webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br

8.02.2014

Sejamos sinceros, Israel não quer a paz


A ofensiva atual foi provocada por Netanyahu para perpetuar o status quo e impedir a formação de um Estado palestino. Vai dar certo a longo prazo?
por José Antonio Lima publicado 31/07/2014 02:40, última modificação 31/07/2014 09:03
Gil Cohen Magen / AFP
Tanque de guerra israelense
Após voltarem de combate na Faixa de Gaza, soldados israelenses fazem manutenção em tanque de guerra Merkava, na fronteira de Israel, na quarta-feira 30
Quem acompanha minimamente o noticiário internacional e já ouviu falar do conflito entre Israel e os palestinos conhece a versão segundo a qual a culpa pela violência é das duas partes. Esta explicação já foi verdadeira, como comprovam os abusos cometidos de parte a parte ao longo do último século, mas a cada nova crise ela se enfraquece. O passar do tempo tem tornado óbvia a responsabilidade maior de Israel pela perpetuação da tragédia. A atual ofensiva, aberta em 8 de julho com o início da operação Protective Edge (Borda Protetora), escancara a intenção israelense de, custe o que custar, levantar barreiras à formação do Estado palestino.
O Hamas, alvo da atual operação militar israelense, tem suas mãos repletas de sangue. O grupo realizou inúmeros ataques em Israel ao longo de sua história e, recentemente, se notabilizou pelo lançamento indiscriminado de foguetes contra alvos civis. Em seus documentos oficiais o Hamas se revela antissemita e prega a destruição de Israel. Diante desses fatos, a simples existência desta facção militante causa engulhos em muitos israelenses, mas o caminho para a paz passa, necessariamente, pelo Hamas. Como afirmava Moshe Dayan, histórico líder político e militar de Israel, a paz não se faz com amigos, mas com os inimigos.
Há pelo menos dois anos, analistas avaliam que o Hamas pode estar moderando suas posições, ainda que por meio de canais informais, como declarações públicas, e não por documentos oficiais. Entrevistas recentes de Khaled Meshaal, o líder do Hamas, exilado no Catar, dão força a essa possibilidade. No domingo 27, Meshaal foi o entrevistado do programa Face The Nation, da rede de tevê norte-americana CBS. Ele negou o antissemitismo e se disse pronto para coexistir com os judeus. Questionado repetidas vezes pelo entrevistador sobre a possibilidade de reconhecer a existência de Israel, afirmou: "Quando tivermos o Estado palestino, então o Estado palestino vai decidir as suas políticas. O povo palestino poderá dar sua opinião quando tiver seu próprio Estado, sem ocupação". Diante do histórico do Hamas é compreensível a desconfiança sobre a sinceridade de seu líder, mas, existisse hoje em Israel um governo disposto a lutar pela resolução do conflito, ele se agarraria à frase com força, porque, ao cogitar a possibilidade do reconhecimento de Israel, Meshaal provavelmente fez o maior aceno à paz por parte do Hamas.
O encerramento da questão palestina, no entanto, não é intenção do governo israelense. Isso fica claro quando se percebe que as hostilidades atuais foram provocadas deliberadamente por Israel.
Uma guerra provocada
Em abril deste ano, o Hamas e o Fatah, grupo secular que controla a Cisjordânia, assim como a Organização para a Libertação da Palestina e a Autoridade Palestina, entidades reconhecidas internacionalmente, chegaram a um histórico acordo para formar um governo de coalizão. Os dois grupos estavam divididos desde 2007, quando uma guerra civil palestina eclodiu após o Hamas ganhar as eleições parlamentares de 2006 e ser proibido de assumir o governo por Israel e pelas potências ocidentais. No acerto deste ano, o Hamas mostrou o desespero provocado pelo isolamento em que se encontra. O grupo abriu mão daquela vitória eleitoral e entregou a autoridade sobre os palestinos integralmente nas mãos de Mahmoud Abbas, o chefe da OLP e da AP. Em troca, o novo governo passaria a pagar os salários dos 43 mil funcionários da administração criada pelo Hamas e Israel e o Egito aliviariam o bloqueio terrestre, aéreo e naval responsável por transformar a Faixa de Gaza em um gueto no qual cerca de 1,7 milhão de pessoas vivem em condições precárias. Como afirmou Nathan Thrall, analista do International Crisis Group, no jornal The New York Times, Israel dinamitou o acordo de coalizão ao não abrir as fronteiras e impedir o pagamento dos salários. Antes, o governo de Benjamin Netanyahu afirmou que jamais negociaria com o Hamas, atacou a Faixa de Gaza e manteve a construção de assentamentos na Cisjordânia.
Apesar das ações de Israel, havia uma grande pressão dos Estados Unidos e da União Europeia para que o governo israelense negociasse seriamente. Em junho, veio a tábua de salvação para Netanyahu.
No dia 12 daquele mês, três adolescentes israelenses, Naftali Fraenkel, Gilad Shaer e Eyal Yifrah, desapareceram em Gush Etzion, assentamento na Cisjordânia. Logo após o sequestro havia indicações de que os três tinham sido assassinatos. O carro usado no crime foi encontrado, com marcas de sangue e buracos de balas. Mais importante, a polícia israelense tinha a gravação de uma ligação feita por um dos garotos ao serviço de emergência, no qual ficava claro que ele tinha sido baleado.
O governo de Israel, no entanto, proibiu a divulgação do áudio por parte das autoridades policiais e da imprensa. Ao mesmo tempo, iniciou uma campanha intitulada "tragam nossos garotos de volta", apoiada por parte da imprensa, que aderiu mesmo sabendo do conteúdo da gravação. Netanyahu também anunciou, sem provas, que o sequestro teria sido realizado pelo Hamas. Na "busca" pelos garotos, Israel cercou a cidade de Hebron, demoliu residências, prendeu centenas de palestinos, dezenas deles integrantes do Hamas, e matou cerca de dez pessoas.
