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11.08.2014

Lais Souza renova esperança de recuperar movimentos com terapia revolucionária

Com o apoio do doutor Antonio Marttos, Lais Souza faz sua recuperação da lesão na medula em Miami
Com o apoio do doutor Antonio Marttos, Lais Souza faz sua recuperação da lesão na medula em Miami Foto: Arquivo Pessoal
Leonardo Maia
Passados nove meses de seu acidente de esqui, Lais Souza vive de pequenas vitórias diárias em sua luta para recuperar os movimentos do corpo. O caminho ainda é longo e a distância a percorrer, desconhecida. A seu lado, o avanço da medicina. Os médicos que acompanham a atleta planejam iniciar uma revolucionária terapia, apenas recentemente utilizada em seres humanos. Trata-se da aplicação de células de Schwann.
Atualmente, Lais faz tratamento com células-tronco, uma tecnologia já conhecida, mas ainda nova e em desenvolvimento. A lesão de Lais, no entanto, é tão grave que as perspectivas não são especialmente boas. A nova terapia é uma esperança que se renova para a jovem de 25 anos, imobilizada do pescoço para baixo desde que lesionou a medula em 28 de janeiro, em Salt Lake City, no Estados Unidos.
As células de Schwann teriam uma função semelhante à das células-tronco. No caso específico de Lais, porém, enquanto essas últimas poderiam recompor uma conexão entre neurônios danificada, o novo método pode ter a capacidade de “criar” uma ligação ou ponte nervosa onde não há nada. Eis a explicação mais simples possível da terapia.
— Há 10 anos, não haveria como a Lais recuperar os movimentos. Esperamos que nossas pesquisas permitam que a gente devolva algum movimento a ela — diz Antonio Marttos, diretor de traumatologia da escola de medicina da Universidade de Miami, médico do Time Brasil, e que acompanha a recuperação de Lais.

Ainda não há previsão para a ex-ginasta ser submetida a tal tratamento, pois existem muitas interrogações a serem respondidas. Apenas há pouco tempo as células de Schwann foram liberadas para uso em humanos. Marttos tem três pacientes recebendo a terapia.
— Temos que respeitar um protocolo. Usamos as células de Schwann em pacientes (paralisados) a nível torácico(com movimentos dos braços) — explica o especialista. — Se usássemos na Lais e houvesse complicações, ela poderia até parar de respirar sozinha.
Marttos disse que os resultados em ratos foram mais positivos com o novo método do que com células-tronco, para casos de paralisia.
— Mas cada lesão é particular e tem reações particulares — ressalva o médico.
Para Marttos, a determinação de Lais tem sido fundamental para os avanços em sua recuperação, por mínimos que sejam.
— Ela é uma lutadora. Tem dias melhores e piores. Mas está bem.
Outro ponto positivo destacado por Marttos é o espírito alegre da jovem. Em vez de ficar presa a uma cama e se esconder, Lais não se furta a ter uma vida social. Ela já foi a jogo de basquete e tietou Roger Federer.
— Semana passada ela foi a uma festa de Halloween. Em dezembro ela volta para o Brasil para passar as festas de fim de ano.

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