que seus olhos se recusam a perceber.

Somente

Ouso bocas que me condenam Olhos que sentenciam meu atos Cabe pena de morte ou perpétua? Preciso de quantos advogados?
Farto da nossa hipocrisia De tanta cautela e do excesso de moral Farto do diverso julgamento... Preciso que ousam apenas como estou!

Mudança

Já não vejo teus olhos há tempos Busco às pressas no meu baú Qualquer memória frágil... uma recordação Um beijo, uma frase... uma canção. E quando quase a esqueço O céu noturno se encarrega de relembrar Hoje há lua sob nossos corpos, Mesmo sabendo que agora preferes O nascer do sol a esse triste luar.

Sábado

Tu partirás hoje...
Não irás nem tão longe e nem tão perto
Mas suficiente para magoar minha saudade
Que já não se remenda e nem se cura.

Vais mesmo, amor?
Sei que serás outra
Habitarás outros céus e paraísos
Eu, apenas sentirei que perdi.

Tu recolherás os pedaços...
As estruturas que te quebrei
Os caminhos que te desviei
Levar-te-ão a outros universos.

Veja, minha princesa...
O derradeiro sábado
Que não é de aleluia e nem ressuscita
Mas, que se despede e entristece.

Tenso entardecer

Recordo-me agora Da conversa no final de tarde Tão pesada quanto uma tonelada Tão dolorosa quanto a despedida.
Saí, então, com os olhos no chão Tão vazio quanto o silêncio Tão perdido quanto bússola quebrada Vi-me só, sem presença de mim.
Abri o portão... Não vi teu sorriso, tão pouco um riso Fui-me despindo e pensando Espalhei as roupas des-perfumadas de ti Nesse quarto breu e solitário.
Resolvi banhar o corpo Abri o chuveiro, água fria, Chorei camuflando as lágrimas com a queda d'água Abafei minhas lamúrias com o barulho de chuva Por um minuto consegui esquecer de você.

...

Você é sempre tão cheia de Si,  E Eu, contrariamente,  Tão vazio de mim.

Aonde?...

Ando a chamar por ti, demente, alucinada, Aonde estás, amor? Aonde... aonde... aonde? O eco ao pé de mim segreda... desgraçada... E só a voz do eco, irônica, responde!
Estendo os braços meus! Chamo por ti ainda! O vento, aos meus ouvidos, soluça a murmurar; Parece a tua voz, a tua voz tão linda Cantante como um rio banhado de luar.
Eu grito a minha dor, a minha dor intensa! Esta saudade enorme, esta saudade imensa! E só a voz do eco à minha voz responde...
Em gritos, a chorar, soluço o nome teu E grito ao mar, à terra, ao puro azul do céu: Aonde estás, amor? Aonde... aonde... aonde?...
Florbela Espanca

Silentiu

Dediquei  as  melhores  palavras,  o meu melhor verso!  E as tuas vieram apenas com o meu silêncio.

Veja

Por muito tempo, longo tempo... Pensei que o amor fosse Como a flor no meu quintal Forte e linda, branda e corada.
Veja agora, minha menina, Parece perder a cor e o perfume. Veja agora, de tom empalidecida, Se esvaindo pétala por pétala.

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida, 
Eu sou a que na vida não tem norte, 
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte 
Sou a crucificada ... a dolorida ... 

Sombra de névoa ténue e esvaecida, 
E que o destino amargo, triste e forte, 
Impele brutalmente para a morte! 
Alma de luto sempre incompreendida! ... 

Sou aquela que passa e ninguém vê ... 
Sou a que chamam triste sem o ser ... 
Sou a que chora sem saber porquê ... 

Sou talvez a visão que Alguém sonhou, 
Alguém que veio ao mundo pra me ver 
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca

Parafraseando

"Só você para dar a minha vida a direção" Para dar o tom a escuridão Para dar a cor a noite de insônias Para trazer sonho às horas de pesadelo. Só você, simplesmente você... Para encantar-me quando o desencanto parece O único caminho e alternativa.

Unbreak

Estou partido, quebrado!
Parte de mim virou lembrança
A outra ainda é saudade:
Da tua boca na minha,
Da tua tua respiração ao meu ouvido
De sua voz silenciando o barulho.

Cacos perdidos, mínimos pedaços,
Nos cantos da minha memória,
Nas entrelinhas da poesia.
Até no silêncio dessa noite escura
Sob o céu de estrelas mortas e
Nas palavras gélidas e desconexas proferidas.