O resultado do estratagema foi uma impressionante onda de xenofobia anti-árabe em Israel, que culminou com o brutal assassinato de Mohamed Abu Khdeir, adolescente de 17 anos queimado vivo por extremistas israelenses. O plano do governo Netanyahu parece ter servido também para, como cogitou o jornalista israelense Raviv Drucker, galvanizar o sentimento anti-Hamas em Israel e gerar apoio à ofensiva contra o grupo militante na Faixa de Gaza. Em retaliação aos atos de Israel na Cisjordânia, o Hamas voltou a lançar foguetes contra alvos israelenses. Assim começou a operação Borda Protetora. Hoje, o apoio a ela é tão firme que a revelação, feita pelo chefe de polícia de Israel, Mickey Rosenfield, a Jon Donnison, da BBC, de que o Hamas não foi responsável pelo sequestro, teve repercussão mínima em Israel.
Israel não quer a paz
A operação atual é a terceira de Israel desde 2008 e segue um comportamento batizado com o tétrico nome de "cortar a grama". De tempos em tempos, Israel ataca a região, matando pessoas e destruindo a infraestrutura do Hamas, de forma a aleijar temporariamente o grupo palestino. Por trás das operações regulares está, como explica Zack Beauchamp em análise no site norte-americano Vox, o entendimento de que Israel não poderá destruir por completo o Hamas. Como a grama, a facção palestina vai voltar a crescer até ser "aparada" novamente.
Há outros dois motivos para Israel não realizar uma ação decisiva contra o Hamas. Em primeiro lugar, o grupo é mais moderado que as outras várias facções atuantes na Faixa de Gaza. Assim, manter o Hamas como principal adversário é importante para não piorar a situação. Em segundo lugar, o Hamas, com seu radicalismo, fornece os pretextos perfeitos para Israel não contribuir para o avanço das negociações com os palestinos. Quando o grupo não gera essas justificativas, o governo israelense as fabrica.
O "corte de grama" é parte central do objetivo do governo de Netanyahu e da coalizão de direita e extrema-direita que ele lidera: manter o impasse atual para sempre, sem anexar por completo os territórios palestinos e, muito menos, sem contribuir para a criação de um Estado palestino. A intenção é antiga e antecede a chegada de Netanyahu ao poder. Como lembrou Mouin Rabbani em recente artigo no London Review of Books, em 2004, um ano antes de o governo de Ariel Sharon desocupar a Faixa de Gaza, Dov Weisglass, conselheiro do então premier, afirmou ao jornal Haaretz que o intuito da saída da Faixa de Gaza era "congelar o processo de paz". "Quando você congela esse processo, você previne o estabelecimento de um Estado palestino, e previne a discussão sobre os refugiados, as fronteiras e Jerusalém", afirmou Weisglass. "Efetivamente, todo este pacote chamado Estado palestino, com tudo o que ele implica, foi removido indefinidamente de nossa agenda".
Até 2009, Netanyahu era, assim como seu partido, o Likud, contra a chamada solução de dois Estados – Israel e Palestina. Naquele ano, sob pressão de um Barack Obama recém-empossado, Bibi fez um famoso discurso na Universidade Bar Ilan no qual se disse favorável a um Estado palestino, desde que desmilitarizado. No último 12 de julho, Netanyahu aparentemente reverteu sua posição, ao afirmar em uma entrevista coletiva que jamais aceitará um Estado palestino completamente soberano. As declarações parecem semelhantes, mas a segunda carrega um peso significativo pois rechaça de antemão a demanda palestina por um país próprio.
Há um componente ideológico na recusa de Netanyahu a um Estado Palestino, mas a questão estratégica é mais decisiva. Conceder soberania aos palestinos na Cisjordânia seria abrir a possibilidade de a maior cidade israelense, Tel Aviv, ficar a menos de 20 quilômetros de um exército adversário que teria, também, capacidade para dividir o estreito Estado de Israel ao meio. Barrar a fundação da Palestina é, aos olhos de Netanyahu, garantir a sobrevivência de Israel. Se o objetivo implica em um sofrimento acintoso para os palestinos, isso não diz respeito a Israel, acredita o premier.
Esta forma de pensar é amplamente popular hoje em Israel. Após o fracasso do processo de paz da década de 1990, que culminou com a segunda intifada (2000 a 2005) e uma série de atentados terroristas em cidades israelenses, a direita e a extrema-direita se fortaleceram. Questionar a ocupação da Cisjordânia e a violência empregada contra a Faixa de Gaza se tornaram causas praticamente perdidas, para não dizer perigosas a seus defensores.
Apesar de ter conseguido convencer boa parte da população, o expediente usado por Netanyahu é perigoso para Israel, pois o status quo não poderá ser sustentado por muito tempo. George Friedman, da Stratfor, afirma que é muito mais fácil vislumbrar episódios prejudiciais a Israel no futuro do Oriente Médio do que favoráveis. Assim, um acordo arriscado com os palestinos, mesmo inviável politicamente, seria prudente pensando no futuro. Netanyahu e muitos outros líderes não raciocinam desta forma. Como afirmou o ex-líder do Shin Bet Abraham Shalom no documentário The Gatekeepers, as forças de segurança israelenses não têm estratégia, apenas tática.
Hoje, Israel possui acordos de paz com a Jordânia e o Egito. Se fizesse o mesmo com os palestinos, poderia garantir sua segurança no longo prazo. A opção por manter uma ocupação ilegal e draconiana, impondo um sofrimento desumano a quatro gerações de palestinos, só faz fomentar o ódio em suas fronteiras. Mais que isso, ao acumular atrocidades impressionantes para "cortar a grama" na Faixa de Gaza e manter o status quo, Israel se isola internacionalmente e coloca em risco sua própria legitimidade. A magistral força militar e a habilidosa classe política parecem estar alimentando o sonho de uma segurança eterna para Israel. Se os israelenses não entenderem a realidade, vão sair do sonho diretamente para um pesadelo. Talvez mais rápido do que imaginam.

