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8.06.2014

CICATRIZES E QUELÓIDES

 A PREOCUPAÇÃO DE QUEM FAZ PLÁSTICA

Cicatrizes e queloides: a preocupação de quem faz plástica
Cirurgias consistem em trocar uma "imperfeição" por uma cicatriz - porém, é preciso cuidar para que essa cicatriz não se torne um incômodo.


As células da pele passam por uma renovação constante durante toda a vida, afinal, esse é o maior órgão externo do corpo e está sempre propenso a pequenas lesões. Quando alguém faz algum machucado na pele, seja um corte, arranhão, cirurgia, tatuagem, etc., a área atingida por essa lesão aumenta a sua atividade de multiplicação celular, fazendo com que o local afetado tenha uma proteção renovada. “Essa renovação celular é normal e faz parte do processo cicatrização do local afetado”, resume o Dr. Alderson Luiz Pacheco, cirurgião plástico.

Porém, algumas pessoas apresentam um quadro de renovação de pele em excesso e o problema nesses casos é que as células que deveriam apenas preencher o espaço deixado pela lesão continuam se reproduzindo - mesmo após o preenchimento deste espaço – resultando em uma cicatriz hipertrófica ou em um quelóide. “O quelóide é o aumento no volume das células de um tecido. Isso acontece quando as lesões deveriam ter apenas uma cicatriz comum, mas ‘passam do limite’ e as células continuam crescendo”.

Essas cicatrizes que se projetam além da superfície da pele (os queloides), normalmente adquirem cor avermelhada e podem vir acompanhados de coceira e dor no local. “A questão é que, além do crescimento demasiado no preenchimento da lesão, o queloide pode se estender além dessa área”.

Essa cicatriz hipertrófica não regride espontaneamente e os tratamentos precisam ser muito bem feitos para que os resultados sejam bons. “É difícil remover completamente um quelóide. A retirada cirúrgica nem sempre é uma boa ideia, já que essa forma de tratamento pode resultar no surgimento de outro quelóide ainda maior”,

A medicina não sabe com precisão o que leva as pessoas a terem essa maior facilidade para desenvolverem os ó, mas já é comprovado que pessoas de pele mais escura, afrodescendentes, asiáticos e hispânicos possuem mais facilidade para essa condição.

Outro fator de risco que faz com que pessoas possam desenvolver essa condição é a herança genérica. “Os quelóides ocorrem principalmente entre a puberdade e os 30 anos, e também vale lembrar que durante a gravidez as mulheres possuem maior tendência a desenvolvê-los”

O diagnóstico do quelóide é feito com base na aparência da pele ou da cicatriz. Uma biópsia da pele pode ser necessária para descartar outras formações que ocorrem na pele (tumores). Pacheco lembra que essas cicatrizes geralmente não representam risco à saúde, mas podem afetar a aparência. O especialista lembra ainda que a exposição ao sol durante o primeiro ano após a formação do quelóide faz com que ele fique mais escuro do que a pele ao seu redor.
 Por Alderson Luiz Pacheco, cirurgião plástico

Quelóide - A mais temida das cicatrizes

  O quelóide sem dúvida é um grande medo de quem faz qualquer tipo de cirurgia. Ter uma cicatriz feia pode comprometer o resultado de qualquer cirurgia, ainda mais se for estética.
     Apesar do quelóide ser um tipo cicatriz específico, muitos pacientes pensam ter quelóides, pois há uma entendimento leigo de que qualquer cicatriz que não é ideal é um quelóide.
     Isso não é verdade. Quelóide é uma cicaitriz em alto relevo, grossa, geralmente acompanhada de coceira ou dor. Tem um forte componente genético, acomentendo mais frequentemente negros e asiáticos. Na maioria das vezes, começa a coçar e ficar alta depois de 3 semanas a 3 meses da cirurgia. Não regride sozinha sem tratamento, ficando alta e grossa permanentemente.
     Muitas vezes confundida com o quelóide, a cicatriz hipertrofica é um tipo de cicatriz que se assemelha a um quelóide, mas não é tão intensa e regride sozinha com o tempo, ficando plana na maioria das vezes depois de 6 a 16 meses da cirurgia.
 Outras cicatrizes inestéticas rotuladas de quelóide, são cicatrizes alargadas, atróficas (em baixo relevo) ou retraídas. Todas elas NÃO apresentam alto relevo, apesar de serem esteticamente indesejáveis.
 O quelóide é formado por uma produção descontrolada de colágeno. Este exagero na produção faz com que a cicatriz, em vez de plana, fique em alto relevo e invada a pele íntegra, ultrapassando os limites originais da lesão.

 Os tratamentos visam a reduzir a produçao de colageno ou diminuir o acúmulo deste. Cremes ou placas a base de silicone, assim como a compressão da area da cicatriz e cremes de corticoides são alguns exemplos.
 
Uma vez em formação, quando o relevo já está alto, estes tratamentos não ajudam muito. A injeção de corticóide é mais eficaz na tentative de paralisar o crescimento ou minimizar o quelóide. Ãs vezes consegue a até a involução. Os lasers estão ainda em fase de desenvolvimento e podem ser uma alternativa, apesar de ainda não mostrarem resultados sólidos na regressão dos quelóides.
 
Uma vez bem desenvolvido, alto e largo, não há tratamento que faça o quelóide ter grande redução. A cirurgia passa a ser o melhor tratamento.
 
Na verdade, a cirurgia retira o problema e inicia nova cicatriz do zero. A vantagem dela é permitir uma tentativa de controle da nova ciacatriz. Se nada for feito o quelóide seguramente retornará. Logo, é necessário fazer algum tratamento depois da cirurgia. A betaterapia é uma tipo de radioterapia para a pele. Ela reduz a atividade do fibroblasto, célula responsável pela produção do colágeno,. Com isso, reduz a chance deste retornar. A injeção de corticóide na borda da ferida, depois da retirada do quelóide, também é uma boa alternativa a ser somada no tratamento.
 
A betaterapia deve ser iniciada no dia seguinte da cirurgia, sendo geralmente necessárias 10 sessões. O acompanhamento da cicatrização deve ser feito ao menos nos primeiros 4 meses, para na eventualidade de tendência do retorno do quelóide, novo injeção de corticóide seja feita.
 
Este é o tratamento mais eficaz nos dias de hoje, mas não é garantia de sucesso. Mesmo assim, às vezes o quelóide retorna. Felizmente a maioria dos casos tem resultado satisfatório.
 
Outra questão a ser avaliada é se o quelóide pode ser retirado por completo. Devido à localização e tamanho, podem ser necessárias algumas cirurgias para minimizar o problema e nem sempre é possível eliminá-lo.
Dr. André Gonçalves de Freitas Colaneri
Cirurgião Plástico Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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