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11.22.2014

Joaquim Levy ganha força na Fazenda

Nome do ex-secretário da Fazenda do Rio deve ser anunciado em breve, com Barbosa e Tombini

Luisa Brasil
Rio - Os nomes de Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini devem ser anunciados nos próximos dias como integrantes da nova equipe econômica da presidenta Dilma Rousseff. O arranjo seria colocar Levy no Ministério da Fazenda, Barbosa no Planejamento e manter Tombini na Presidência do Banco Central.
Joaquim Levy comandou a Secretaria do Tesouro Nacional e esteve à frente da Fazenda do Estado do Rio
Foto:  Murillo Constantino / Agência O Dia
O trio ganhou força ontem, durante uma rodada de conversas da presidenta em Brasília. Chegou-se a especular que os nomes seriam anunciados no fim do dia, mas a Secretaria de Comunicação da Presidência negou que essa previsão estivesse na agenda de Dilma. Diante dessa movimentação, a Bolsa de Valores reagiu positivamente à especulação e fechou em alta de 5,02%.
Tanto Levy quanto Barbosa já ocuparam cargos nas gestões petistas. Barbosa foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda entre 2003 e 2013. E Levy comandou a Secretaria do Tesouro Nacional de 2003 a 2006 e, entre 2007 e 2010, esteve à frente da Fazenda do Rio na gestão de Sérgio Cabral (PMDB). Além dos cargos políticos, ele trabalhou no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Atualmente, é diretor no Bradesco Assets Management, um braço de fundos de investimento do banco.
Levy é visto com bons olhos pelo mercado. Apesar de já ter integrado governos petistas, tendo trabalhado ao lado de Antonio Palocci, na Fazenda, é considerado um nome ortodoxo que estaria disposto a fazer ajustes fiscais para arrumar as contas do governo. Durante sua gestão na Secretaria da Fazenda, no Rio, Levy “fechou o cofre” do estado e segurou gastos.
“O grande desafio da Fazenda será o resultado primário positivo. O governo terá que zerar o déficit e ainda ter um saldo positivo. O mercado vai cobrar bastante esse ajuste”, afirma o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.
Para o economista Mauro Rochlin, professor do Ibmec-RJ, a indicação de Levy pode sinalizar que a presidenta Dilma admitiu a necessidade de mudanças na orientação da política econômica.
“Esse nome indica uma política econômica ‘a la Aécio Neves’. O fato dele ocupar um cargo no Bradesco o aproxima das ideias que o mercado tem”, avalia.
Rochlin tem dúvidas se o novo ministério terá autonomia de atuação ou estará subordinado às ordens de Dilma. “Acho que não tem sentido ela chamar um nome desse senão estivesse disposta à mudança”, afirma.
O nome de Barbosa também é bem recebido. No ano passado, ele deixou o governo com críticas à condução da política econômica. Atualmente, leciona na Fundação Getulio Vargas.
Bolsa em alta de 5% com especulações
O Ibovespa, principal índice da Bolsa, disparou ontem diante das especulações sobre o anúncio da nova equipe econômica do governo. Durante o dia, correu a notícia de que os nomes seriam oficializados logo após o fechamento do pregão. O índice fechou em alta de 5,02%, a 56.084 pontos.
A elevação também foi motivada por anúncios feitos no exterior. Na China, o governo cortou a taxa de juros, uma medida de estímulo ao crescimento econômico. Na Europa, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou que usará todas as ferramentas do mandato para atingir a meta de inflação.
O destaque do pregão na Bolsa foi a Petrobras. Depois de vários dias de queda devido à repercussão da Operação Lava-Jato, os ativos da petrolífera tiveram alta de 11,17% (ON), a R$ 13,72, e 11,89% (PN), a R$ 14,41. A construtora Rossi teve o melhor resultado do dia, com alta de 13,75% em suas ações. Petrobras (+10,10) e Bradespar (+9,83) também tiveram bom desempenho.
A expectativa em torno da nova equipe também provocou a queda de 2,05% do dólar, que fechou em R$2,522 para venda. Foi o menor valor da moeda norte-americana em 16 dias. O dólar encerrou a semana com queda de 3,04%. No ano, a divisa acumula alta de 6,96%.

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