Faça o melhor por si mesmo!

Faça o melhor por si mesmo!


 

por Gisela Luiza Campiglia - gisela10@uol.com.br


Assumimos tantas responsabilidades em nossa vida, 
que não damos a devida atenção a nós mesmos. 
Somos engolidos pelo automatismo mecanicista da 
vida moderna, e acabamos esquecendo
 que o nosso compromisso mais importante é 
conosco. Pois, quando estamos em nosso melhor,
 realizamos todas as tarefas necessárias com mais
 qualidade.
 Como você se sente ao final do dia? 
Seu cansaço o paralisa? 
Você tem disposição para ligar
 para um amigo, dar carinho aos seus filhos,
 ler um bom livro, 
ou apenas se joga na frente da televisão?

Como está a sua capacidade de fazer coisas novas? 

Tem conseguido usar sua criatividade 
para promover mudanças em sua vida? 
Se a vida não esta 
satisfatória é preciso inovar,
 caso contrário, estaremos fadados a continuar
 vivendo no descontentamento.
Como anda o seu senso de humor?
Você tem leveza para brincar, fazer piadas; 

ou tem se irritado com facilidade?
Analisando o nosso comportamento, ou seja,

 praticando o autoconhecimento, podemos 
encontrar respostas valiosas para melhorar 
nossa qualidade de vida.
Com boa vontade e carinho, vamos estudar 

as principais áreas que compõe a energia 
pessoaldo Ser humano.

Área Física
Sua alimentação está equilibrada? Você tem ingerido 
vitaminas, proteínas e carboidratos nas
 medidas adequadas? A alimentação deficiente tira
 vitalidade do corpo.
Você tem praticado exercícios físicos? 

Eles potencializama eficiência do sistema imunológico
, aumentam a força, a flexibilidade e a disposição.
Suas noites de sono são revigorantes,

 ou você já acorda cansado? 
Manter uma rotina 
no horário de sono, e se desligar dos problemas
 antes de dormir,faz muita diferença na 
 capacidade de refazimento do corpo e da mente.

Área Mental
Você controla sua mente, ou seus pensamentos 

controlam você?
 Nossos pensamentos precisam
 ser monitorados, caso contrário,
 as preocupações dominam a mente.
 Pensamentos negativos
 desgovernados instalam a confusão mental; 
o resultado é o desgaste
 e a perda do discernimento.
Você seleciona quais imagens irão entrar em 

sua mente? 
Evite assistir programas de televisão 
trágicos; sabemos que há muita injustiça e 
 tristeza no mundo, mas se a solução não depende 
de nós, não devemos assistir. Essas imagens 
negativas impactantes entram em nossa mente
 causando aborrecimento, contaminando a nosso
humor e energia. Uma boa forma de ajudar 
é fazer uma prece a Deus, para que ele resolva 
os problemas do mundo.
Tudo o que você pensa reflete na sua energia; 

sua qualidade energética define o seu ponto 
de atração na vida. Escolha estar sintonizado 
no que é positivo e produtivo.

Área Emocional
Como você tem cuidado de seu coração? 

Com quais sentimentos 
você tem alimentado a sua alma? 
Assim como desenvolvemos hábitos negativos, 
também podemos 
aprender a cultivar a nutrição
 de nosso coração. Uma rotina consciente
de boas emanações sentimentais nos torna 
um polo de atração do bem.
Elogie tudo que mereça a sua admiração, 
mesmo as pequenas coisas.
 Agradeça todas as bênçãos 
que você recebe da vida. Deseje o bem do 
próximo, o bem do país 
em que você vive e do planeta
 em que habita. Esteja ciente de que você 
ajuda com sua emanação,
 mas em realidade, você é o maior beneficiado. 
As boas energias que você exala precisam 
primeiro passar por você.

Área Comportamental
Você tem o hábito de reclamar? Participa de 

grupinhos que se reúnem para falar mal dos outros?
 Esse tipo de comportamento traz sérios prejuízos. 
A perda de seu precioso tempo, o qual poderia
 estar sendo utilizado em algo produtivo; afinal, 
reclamar não altera resultados. Além disso,
 cria-se sintonia com energias de baixa vibração, 
as quais, por afinidade irão trazer mais motivos
 para reclamações em sua vida.

Área Espiritual
Você tem o hábito de se conectar ao sagrado

 diariamente? 
Inclui Deus em sua vida?
Através de uma religião a qual você tenha 

afinidade, 
ou mesmo, através da parte de Deus 
que habita em você, faça uma oração diariamente. 
Fortaleça sua ligação com Deus, 
agradecendo por tudo o que já recebeu até hoje, 
e peça orientação para enfrentar 
os desafios da vida. Para aquele que crê, o amparo
 incondicional do sagrado faz
 verdadeiros milagres.

Faça o melhor por si mesmo, e fique apto 

para realizar todas as tarefas com mais qualidade!

Serenidade, uma preciosidade renegada!


.