Vê? É o som da saudade!
Escuta? São os olhos emudecidos!
Dos passos que sempre escutados
Mas, nunca comemora-se a chegada.
Dos olhos marejados
Sem mãos para conter poucas lágrimas.

?

Você, mansa e sutil, sem jeito
Desconstrói e abala minhas raízes
Como uma estrela caída no quintal
Enfeita e ilumina, ofusca, queima e me enleia.

Deixo-a, então, repousar em meus sonhos
Modificar minha rotina
Perfumar e iluminar meu quarto escuro
Pergunto-me: por quanto tempo?

Entre o que está edificado ou o por construir
Pisar em terra firme ou nos estilhaços de vidro
Estar seguro ou me arriscar no imprevisto?
Entrego-me ou não a paixão do desconhecido?

Me perco?

Olhe-me nos olhos: percebe? É amor que te pede passagem É o amor que está se perdendo grão a grão. Não há culpa, culpados, inquisidores ou leis Simples e dolorosamente algo se perdendo no tempo.
Congelo tudo o que foi bom! Aprendo com as lágrimas Reafirmo sentimentos em novos sorrisos. O amor e a matemática... Tão inexata ao ponto de encontrar solução para tudo.
O amor é poesia Sem regras, sem métrica, sem dono... São palavras e ações por mim repetidas Verbos sempre apreciados Mas, deixados a mover pela força do dias.

A hora?

Ouso o compasso do relógio Que raramente descansa Que raramente perdoa Que nunca retrocede Que raramente enferruja.
Ao contrário do meu corpo Que se quebra e se fratura; O oposto do meu coração Que amiúde se parte E frequentemente se magoa.
Sinto o compasso... Desse tempo louco, despretensioso Que não envelhece, não descansa. Sinto o peso das escolhas e dos dias Que se vão e anoitecem sem você presente.

Nos Convém?

Sei, repetidas vezes... Como uma canção em disco arranhado Como ave-marias rezadas Incansavelmente a deslizar pelos dedos Que, o que nos convém é apenas a triste despedida.
Tudo posso, tudo quero... É sofrimento, É falta de paz, Poesia anoitecida, É quimera morta.
Tudo posso, tudo quero...  É canção para poucos É liberdade disfarçada  É, senão, aventura noturna De beijos e abraços no muro quintal.

Proposta

Sempre me faz propostas irrecusáveis
De viagens a qualquer lugar sob a tenda estelar
De certo, vejo-me refletido em teus olhos
Brilhantes olhos que refletem a máscara
Quase caída da minha face nua.

Os anos passados...
Vinte e poucos setembros e outubros
Já não voltam mais, apenas pó
Da lembrança quase adormecida,
Apenas sonho desse despertar matinal.

Vinte e poucos anos...
Poucas realizações, poucos projetos
Uma só vida para tantas poucas coisas
Uma só morte para tanta vida
E ainda hesito aceitar tua proposta.

...

Esses duros caminhos que nos levam a nada
Que corrompem toda força
Que exaurem toda fadiga
E que no derradeiro mistério
Apenas nos apontam a cruz.

Vácuo

Jogam-me pedras pela falta de fé Mas, minhas rezas continuam mudas. Meu rosário impuro, Meu coração surdo  E sua presença cada vez mais ausente.
Abro meu peito ao seu encontro. Calo-me a voz para ouvir a sua Escureço o quarto para sua luz. É tarde e gélida a madruga E tão fria a sua falta.
Talvez esse vazio eterno Das canções que não são ouvidas, E das bocas que raramente gesticulam Sejam um duro reflexo Do jardim morto e esquecido dentro de mim.

Manhã anoitecida

Cansado da mesma ladainha chorada
Das ideias que fingem convencer
Das bocas que cospem ordens
E dos teclados viciados no mesmo som.

Exausto das vozes distantes
Dos gestos de repúdio
Das inúmeras solicitações e cumprimentos
Sem sequer um agradecimento sucinto.

Secam-me as forças quando notado
Pelo tropeço, deslize e humanidade
Pelo fracasso, pela miudeza e pelo pecado
E raramente lembrado pelo êxito e pelo triunfo.

Recaio-me sobre a tristeza
Daquele girassol mumificado
Perdido, desnorteado, sem saber onde apontar
Ou direção que nasce o sol nessa manhã escurecida.

