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8.06.2014

Mais de 40% dos jovens bebem álcool antes das noitadas

Hábito os faz consumir ainda mais drinques nas casas noturnas

Beatriz Salomão
Rio - Basta um olhar atento sábado à noite para ver que o ‘esquenta’ não é algo raro. Agora, pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) confirma que, para 41,3% dos jovens, ingerir álcool antes de entrar na boate é um hábito. Ao contrário do que muitos pensam, o gesto não é sinônimo de economia: adeptos da prática bebem ainda mais dentro das casas noturnas.
De acordo com o estudo, aqueles que vieram do ‘esquenta’ já entraram na boate com 0,23mg/L de álcool no sangue e saíram de lá com taxa de 0,34mg/L, o dobro do encontrado entre os que chegaram sóbrios. Além disso, 22,8% beberam em ‘binge’ (cinco ou mais doses de bebida em poucas horas) antes da noitada.
Homens com idades entre os 18 e os 25 anos, solteiros, são a maioria entre os adeptos do ‘esquenta’
Foto:  Istock
Entre os principais motivos da prática estão reduzir a ‘ansiedade social’ na boate (39%) e economizar com bebidas dentro da casa noturna (37,7%). “Os jovens acham que bebendo antes beberão menos dentro da boate, ou fazem isso para já chegarem ‘calibrados’ lá. Álcool puxa álcool, por isso eles bebem mais, ou seja, não há economia de dinheiro”, diz Zila Sanchez, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp e responsável pela pesquisa.
O levantamento foi feito com 2.422 clientes de 31 casas noturnas. Eles foram entrevistados e se submeteram ao teste do bafômetro antes e depois da noitada.
A adesão ao ‘esquenta’ foi mais frequente entre homens de 18 a 25 anos, fumantes, solteiros e empregados. Deles, 33% beberam em casa, 30% na rua e 26% no bar. Cerveja, seguido de vodka foram os produtos mais consumidos, sobretudo depois das 19h.
De acordo com Zila, o excesso de álcool aumenta as chances de acidente, de briga na boate e do comportamento sexual de risco (sexo sem proteção com parceito casual ou até mesmo sem consentimento). Ela acrescenta que algumas boates impediram a entrada de pessoas alcoolizadas, mas o fato foi muito raro. “O álcool tira a percepção de riscos e as pessoas ficam mais vulneráveis”.

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