Serenidade, uma preciosidade renegada!  
Manter-se sereno perante o estresse da vida não é tarefa fácil, mas é uma habilidade que pode ser desenvolvida com a prática. Dedicar-se a priorizar a paz interior e desprender-se das aflições é um caminho que, se percorrido várias vezes, torna-se um saudável hábito de comportamento.por O ritmo acelerado da vida na sociedade atual vicia o comportamento das pessoas na agitação; há uma necessidade constante de realizar tarefas. Infelizmente, isto faz com que a serenidade não seja vista com bons olhos. É uma sensação quase proibida, pois ela é comumente confundida com tédio e apatia.Não é tão simples gerar ocasiões de contemplação, quando se vive o tempo todo preocupado em cumprir responsabilidades. Mas podemos desenvolver o hábito de criar momentos serenos em nossa vida e desfrutar dos benefícios da serenidade. O corpo necessita de relaxamento para seu correto refazimento e a mente funciona com maior lucidez quando atua em paz. A serenidade é ativa e produtiva, não é um sinônimo de desânimo; é apenas um estado de lucidez e tranquilidade interior.Em realidade, muitos são aqueles que não sabem como se comportar quando estão desocupados. Até mesmo na época de férias, supostamente um período de descanso, as pessoas buscam viagens onde haja a possibilidade da realização de muitas atividades. Ao se encontrarem no campo, ou em uma cidade pacata, não sabem o que fazer, acabam optando por ingerir bebidas alcoólicas em excesso como forma de passar o tempo. Existe a errônea sensação de que estar sereno é estar subaproveitando a vida. A falta de serenidade existe, na maioria das vezes forçadamente, devido à prática de uma rotina de vida atarefada. Mas também há um aspecto inconsciente que faz com que as pessoas fujam dos momentos de serenidade; mesmo quando a oportunidade se apresenta. A serenidade viabiliza a contemplação da vida, traz o contato íntimo com a própria essência, possibilitando importantes reflexões. Algumas pessoas fogem da serenidade, pois nem sempre as conclusões provindas desses momentos são agradáveis. A serenidade está relacionada à paz interior, harmonia de sentimentos, e lucidez de pensamentos. Quando as pessoas estão insatisfeitas com elas mesmas, precisam de constantes estímulos externos, a fim de desviar o foco de sua atenção para o que está fora de si.O estado de serenidade viabiliza a apreciação intensa dos bons momentos da vida. Aquele que olha para uma flor com serenidade, sente sua força, beldade e delicadeza de sua essência; quem olha sem serenidade, apenas observa superficialmente sua beleza.O foco da serenidade é a observação profunda, ela proporciona a abstenção da postura crítica, eliminando o julgamento. Desta forma, realiza-se a contemplação, que é livre de influências emocionais que possam distorcer a realidade. O indivíduo sereno é conduzido ao entendimento profundo das verdades da vida, logo, cultivar a serenidade é uma preciosidade que deve ser valorizada.

No Brasil, embora o risco de o vírus ser introduzido no país seja considerado baixo pelo governo, aeroportos, portos e fronteiras estão em estado de alerta e monitorados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

É baixa a chance de uma pessoa se infectar em uma viagem de avião. "É muito difícil contrair a doença no avião porque em qual viagem você tem contato com sangue e fluídos corporais de alguém?

O vírus ebola que matou mais de 700 pessoas das 1.323 infectadas desde fevereiro na África ocidental, embora tenha letalidade de até 90%, é transmitido em contato com fluídos corporais da pessoa infectada. Isso significa que estar em um local onde há surto da doença ou pegar um avião com uma pessoa infectada não causará a infecção, caso não haja esse tipo de contato.

"O vírus ebola não se pega andando na rua. Tem que ter contato com o sangue, urina ou fezes da pessoa infectada e quando ela já apresenta os sintomas. Não é como o vírus da gripe que se pega pelo ar", afirma o infectologista Luis Fernando Aranha Camargo, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

O vírus do ebola é transmitido mediante contato corporal com indivíduos que o contraíram e que, passado o período de incubação da febre viral (que pode durar de 2 a 21 dias), desenvolveram a doença.

O ebola tem como sintomas a debilidade corporal, febre muito alta, diarreia e hemorragia interna e externa.  Durante a fase de incubação, o vírus não é transmissível.




Mais sobre o ebola
O foco da doença está localizado nas periferias de Serra Leoa, Libéria, Guiné e Nigéria, sem saneamento básico, onde há pouca limpeza do próprio sangue jorrado pelos doentes. Por isso, bastaria algumas poucas medidas de limpeza para evitar a transmissão do vírus, explica o infectologista."É uma doença que pode ser combatida com medidas muito básicas de saúde, como lavar as mãos, manter a higiene na casa, porque o vírus não resiste ao sabão. Mas na periferia desses países e mesmo nos hospitais com estrutura precária, não há limpeza e materiais simples como luvas e agulhas, o que torna mais fácil ter contato com esses fluídos", disse.
Camargo também vê como baixa a chance de se infectar em uma viagem de avião.
"É muito difícil contrair a doença no avião porque em qual viagem você tem contato com sangue e fluídos corporais de alguém? E como ela tem sintomas muito fortes, como vômitos e diarreia, às vezes a pessoa nem consegue viajar".
O surgimento de novos casos da doença e o aumento no número de mortos preocupa a comunidade mundial, que se prepara para evitar que o vírus circule em outros países.
"Se a pessoa apresenta sintomas, os comissários de bordo já acionam o aeroporto na chegada, que a recebe e isola. Depois, quem estava no avião também será avaliado. A outra medida se refere a uma pessoa que está no período de incubação do vírus, sem apresentar sintomas. Quando ficar doente, ela terá de ir ao hospital. Lá será informado que ela veio da África e será feita a checagem", diz Jarbas Barbosa, secretário de vigilância sanitária do Ministério da Saúde.
 A OMS lançou um plano de resposta de US$ 100 milhões para combater o surto e o recrutamento de centenas de profissionais aos países afetados.

Na Flip, Marcelo Rubens Paiva chora ao falar da morte do pai na ditadura Paiva


Rubens Paiva chora ao falar da morte do pai

Escritor comoveu público em debate sobre desaparecidos no regime militar.
Bernardo Kucinski também foi ovacionado; Persio Arida completou mesa.