Um dia cinza e uma esperança

Você merece as mais lindas palavras
Todos os verbos que rimam com amor
Os adjetivos que a enfeitam e enbelezam.
Você merece todo o amor, todo carinho e afeto
Nâo apenas um resquício, uma parte, mas um todo!
A felicidade é pouco para alguém, que quando sorri
Enfeita e envaidesse um dia triste e cinza.


Praça do Cristo

De um pessimismo inconformável
Como se tudo chegasse ao fim surrealmente
Como se o trajeto apenas começasse
Uma batalha que se trava todos os dias
Os dias inteiros e incansavelmente.

Eis então meu destino, sina ou sei lá...
Dores nascidas de movimentos articulares
De um conformismo e de uma marcha lenta
Sempre a três apoios:
Uma inútil, uma artificial e por fim um alicerce.

Será um teste de resistência de bravura
Ou será um teste de fé...
Penso no futuro, o mesmo que já flertei
O mesmo futuro que me consumia
E hoje, mais que nuca, me tira o sono e os sonhos.

Foi um sinal o terço jogado na praça?
Aos pés de meu amor, entristecida, perdida
Assim como eu e os olhos que perderam o brilho
Por alguns instantes... Infinitos instantes!
Estou aqui ainda, de pé, sem o brilho dos olhos, mas de pé.

Telefonema de bom dia

Te liguei hoje cedo
Tão cedo quanto o de costume
Programei o celular, sem erro
Só para ouvir sua voz, ainda rouca
Despertar com você mais um dia.

Respondeu-me assustada
Logo percebi achou que algo, alguma coisa
Havia acontecido para isso;
Preciso ouvi-la, senti-la
De um bom dia sincero, amoroso.

Não precisaria nem que as palavras
Fossem pronunciadas...
Nem uma palavra de amor sequer
Nem mesmo uma poesia linda
Só o teu respirar manso bastaria.

As vezes esquecemos dos pequenos atos
Que podem nos transformar...
Telefonei logo cedo pois precisava
Antes que tudo se agitasse
Dizer que eu amo você.
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Impaciência

Estico a perna... de novo!
A mesma esperança, a mesma possibilidade.
Andar sem a escória, sem o apoio.
Na agonia escrevo para ti
Que é minha esperança e minha possibilidade.
Não quero que pense que estou triste
Nem que meu desabafo a entristeça
São apenas palavras engasgadas
De tardes que não passam
De dias que custam a chegar.
Estou fazendo o que já fiz
Estou repetindo o meu lamento... de novo.
E você a me escutar
A me entender e compreender minha impaciência.

Tuas mãos

Não tuas mãos eu melhoro
Todo vestígio de dor
Qualquer sombra da morte
Se esvai como vento.

Nas tuas mãos estou seguro
Tu és meu porto de abrigo
A minha fortaleza impenetrável
O meu lampejo de esperança.

Te peço, não vá embora
Fica mais um bocado
Um tanto que dure a eternidade
Um pedacinho que não passe nunca.

Nas tuas mãos dispenso os antibióticos
Jogo fora todos os analgésicos
Esqueço das dores da alma e do corpo
E só me resumo em você.

Orientações

Pare, por favor...
Prossiga, continue, não perca a vida
Não morra... Negue, revide, não reaja.
São tantas orientações
Placas que guiam os caminhos
Sóis que nos apontam o horizonte.
O que seguir realmente
Qual voz se guiar
As que nos levam aos pedregulhos
Ou seguir pelo som do mar?
Qual a cruz carregar?
Qual o fardo a sustentar com resignação?

Sempre



Tens um pedacinho de mim...
Um grande pedaço, imensamente grande!
A cada mês, a cada dia, tu me levas algo
E não há volta, nenhuma devolução
Portanto, completamente seu.

O que seria da flor sem seu perfume
De um luar sem estrelas
O que seria das noites sem os namorados
O que seria da pele sem um carinho
Digo, o que seria de mim sem você?

De cada pedacinho que não me devolveu
De cada beijo que me roubou
De cada esperança que plantou
Eu sei, tu sabes, já pertencemos um ao outro
Já somos um, já nos pertencemos.

Podes me roubar quanto beijos desejares
Arrancar-me pedacinho
E guardá-los junto ao teu coração
Não me incomodarei
Desde que, sempre, sempre... Tu sejas sempre minha.

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