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9.23.2014

Primeiro ataque ao Estado Islâmico matou 70 pessoas.

Obama diz que EUA não lutam sozinhos contra o Estado Islâmico

Operação é a primeira feita pelos EUA contra o Estado Islâmico na Síria.
Presidente sírio disse que país está determinado a lutar contra o 'terrorismo'.

G1, 
Imagem divulgada pela Marinha americana mostra o lançamento de um míssil no Golfo Pérsico, nesta terça (23) (Foto: AP) 
Imagem divulgada pela Marinha americana mostra o lançamento de um míssil no Golfo Pérsico, nesta terça (23) (Foto: AP)
O presidente americano, Barack Obama, disse em um pronunciamento na Casa Branca nesta terça-feira (23) que os Estados Unidos não estão sozinhos na luta contra os militantes do grupo radical Estado Islâmico (EI). O Comando Central dos EUA informou que Barein, Jordânia, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos participaram ou apoiaram os ataques contra os alvos do EI nos arredores das cidades de Raqqa, Deir al-Zor, Hasakah e Albu Kamal, no leste da Síria.
 
A operação é a primeira feita pelos EUA contra o Estado Islâmico na Síria, que  enfrenta uma guerra civil há mais três anos. O grupo radical islâmico está lutando entre os combatentes de oposição ao regime do líder Bashar Al-Assad, e também se infiltrou no Iraque, se apropriando de territórios e matando quem não se converte ao islamismo nessas regiões. Em carta ao Congresso, Obama disse que não é possível saber a duração da ofensiva contra o EI na Síria e Iraque.
Aviões de guerra e mísseis de cruzeiro Tomahawk lançados de navios atingiram “combatentes, complexos de treinamento, quartéis-generais e instalações de comando e controle, instalações de armazenagem, um centro financeiro, caminhões de suprimento e veículos armados”, declarou o centro de comando americano.

O porta-voz do Pentágono, almirante John Kirby, declarou que "nossa indicação inicial é que estes ataques foram muito bem-sucedidos". E deu a entender que mais bombardeios na Síria estão por vir.
"Posso dizer que os ataques de ontem à noite foram apenas o início", disse Kirby.
Washington ainda afirmou que forças norte-americanas agindo sozinhas lançaram oito ataques em outra área da Síria contra o "Grupo Khorasan", unidade da Al-Qaeda que autoridades dos EUA descreveram nos últimos dias como uma ameaça semelhante à do Estado Islâmico.

"Relatórios da inteligência indicavam que o grupo estava nos estágios finais de vários planos para executar grandes ataques contra alvos ocidentais e potencialmente o território americano", explicou à imprensa o tenente-general William Mayville, diretor de operações do Estado-Maior das Forças Armadas.

O grupo Khorasan não tinha por objetivo enfrentar o regime sírio ou ajudar a população local, e sim "estabelecer raízes na Síria, a fim de realizar ataques contra o Ocidente e os Estados Unidos", explicou.
Mortes
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, que monitora a guerra na Síria, disse que pelo menos 70 combatentes do Estado Islâmico foram mortos em incursões que atingiram no mínimo 50 alvos em Raqqa, Deir al-Zor e em províncias de Hasakah, no leste sírio.
A entidade afirmou que pelo menos 50 combatentes e oito civis foram mortos em ataques que miraram a afiliada síria da Al Qaeda, a Frente Al-Nusra, nas províncias de Aleppo e Idlib, no norte, aparentemente se referindo aos ataques que os norte-americanos disseram ter por alvo o Khorasan.

O Observatório declarou que a maioria dos militantes da Frente Al-Nusra mortos não era formada por sírios.

No entanto, as forças-armadas disseram desconhecer a existência de vítimas civis dos ataques e, segundo elas, os ataques aéreos foram planejados de forma a minimizar o risco para os civis na área, disse o tenente-general William Mayville.
Míssil Tomahawk é lançado do Golfo Pérsico nesta terça (23) (Foto: Reuters) 
Míssil Tomahawk é lançado do Golfo Pérsico nesta terça (23) (Foto: Reuters)


Os ataques aéreos cumprem a promessa do presidente dos EUA, Barack Obama, de atuar na Síria contra o Estado Islâmico, grupo sunita que ocupou vastas áreas da Síria e do Iraque impondo uma interpretação medieval do islamismo, decapitando prisioneiros e ordenando a xiitas e não-muçulmanos que se convertam ou morram.
O governo sírio declarou que Washington o informou das incursões horas antes em uma carta do secretário de Estado, John Kerry, através de seu colega iraquiano, e uma declaração do Ministério das Relações Exteriores sírio se absteve de criticar a ação liderada pelos EUA, dizendo que Damasco irá continuar a atacar o Estado Islâmico e que está pronto para cooperar com qualquer iniciativa internacional de combate ao terrorismo.

Carta à ONU
Em carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas Samantha Power disse que os ataques foram necessários para eliminar a ameaça do Estado Islâmico para o Iraque, para os Estados Unidos e para seus aliados.
Segundo o texto, os Estados Unidos fizeram ataques aéreos na Síria porque Damasco já "mostrou que não pode e que não irá confrontar os redutos seguros da organização".
Power afirmou que a ação foi justificada pelo artigo 51 da carta da ONU, que cobre os direitos individuais ou coletivos dos Estados à Defesa contra ataques armados.



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