Cauê Muraro Do G1, em São Paulo
O escritor Marcelo Rubens Paiva chorou, comoveu o público e foi ovacionado neste sábado (2) na 12ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) ao ler um texto no qual falava sobre o desaparecimento e a morte do pai, o deputado Rubens Paiva, em 1971, durante a ditadura no Brasil. Na mesa “Memórias do cárcere: 50 anos do golpe”, uma das mais que mais emocionaram a plateia do evento até aqui, o jornalista e escritor Bernardo Kucisnki também ganhou muitos aplausos. Disse que "conseguiram substituir a ditadura militar pela ditadura midiática, e a dominação pelo pau, pela dominação pelo consenso". Após a fala, o público se levantou para bater palmas. O encontro teve ainda participação ainda do economista Persio Arida. A mediação foi da historiadora Lilia M. Schwarcz.
O G1 transmitirá ao vivo todas as mesas da Flip 2014, tanto com áudio traduzido (se a palestra não for em português) quanto com áudio original. Veja a programação até domingo ao final desta nota.
Primeiro convocado a falar pela mediadora, Marcelo Rubens Paiva leu uma de suas colunas publicadas meses atrás no jornal "O Estado de São Paulo". Teve de interromper a leitura para conter o choro após uma ou duas frases. Na coluna, Paiva reproduzia um texto no qual sua mãe era o personagem. Escrito por Antonio Callado, o material contava de um passeio de barco de Eunice Paiva um dia depois de ela ser solta pelo regime, em 1971. 
"Pelas novas revelações, meu pai morreu no dia em que minha mãe foi presa. Ela foi deixada na cela mais 12 dias. Para quê? Melhor nem pensar", escreveu Marcelo. Em seguida, citou o estranhamento de se sentir no dever de agradcer por não terem matado também Eunice, a quem chamou de "a heroína da família".
Ele chorou de novo falar do próprio filho. "Eu fui pai agora, meu menino tem cinco meses, gente. Estou vendo tudo isso com outros olhos." Em seguida, o público se levantou para aplaudir. Mais tarde, Marcelo comentou que não havia chorado só por causa da morte de Rubens Paiva ou da paternidade recente, mas também porque a mãe está com mal de Alzheimer.
O depoimento, no entanto, também rendeu risos, especialmente na parte em que o escritor descreveu a atuação política da mãe e o dia em Lula foi visitar a família. De acordo com Marcelo, adolescente na época, ele tinha acabado de fumar maconha com as irmãs e os amigos, e todos jogavam war, quando o ex-presidente chegou.

Na sua descriação, a casa era frequentada por políticos, já que a mãe era uma figura de referência. Contou que, além de Lula, Eduardo Suplicy e José Serra passaram por lá para "pedir a bênção" de Eunice para que pudessem tocar a vida na política.

Marcelo Rubens Paiva se emociona ao ler texto
sobre o pai, Rubens Paiva (Foto: Flavio Moraes/G1)
O pai de Marcelo, Rubens Paiva foi morto durante a ditadura (Foto: Flavio Moraes/G1) 
O pai de Marcelo, Rubens Paiva foi morto durante
a ditadura (Foto: Flavio Moraes/G1)
Kucinski e Arida
Os participantes da mesa foram chamados pela mediadora de Fala em "três autores atores, que, cada um a sua maneira, com seus livros refazem essa memória de um tempo que não passou".

No caso de Kucisnki, que apenas recentemente passou a escrever ficção após uma longa carreira como jornalista e professor universitário, uma de suas obras é inspirada no desaparecimento da irmã. Rosa foi presa pelos militares junto do marido, em 1974. Nunca mais foram encontrados.

O episódio inspira a trama o livro "K.", que narra a busca de um pai pela filha que some do mapa. Depois de mencionar o paradoxo do escritor que se promove "às custas de uma tragédia familiar", Kucinski comentou: "O desaparecimento é um método especialmente traumático para as famílias, que não conseguem passar pelo rito do luto, enterrar seus mortos. E é traumático também para a sociedade, porque é como se houvesse um demônio que está levando as pessoas embora e não se sabe da onde".

O ponto de vista do "desaparecido" foi dado por Persio Arida. Antes de ficar conhecido por presidir o BNDES e Banco Central e de participar do estabelecimento do Plano Real, ele foi preso aos 18 anos de idade. Integrava a militância armada.
"Se você é preso e ninguém sabe, matá-lo é facílimo, porque não tem custo. Quando você sabe que alguém sabe que você está lá, de alguma forma isso serve de conforto", comentou Arida, que publicou um longo artigo sobre a detenção e pretende escrever um livro.
O jornalista Bernardo Kucinski, o economista Pérsio Arida e o escritor Marcelo Rubens Paiva (Foto: Flavio Moraes/G1)A partir da esq: Kucinski, Arida e o Marcelo Rubens
Paiva (Foto: Flavio Moraes/G1)
Crítica a Roger do Ultraje
O trio foi perguntado também sobre o relativo desconhecimento que as pessoas têm do que foi a ditadura ou o golpe militar de meio século atrás. "Nosso conhecimento histórico é muito fraco. A falta de noção do que foi esse período é sintoma de um processo mais amplo", observou Arida. "O desconhecimento sobre esse período, que agora finalmente está diminuindo, é parte de um desconhecimento mais amplo sobre o que somos e nossa própria história."

Sobre o mesmo assunto, Marcelo Rubens Paiva usou Roger, líder da banda Ultraje a Rigor, como exemplo desse desconhecimento. "Ele vai até ficar bravo. É meu amigo, escreveu músicas ícones da minha geração e de combate a ditadura, hinos do movimento das Diretas Já", falou. "Hoje, ele tem reações completamente opostas, e acusa a Dilma de terrorista. Se até pessoas que participaram têm essa confusão, imagina os garotos que moram na periferia de grandes cidades, que não têm acesso..."

Kucinski acha que um dos problemas é que "as novas gerações têm muitos poucos pontos de contato com as outras". "Para essa juventude, a ditadura é um capítulo da história do Brasil, remoto, e não tem continuidade com os dias de hoje. Os grupos dominantes que apioaram o golpe e se deram bem com ele ainda são hoje os grupos dominantes", declarou. Foi bastante aplaudido.

