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10.20.2014

Balas duras e chicletes são as maiores causas de engasgos

Obstrução de vias aéreas por alimentos representa grave risco a menores de 4 anos

O Dia
Este tipo de guloseima deve ser evitado, aconselham os pediatras
Foto:  Divulgação
Rio - Aparentemente inofensivo, o engasgo representa um sério risco às crianças. A obstrução das vias aéreas por alimentos é a principal causa de lesões entre pequenos de até 4 anos e, se não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
Atentos a este perigo, pesquisadores do Hospital Infantil de Columbus, Estados Unidos, fizeram um levantamento com mais de cem mil crianças e verificaram que balas duras e chicletes são os produtos que mais provocam falta de ar e precisam ser evitados.
O médico Moises Chencinski, membro da Sociedade de Pediatria de São Paulo, explica por que as balas causam mais este problema. “Crianças pequenas não têm condições de morder e engolem o produto inteiro, aumentando as chances de engasgo”, afirma.
RISCO AO CORRER
O pediatra também aponta que a incidência de asfixia por balas e chicletes é mais alta, pois estes alimentos são consumidos fora das refeições. “Muitas vezes, a criança pega uma bala e sai correndo para brincar. Ao respirar pela boca, o doce pode escorregar para a garganta e originar o engasgo”, diz Moises. Pipoca, batata chips e nozes são outros produtos consumidos nessa situação e que apresentam risco, alerta.
Caso a asfixia ocorra, Chencinski aponta que a atitude imediata deve ser encaminhar a criança a uma unidade de saúde para que um profissional decida qual o melhor método para retirar o alimento engasgado. “Dependendo do grau do problema, é possível que o paciente tenha que passar por uma pequena cirurgia e permanecer alguns dias hospitalizado”, declara o pediatra.
Não tente resolver por conta própria
Em casos de asfixia, a recomendação do pediatria Moises Chencinski é conduzir a criança para um pronto-socorro rapidamente. Ele também alerta que os pais não devem tentar resolver o problema por conta própria sob pena de causar mais danos. “Nunca tente colocar o dedo na garganta da criança para que ela devolva o alimento. Como a pessoa não está vendo a região afetada, pode acabar empurrando a comida ainda mais fundo na laringe, agravando a falta de ar”.
A asfixia se dá quando a comida, ao ser engolida, se aloja entre o esôfago, que integra o sistema digestivo, e a faringe, do respiratório. Para evitar que o alimento siga para os pulmões, a epiglote, lâmina localizada atrás da língua, se fecha e impede a respiração.
Cuidados especiais para bebês
O Hospital Sarah-Rio, que realiza atendimentos públicos e gratuitos, iniciou agendamento, em seu site (www.sarah.br), para bebês de 0 a 18 meses cujas mães tenham passado por problemas durante o parto ou a gestação, como sangramentos, diabetes, hipertensão, alterações cardíacas ou neurológicas.
A avaliação também é recomendada para crianças que, logo ao nascerem, tiveram convulsões, hemorragias cerebrais, hipoglicemia e os que precisaram de ventilação mecânica ou oxigênio.
Outros fatores que os pais devem levar em conta para marcar um atendimento são deficiências de desenvolvimento, habilidades sensoriais e comportamento. Entre elas, dificuldades para sentar, rolar e equilibrar o pescoço; alcançar brinquedos e sorrir; além de poucas respostas aos estímulos. No Sarah-Rio, os bebês são avaliados por equipes formadas por pediatras, fisioterapeutas, enfermeiros e psicólogos.

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