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7.24.2014

Puxado pela educação, País agora é 79º no ranking de desenvolvimento humano da ONU. Em 2012 estava em 85º. Ranking foi divulgado na madrugada desta quinta-feira no Japão

Antonio Cruz/ Agência Brasil
IDH melhora com educação
Uma da razões para a melhoria do Brasil foi a mudança nas estatísticas sobre educação
O Brasil melhorou em 2013 sua colocação em um ranking internacional que classifica as nações conforme a expectativa de vida, os estudos e a renda de suas populações. O chamado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alcançado pelo País é o 79º em uma lista de 187 países. Em 2012, o Brasil estava na 85ª posição, mas a metodologia do IDH era outra. Com a aplicação da atual metodologia à pesquisa anterior, o Brasil teria aparecido na 80ª colocação no ano passado.
O IDH é calculado desde a década de 90 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), uma das várias agências temáticas da ONU. Seu objetivo é ser uma referência da qualidade de vida que vá além de análises baseadas no critério de renda. Também leva em conta a esperança de vida, a expectativa de anos de estudo e o tempo médio efetivo de estudos.
No Relatório de Desenvolvimento Humano de 2014, que traz o IDH de 2013, o Brasil figura de novo no grupo dos países com desenvolvimento humano 'alto', a segunda entre quatro categorias definidas pelo PNUD. Existem 49 nações com índice “muito alto”, 53 com “alto”, 42 com “médio” e 43 com “baixo”. De 2012 para 2013, só 38 países melhoraram seu IDH e apenas 18, ou seja, 10% do total, conseguiram ganhar posição. O Brasil faz parte dos dois times. Segundo o PNUD, à medida que os países avançam, é mais difícil observar variações no IDH.
Uma da razões para a melhoria do Brasil foi a mudança nas estatísticas sobre educação usadas pelo PNUD, uma reivindicação antiga do governo. Até 2013, o IDH recorria a dados de 2005 sobre a expectativa de tempo de estudos. O PNUD argumentava que era uma maneira de tratar os países de modo igual, pois nem todos têm a mesma capacidade de manter estatísticas atualizadas. As nações emergentes, Brasil entre elas, reclamavam que isso era injusto pois deixava de lado avanços recentes. Os números utilizados no relatório de 2014 são mais “frescos”.
Em 2013, informa o estudo, o brasileiro tinha 73,9 anos de esperança de vida (73,8 em 2012), 15,2 anos de expectativa de anos de estudo (14,2 em 2012), 7,2 anos de média efetiva de estudo (igual a 2012) e renda per capita anual de 14,275 mil dólares (14,081 mil dólares em 2012). Essa combinação deu ao País um IDH de 0,744. Na versão 2012, o índice do País era de 0,742. “O Brasil melhorou nos últimos 30 anos e será um país ainda melhor no futuro, mas perde muito no IDH por causa da desigualdade de renda”, diz Jorge Chedieki, chefe do escritório do PNUD em Brasília.
O país líder do IDH continua sendo a Noruega, com 81,5 anos de esperança de vida, 12,6 anos de média de estudo, 17,6 anos de expectativa de anos de estudo e renda per capita de 63,9 mil dólares por ano. Em seguida aparecem Austrália, Suíça, Holanda e Estados Unidos. Na América Latina, o Brasil perde no ranking para Chile (41ª posição), Cuba (44ª), Argentina (49ª), Uruguay (50ª), Bahamas (51ª), Antígua e Barbuda (61ª), Trinidad e Tobago (64ª), Panamá (65ª), Venezuela (67ª), Costa Rica (68ª), México (71ª) e Ilha de São Cristovão (73ª).
Os relatórios anuais do IDH têm sempre um enfoque particular. Neste ano, o PNDU decidiu destacar a capacidade de um país de evitar que pessoas que saíram da pobreza voltem à situação anterior. Para a agência, é bom que os países combatam a miséria, mas é preciso ir além e construir política públicas que respaldem economicamente as populações em casos de grandes crises financeiras ou climáticas, por exemplo. O Bolsa Família é citado como exemplo de política pública a assegurar “resiliência” contra a pobreza. “Constitui um piso de proteção social”, afirma Chediek.
O IDH 2013 foi divulgado nesta quinta-feira 24 no Japão. Jornalistas brasileiros receberam o documento antecipadamente para terem tempo de preparar suas reportagens.

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