E a boa recepção se repetiu no desfecho de sua apresentação e da mesa, quando citou a estratégia adotada pelos militares ao término da ditadura. "Infelizmente, eu tenho de concluir de que a estratégia de 'transiçaã lenta, gradual e segura' foi completa. Conseguiram substituir a ditadura militar por uma ditatura midiática. Conseguiram substituir a dominação pelo pau pela dominação pelo consenso. E la nava va."

Veja o que ainda vem por aí na programação da Flip 2014:

2 de agosto – sábado

15h – "A verdadeira história do Paraíso", com Etgar Keret e Juan Villoro; mediação: Ángel Gurría-Quintana

17h15 – "Tristes trópicos", com Beto Ricardo e Eduardo Viveiros de Castro; mediação: Eliane Brum
19h30 – "Encontro com Jhumpa Lahiri"; mediação: Ángel Gurría-Quintana
21h30 – "Narradores do poder", com David Carr e Graciela Mochkofsky; mediação: João Gabriel de Lima
3 de agosto – domingo
10h – "Ouvir estrelas", com Marcelo Gleiser e Paulo Varella; mediação: Bernardo Esteves

12h – "Romance em dois atos", com Daniel Alarcón e Fernanda Torres; mediação: Ángel Gurría-Quintana
14h – "Os sentidos da paixão", com Almeida Faria e Jorge Edwards; mediação: Paulo Roberto Pires
16h – "Livros de cabeceira" – Convidados da Flip leem e comentam trechos de seus autores favoritos; com: Andrew Solomon, Etgar Keret, Graciela Mochkofsky, Joël Dicker, Juan Villoro, Eduardo Viveiros de Castro, Fernanda Torres e Marcelo Rubens Paiva.

 

Pichadores são mortos por PMs durante invasão a prédio na Zona Leste de SP

Um dos mortos, Alex Dalla Vecchia Costa postava com orgulho as pichações que fazia com amigos em cidades paulistanas

O Dia
Alex Dalla Vecchia Costa em foto postada em sua página pessoal no Facebook
Foto:  Reprodução Facebook
São Paulo - Dois pichadores de Santo André, ABC Paulista, morreram após trocarem tiros com policiais militares em um condomínio localizado na Avenida Paes de Barros, na Zona Leste de São Paulo, na noite de quinta-feira. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, eles foram a óbito no local. A Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso.
Alex Dalla Vecchia Costa, 32 anos, e Ailton dos Santos, 33 anos, invadiram o local por volta das 18h, após serem confundidos com moradores pelo porteiro do edifício. No entanto, quando chegavam ao 19º andar, o zelador percebeu a estranha movimentação e, ao se deparar com a dupla, recebeu a informação de que estavam ali para fazer manutenção do elevador. Desconfiado, ele desceu à portaria e acionou a polícia.
Segundo boletim, os policiais chegaram ao local pouco depois e encontraram, na cozinha de um apartamento do 18º andar, Alex, armado com um revólver calibre .38. Ele teria atirado contra os PMs, que revidaram. Na sequência, Ailton, em um quarto com uma pistola .380, também teria se envolvido em tiroteio e não resistiu aos ferimentos.
A página de Alex no Facebook, repleta de fotos nas quais ele mostrava suas principais pichações, foi invadida por uma série de mensagens de amigos lamentando sua morte. Sua prima Karen Dalla chamou o caso de injustiça, afirmando que ele "nunca teve uma arma". "Era um homem que saia todo dia pra trabalhar em busca do sustento dos filhos, da mulher e da família e que, apesar de pichar, sempre foi um homem de bem", escreveu.

8.01.2014

Lipoescultura x Lipoaspiração: qual a melhor para você?




Apesar de os nomes serem parecidos, cada procedimento exerce uma função diferente.
Pelos nomes serem parecidos, muita gente confunde a lipoescultura e a lipoaspiração, achando que as duas são a mesma coisa e apresentam o mesmo resultado: mas, acredite, esses são procedimentos bem diferentes.
Segundo o Dr. Alderson Luiz Pacheco, cirurgião plástico,a lipoescultura é um processo um pouco mais complexo: 
“a lipoaspiração é a retirada de parte da gordura localizada, enquanto a lipoescultura é uma forma de refinamento da lipoaspiração convencional: pode se aproveitar a gordura aspirada e usá-la como preenchimento (enxerto) em áreas que necessitem de projeção – como os glúteos ou a face, por exemplo. Por meio do enxerto, a gordura que seria desprezada é reaproveitada oferecendo ao cirurgião a oportunidade de melhorar a silhueta do corpo, deixando-a mais harmoniosa”.
Ambas as cirurgias não apresentam grandes restrições: podem ser feitas por homens, mulheres, jovens, pessoas mais velhas, etc. “Não existe regra que determine a ‘idade ideal’ ou ‘momento certo’ para a realização de uma cirurgia plástica. O que existe é a indicação e aconselhamento do médico”.
O cirurgião ressalta a importância de uma boa avaliação pré operatória, com exames básicos - que podem ser complementados de acordo com cada paciente e muitas vezes em conjunto com outras especialidades como cardiologia, mastologia, anestesiologia, etc. “Além disso, também alerto para a importância de um bom médico, que faça parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Afinal, de nada adianta fazer a cirurgia dos teus sonhos se o médico que vai realizá-la não possui experiência ou formação necessária para isso”.
Além dos cuidados do pré operatório, como escolher um bom médico, fazer os exames corretos, etc., a cirurgia não acaba quando o paciente sai do hospital: os cuidados após o procedimento são extremamente importantes para que o bom resultado seja conquistado – e mantido.
“O paciente é o responsável por cuidar da sua alimentação pós cirurgia, de marcar as drenagens linfáticas e de seguir as recomendações médicas, como não fazer esforço físico por determinado tempo. Essas são atitudes que devem ser tomadas – e respeitadas – pelos pacientes”.
O médico lembra que por mais banal que a cirurgia possa parecer ser, sempre existem riscos que devem ser levados em consideração. “A partir do momento em que a pessoa entra em uma sala de cirurgia, ela sabe que corre riscos. São pequenos, mas existem”. Avisa. Portanto, é de extrema importância levar os conselhos médicos a sério. “Se dissemos que fumar pode prejudicar o estancamento e cicatrização do sangue, por exemplo, não estamos provocando o paciente: e sim o alertando para um cuidado especial que deve ser tomado”.
Alderson Luiz Pacheco  Cirurgião Plástico

Diferença entre Lipoaspiração e Lipoescultura


lipoescultura
Modelagem do corpo através da lipoescultura.

