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7.28.2014

Conselho de Segurança da ONU pede cessar-fogo incondicional em Gaza

Declaração assinada por todos os membros foi feita após reunião nos EUA.
Em 20 dias de conflito entre Israel e Hamas, mais de mil pessoas morreram.

Do G1, em São Paulo
Conselho de Segurança da ONU durante reunião de emergência que discutiu agravamento do conflito na Faixa de Gaza (Foto: John Minchillo/AP Photo)Conselho de Segurança da ONU durante reunião de emergência que discutiu agravamento do conflito na Faixa de Gaza (Foto: John Minchillo/AP Photo)
O Conselho de Segurança da ONU formalizou um pedido de "cessar-fogo humanitário imediato e incondicional" entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza após uma reunião de emergência realizada em Nova York no início da madrugada desta segunda-feira (28).

Em uma declaração aprovada por todos os 15 membros, o órgão também pediu uma trégua "duradoura" baseada em uma iniciativa do Egito, segundo a qual o fim das hostilidades abre o caminho para negociações sobre o futuro de Gaza, incluindo a abertura das fronteiras do território. O pedido solicita ainda que a pausa nos combates ocorra em função do feriado muçulmano de Eid al-Fitr, que deve começar nos próximos dias, e se estenda depois disso.

O comunicado destacou que "instalações civis e humanitárias, incluindo as da ONU, devem ser "respeitadas e protegidas" e enfatizou a necessidade do "fornecimento imediato de assistência humanitária à população palestina na Faixa de Gaza".
A Jordânia, o único membro árabe do Conselho, insistiu que fosse formalmente adotada sem demora.

Reações
O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que o comunicado não fez avanços e que era necessária uma resolução formal exigindo a retirada das forças israelenses de Gaza. "Eles deveriam ter adotado uma resolução há mais tempo, condenando esta agressão e pedindo que esta agressão pare imediatamente", disse.

Já o embaixador israelense, Ron Prosor, criticou que a declaração "não menciona nem o Hamas nem seus disparos de foguetes, e nem o direito de Israel se defender", e voltou a acusar o movimento islamita de usar a população de Gaza como escudo humano.

Conflito
Em 20 dias de conflito, cerca de 1.060 palestinos, a maioria civis e incluindo muitas crianças, foram mortos. Israel diz que 43 dos seus soldados morreram, assim como três civis mortos por mísseis e morteiros lançados do enclave no Mediterrâneo.

Neste domingo (27), os combates diminuíram em Gaza depois que militantes islamistas do Hamas disseram apoiar uma trégua humanitária de 24 horas, mas não havia sinal de qualquer acordo abrangente para acabar com o conflito com Israel.

Alguns disparos ocorreram depois que o Hamas anunciou que ia colocar suas armas de lado e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, questionou a validade da trégua.

"O Hamas não aceita sequer seu próprio cessar-fogo, está continuando a disparar contra nós enquanto falamos", disse ele em entrevista à CNN, acrescentando que Israel ia "tomar quaisquer medidas necessárias para proteger o nosso povo".
No entanto, moradores da Faixa de Gaza e testemunhas da Reuters disseram que os bombardeios israelenses e o lançamento de mísseis do Hamas diminuíram lentamente durante a tarde, o que sugere que uma trégua de fato pode estar tomando forma, enquanto esforços internacionais para intermediar um cessar-fogo permanente pareciam hesitantes.
Mas militares israelenses disseram que vão precisar de mais tempo para destruir uma rede de túneis que cruzam a fronteira de Gaza, o que eles dizem ser um dos seus principais objetivos.

Israel e islamistas do Hamas que controlam Gaza concordaram em um cessar-fogo de 12 horas no sábado para permitir que os palestinos refaçam seus estoques de suprimentos e recuperem corpos dos escombros.

O gabinete de Netanyahu votou por estender a trégua até meia-noite de domingo a pedido da ONU, mas desistiu quando o Hamas lançou mísseis contra Israel durante a manhã.
Médicos palestinos disseram que pelo menos dez pessoas morreram na onda de ataques subsequentes que atingiu Gaza, incluindo uma mulher cristã, Jalila Faraj Ayyad, cuja casa na cidade de Gaza foi atingida por uma bomba israelense.
Cerca de 1.060 palestinos, a maioria civis e incluindo muitas crianças, foram mortos durante os 20 dias de conflito. Israel diz que 43 dos seus soldados morreram, assim como três civis mortos por mísseis e morteiros lançados do enclave no Mediterrâneo.
Esforços diplomáticos liderados pelo secretário de estado dos EUA, John Kerry, para acabar com o conflito de 20 dias, têm mostrado poucos sinais de progresso. Israel e Hamas estabeleceram condições que parecem inconciliáveis.
O Hamas quer o fim do bloqueio econômico israelense-egípcio de Gaza antes de concordar em interromper hostilidades. Israel sinalizou que poderia fazer concessões nessa direção, mas só se os grupos militantes de Gaza forem despojados de suas armas.

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