O 12º jogador entra em campo

Torcida brasileira acorda, cresce na competição e se torna
uma peça fundamental para que a Seleção conquiste o hexacampeonato da Copa do Mundo em casa

A dramática classificação na disputa de pênaltis contra o Chile, no sábado, no Mineirão em Belo Horizonte, serviu não só para mostrar ao técnico Luiz Felipe Scolari e a seus 23 comandados de que emoção e técnica precisam estar em equilíbrio para a disputa de um torneio tão intenso quanto a Copa do Mundo. O empate de 1 x 1 nos 120 minutos de jogo foi fundamental também para acender a chama da torcida brasileira, que não parou de apoiar o time um segundo sequer. Mesmo aqueles que tinham dúvidas sobre a capacidade dos brasileiros em incentivar seu time em casa, saiu do Mineirão naquele início de noite de sábado certo de que o time canarinho passará a contar a partir de agora com um 12º jogador nos estádios por onde a Seleção passar. E não se trata de nenhum juiz, como a imprensa internacional e os técnicos de algumas seleções fizeram questão de, maldosamente, insinuar após o pênalti sofrido por Fred na partida contra a Croácia, na abertura do torneio.

Além de apostar em cânticos mais criativos que o já para lá de batido “Sou brasileiro, com muito orgulho...”, os torcedores que foram a Minas Gerais uma empolgação e um apoio ao time brasileiro que ainda não havia sido visto nesta Copa. Já no final da partida, com o time comandado por Scolari extenuado após quase duas horas de futebol, o Mineirão, em peso, passou a cantar: “Eu acredito, Eu acredito”. A campanha organizada pelos patrocinadores da Seleção para ensinar os torcedores novas músicas também deu resultado e o que se viu em Belo Horizonte foi um espetáculo nas arquibancadas.

Com o show que os brasileiros deram na terça-feira em São Paulo ao apoiar a Suíça contra a arquirrival  Argentina, a expectativa é de que o Castelão, em Fortaleza, onde o Brasil enfrenta a Colômbia por uma vaga nas semi-finais na sexta-feira. Se o que aconteceu nos últimos dias nos estádios do país for uma prévia para o jogo, só há uma certeza: o Castelão vai se transformar em um caldeirão.