Lipoaspiração X Liposescultura: Principais diferenças. 

A diferença entre lipoaspiração e lipoescultura, além das vantagens de uma e desvantagens da outra, é dúvida frequente em todos os consultórios de cirurgia plástica. A diferença começa pelo nome. Lipoaspiração constitui um termo técnico para o procedimento, diferente do termo lipoescultura, que não passa de um conceito popular.


Lipoaspiração funciona como retirada de gordura localizada.
A lipoaspiração, um dos mais procurados e conhecidos procedimentos de cirurgia plástica consiste, como o próprio nome já diz, em uma sucção de gordura localizada, seja na região abdominal, ou nas coxas, culotes, glúteos, braços, pernas, costas, dentre outras regiões. O procedimento se dá através de finas cânulas introduzidas no corpo por meio de pequenas incisões e na retirada da camada de gordura da região desejada.

A lipoenxertia retira gordura de outras áreas para modelagem do corpo.
A lipoenxertia retira gordura de uma área para colocação em outra.
Para completar a explicação, vou introduzir o termo lipoenxertia, que significa retirar gordura de alguma área e adicionar a outra. Isso normalmente é feito por meio de liposucção (sinônimo de lipoaspiração) e as áreas receptoras mais comuns são os glúteos.
Embora lipoescultura não seja um termo técnico, tem sido usado popularmente para denominar a realização em conjunto de lipoaspiração com lipoenxertia, diminuindo onde está sobrando e aumentando onde está faltando.
Ou seja, o objetivo da lipoaspiração é a retirada de gordura de determinados locais, já o da lipoescultura é melhorar contornos e formas através de enxerto da gordura (lipoenxertia)  já retirada de regiões indesejadas.
Curioso(a) para saber mais sobre o assunto? Continue lendo o nosso blog, ou curta nossa página no facebook e receba o próximo texto em primeira mão!

Veja mais

ESPECIALISTA DÁ DICAS SOBRE O USO DO UMIDIFICADOR DE AR

Especialista dá dicas sobre o uso do umidificador de ar
Especialista esclarece algumas dúvidas sobre o uso do umidificador de ar, e como ele pode ajudar a combater as doenças mais comuns no inverno.

Os jornais não param de noticiar a seca que toma conta de algumas regiões do país, sendo a Região Sudeste uma das mais atingidas. Segundo dados de órgãos especializados, em São Paulo, esta é a pior seca dos últimos 80 anos.

O Dr. Arnaldo Guilherme B. Tamiso, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, esclareceu algumas dúvidas sobre as doenças mais comuns no inverno, as chamadas “ites”, tais como bronquite, rinite e sinusite. Segundo o especialista, a baixa umidade pode agravar os problemas respiratórios da população.

O médico disse que, para amenizar estes desconfortos respiratórios, uma boa opção são os umidificadores de ar. Mas o otorrinolaringologista alerta que é preciso ficar atento para não deixá-lo ligado por períodos longos, uma vez que o excesso de umidade pode colaborar com a proliferação de fungos e bactérias. “O ideal é manter o aparelho ligado em uma intensidade baixa e uma porta ou janela aberta para escape”.

Outra medida mais econômica e efetiva é colocar uma toalha de rosto úmida no quarto de dormir, perto da cama. Já as bacias não são efetivas porque a superfície e evaporação são pequenas. Para finalizar, o Dr. Tamiso ressalta a importância de hidratar o corpo de dentro para fora. “É necessário beber muita água e aplicar soro dentro do nariz para combater o ar seco”, finaliza.


'Umidificador pode ser tão prejudicial à saúde quanto o ar seco', diz médico

Aparellho ligado durante toda a noite pode provocar excesso de umidade.
Rede varejista registrou aumento de 561% na venda de aparelho.

Caroline Hasselmann Do G1, em São Paulo
Umidificador de ar tem restrições de médico para uso durante a noite. 
Umidificador de ar tem restrições de médico para
uso durante a noite
(Foto: Caroline Hasselmann/G1)
O uso excessivo de umidificadores de ar pode ser tão prejudicial à saúde quanto o ar seco, segundo o médico Clystenes Odyr Soares Silva, pneumologista da Escola Paulista de Medicina. Desde o início do inverno, esse recurso vem sempre cada vez mais procurado no comércio para amenizar os efeitos do ar seco.
Dados de uma rede varejista, com 597 lojas no país, registrou aumento significativo na venda de umidificadores de ar desde junho. Se comparado com o mesmo período do ano passado, o mês de junho teve aumento de 561% na venda dos aparelhos. Em julho, o aumento foi de 528% com relação ao mesmo mês de 2009.  A primeira quinzena de agosto registrou 129% de aumento em relação à primeira quinzena de agosto de 2009.
O pneumologista explica que, só existe uma maneira de melhorar o ar seco, que é umidificá-lo. “Por princípio, qualquer método que melhore a umidade do ar é recomendado, seja ele, por exemplo, com balde de água ou umidificador de ar”, diz o especialista.
Mas ele ele explica que os umidificadores de ar requerem atenção, porque podem provocar  excesso de umidificação do ambiente. Segundo ele, um quarto com umidificador ligado 24 horas, por vários dias, pode levar a um excesso de umidade nas paredes e provocar o aparecimento de mofo e bolor. “Isso para quem tem problema respiratório é tão ruim quanto o ar seco”, explica.
Por isso, ele não recomenda dormir com o aparelho ligado durante toda a noite, e afirma que o ideal seria ligá-lo com antecedência de três a quatro horas, e desligá-lo ao deitar-se. “Quando a pessoa for para o quarto, já estará uma situação boa de umidade”, diz. Mas, segundo ele, quem tem o aparelho mais sofisticado, com o timer, pode programar esse mesmo tempo durante o sono, já que o aparelho desliga sozinho.
O ar seco, segundo ele, desidrata as mucosas do nariz, garganta e faringe, e pode levar à inflamação. “Por isso para pessoas com rinite, faringite, sinusite e asma, o ar seco também piora a situação”, explica.
Ele diz que medidas mais simples podem ser usadas para hidratar o ar, sem preocupação. Um balde com água ou uma toalha molhada podem ficar no quarto durante toda a noite. Ele lembra também a importância da hidratação do corpo. “Beber água e hidratar o nariz com soro também são formas de combater o tempo seco”, alerta o especialista.
Tempo seco
O tempo seco atinge regiões de várias partes do país. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a região central do Brasil é a que mais sofre neste época. Há 110 dias não chove no Distrito Federal e a umidade relativa do ar chegou a 12% no dia 4 de setembro. Quando o índice fica abaixo dos 30%, a defesa civil decreta estado de atenção, abaixo dos 20%, é decretado estado de alerta.

