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8.20.2014

Hospital de referência em SP se prepara para possíveis casos de ebola

Instituto de Infectologia Emílio Ribas tem 17 leitos de isolamento
Em caso de suspeita de ebola, profissionais deverão usar traje especial.

Mariana Lenharo Do G1, em São Paulo
O Instituto de Infectologia Emílio Ribas é o hospital de referência designado para receber possíveis casos de ebola no estado de São Paulo. De acordo com o infectologista Jean Gorinchteyn, a instituição já está preparada para atender pacientes que tenham se infectado com o vírus, que já provocou mais de mil mortes este ano, principalmente na Guiné, Libéria e Serra Leoa.
Para receber esses casos, o Instituto dispõem de 17 leitos de isolamento, que ficam em quartos de pressão negativa. Isso significa que o ar que circula nesses quartos é tratado antes de sair. Também há trajes especiais para os profissionais de saúde que possam entrar em contato com pacientes infectados.

São macacões impermeáveis, acompanhados de proteções para os pés (para serem colocados por cima dos calçados), luvas, máscaras e uma segunda proteção plástica para o rosto. Segundo Gorinchteyn, a veste é suficiente para proteger os profissionais do contato com secreções dos pacientes (veja o vídeo acima).
Plano de emergência
Se uma pessoa chegar de avião a algum aeroporto do estado de São Paulo com características que possam levar a suspeitas de ebola, a equipe de bordo deve contatar imediatamente o aeroporto de destino. Uma equipe da Anvisa presente no aeroporto deve, então, avaliar o caso e, se for constatada a suspeita, o paciente deve ser transportado, com uma estrutura de isolamento, até o Emílio Ribas.

Três perguntas
Caso um paciente chegue diretamente ao instituto, a identificação das características suspeitas de ebola deve ser feita pelos funcionários logo na recepção. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, um cartaz com três perguntas será fixado em breve na entrada do instituto. São elas: “Você está com febre? Você esteve há pelo menos 21 dias em Serra Leoa, Libéria, Guiné ou Nigéria? Você teve contato com alguém com ebola?”. Se as respostas forem positivas, uma equipe no interior do hospital será contatada para buscar o paciente e leva-lo até a área de isolamento.

Outros serviços de saúde do estado de São Paulo foram orientados a encaminhar para o Emílio Ribas casos suspeitos da infecção. Alguns pacientes já foram encaminhados por temor de que pudessem ter ebola. Mas, até o momento, nenhum caso se enquadrava nos critérios que tornam um caso suspeito de ebola.
Cada estado brasileiro tem ao menos um hospital de referência designado para atender possíveis casos de ebola. A lista dos centros de referência de cada estado foi divulgada pelo Ministério da Saúde.
Probabilidade baixa
Apesar de todo o preparo, o Ministério da Saúde destaca que a probabilidade de o ebola chegar ao Brasil é baixa. “O ebola não se transmite pelo ar, diferentemente de outros vírus. Só transmite se a pessoa tiver contato direto com sangue ou fluidos corporais de pessoas doentes”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

Outra característica que dificulta a propagação da doença para outros continentes, segundo a pasta, é que o paciente tem mais probabilidade de transmitir a doença quando aparecem os sintomas – febre repentina, diarreia e hemorragia – e não no período de incubação, que pode durar até 21 dias.

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