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12.08.2014

Protestos nos EUA: povo se revolta, quer ser ouvido e quer mudanças

De costa à costa, comunidades estão se revoltando contra o abuso policial e se unificando em torno das questões raciais que precisam entrar em debate.


Jon Queally, Common Dreams Joshua Sinn / Flickr
Em cidades e comunidade ao redor dos Estados Unidos, na noite de quinta-feira, pessoas saíram às ruas em protestos solidários por causa de uma decisão do tribunal de não indiciar os policiais envolvidos na morte por enforcamento de Eric Garner na cidade de Nova Iorque, e pela questão da discriminação racial e brutalidade policial que vieram à tona nos últimos meses. 
 
Seguindo a noite anterior de protestos espontâneos em algumas cidades, um grande número de protestos organizados e comícios aconteceram na cidade de Nova Iorque, Washington D.C., Atlanta, Boston, Chicago, Los Angeles, São Francisco, Detroit, Pittsburgh, Minneapolis, Buffalo e dezenas de outras grandes cidades. Demonstrações similares aconteceram em cidades médias e comunidades menores.
 
Em Manhattan, contingentes enormes de manifestantes vagaram pelas ruas, clamando e carregando placas. Como o The New York Times reporta: 
 
 
Diversos grupos vagaram por Manhattan. Causaram o fechamento de vias na Ponte do Brooklyn, Na rodovia West Side e nos túneis Lincoln e Holland. Os manifestantes também se direcionaram ao terminal de balsa de Staten Island. Dezenas de manifestantes foram presos, mas os oficiais não forneceram maiores detalhes.
 
 
300 pessoas que caminhavam no norte de Broadway em direção à Times Square se deitaram na Rua 34 por 11 minutos de silêncio fazendo referência ao número de vezes que Garner foi ouvido no vídeo de sua morte dizendo que não conseguia respirar. Os manifestantes então foram ao norte da 7a Avenida, onde ocorreu um conflito com os policiais que estavam bloqueando a interseção da Rua 42.
 
De acordo com o The Guardian:
 
 
Em Nova Iorque o maior grupo, entre 1,500 e 2,000, foi bem mais organizado que a noite anterior. Na quarta-feira os manifestantes pareciam apenas vagar pelas ruas, se separando e travando o tráfico em diversas rodovias e pontes importantes.
 
 
Em contraste, na noite de quinta-feira uma coalizão de grupos liderou os protestos. A polícia já havia fechado lado do Brooklyn na ponte quando os manifestantes passaram e só tentaram romper a barreira policial uma vez.
 
Os protestos nas outras cidades provaram, como a Associated Press relatou em sua cobertura, que a decisão do caso Garner convergiu com outros casos de brutalidade policial e conduziu para o inicio de debate nacional sobre raças e injustiça institucional, questões que os críticos dizem ter sido muito ignoradas mesmo com seus o impactos históricos. AP relata:
 
 
Mesmo antes da decisão do caso Eric Garner ter saído, tensões racias estavam em alta por causa da decisão do tribunal semana passada de não indiciar o oficial branco na morte do menino negro de 18 anos Michael Brown em Ferguson, Missouri.
 
Outros casos foram adicionados à mistura na quinta:
 
- Na pequena cidade de Eutawville em South Carolina um ex chefe de policia branco foi acusado de assassinato na morte de homem negro em 2011. O advogado de Richard Combs acusou os promotores de tirarem vantagem da revolta nacional para que a policia possa obter o indiciamento mais de 3 anos depois da morte.
 
- Em Cleveland, o departamento de justiça dos EUA e a cidade chegaram a um acordo de investigar o departamento de policia depois que investigações federais descobriram que oficiais usavam força excessiva, causando desconfiança profunda, especialmente entre os negros. 
 
Semana passada, os manifestantes tomaram as ruas de Cleveland depois de o policial branco atirar e matar um menino negro de 12 anos que carregava uma arma de brinquedo.
 
Tradução de Isabela Palhares

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