Segundo o Inmet, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, oeste de São Paulo, Minas Gerais, Piauí, Tocantins, oeste da Bahia e sul do Pará são os mais afetados pelo inverno seco. O motivo, segundo o instituto, é que, como essas áreas são afastadas do litoral, o clima é seco e isso favorece a baixa umidade. O bloqueio de massa de ar quente e seco nessas regiões impede a chegada de chuva, que traria umidade.

 





O vício das drogas




Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), droga é toda "substância que, quando administrada ou consumida por um ser vivo, modifica uma ou mais de suas funções, com exceção daquelas substâncias necessárias para a manutenção da saúde normal".

Para entender o mecanismo do vício, é preciso compreender os caminhos percorridos pela dopamina no cérebro. A dopamina é o neurotransmissor da dependência. É ela que dispara a sensação de prazer - seja a advinda da ingestão de um prato saboroso, seja a causada pelo uso de um entorpecente. Ao inalar cocaína, por exemplo, o usuário tem seu cérebro inundado de dopamina - daí a sensação de euforia que, em geral, a droga produz. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que o vício era processado exclusivamente nas porções cerebrais associadas ao sistema de prazer e recompensa, ativado em especial pela dopamina. Recentemente, descobriu-se que há outros circuitos envolvidos nesse mecanismo e que a dopamina também os integra. "Graças ao aperfeiçoamento dos exames de neuroimagem, constatamos que os efeitos neurobiológicos das drogas ultrapassam os centros de prazer e recompensa do cérebro e se estendem ao córtex pré-frontal, região associada à analise dos riscos e benefícios, na qual se concentram as tomadas de decisão", afirma a psiquiatra Nora Volkow, diretora do Instituto Nacional de Abuso de Drogas, dos Estados Unidos, e uma das principais autoridades mundiais no assunto. Isso significa que o vício se relaciona também à química envolvida nos processos decisórios e mnemônicos. Em outras palavras, ele está associado tanto ao impulso quanto à memória.

O vício é fruto, em grande parte, de propensão genética. Não fosse assim, todos que algum dia experimentaram algum tipo de droga - do álcool à heroína - se tornariam dependentes. É a genética, ainda, que estabelece o tipo de dependência e a sua intensidade. Estima-se que os fatores genéticos respondam por algo entre 40% e 60% da vulnerabilidade ao vício. Existe um gene específico associado à síntese da enzima monoaminoxidase A, uma das substâncias responsáveis pelo equilíbrio de dopamina no cérebro. Quando há mutações nesse gene, a pessoa se torna mais ou menos vulnerável ao vício. A genética explica também por que existem pessoas com baixos níveis de receptores de dopamina - o que as faz mais suscetíveis ao vício e a achar mais prazerosa a experiência com drogas.

Há dois grupos de pessoas bastante vulneráveis ao vício - os adolescentes e os portadores de distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão e ansiedade. Durante a adolescência, o cérebro sofre mudanças dramáticas. Uma das áreas ainda em maturação é o córtex pré-frontal, associado à tomada de decisões e responsável pelo controle dos desejos e emoções. O uso de substâncias químicas nesse momento de desenvolvimento tende a ter um impacto mais profundo e duradouro no funcionamento cerebral. A maior parte dos dependentes químicos se iniciou no vício - qualquer um deles - na juventude. Entre os usuários de drogas, isso ocorre, em geral, antes dos 21 anos. Quanto aos alcoólatras, antes do.
Os tipos de substâncias
Poucas drogas produzem um efeito tão devastador no organismo quanto a heroína. Derivada da papoula, da qual também se originam o ópio e a morfina, a heroína provoca delírios e uma sensação de torpor no dependente. Ela empresta à realidade contornos de sonho, como se não houvesse problemas e a pessoa pairasse acima do bem e do mal. Com o uso, a droga interrompe a produção da endorfina, a substância que o corpo produz para controlar a dor e proporcionar prazer. Quando o dependente tenta interromper o vício, entra em desespero. Durante a crise de abstinência, ele sente dores tão fortes que não consegue realizar atos corriqueiros, como dormir, trocar de roupa ou tomar banho; o coração dispara e corre-se o risco de um colapso. O organismo não consegue mais regular a temperatura e o dependente passa a suar muito ou sentir calafrios. A metadona é a única substância conhecida, exceto a própria heroína, que pode aliviar a síndrome de abstinência dos dependentes. A heroína pode ser injetada, tragada ou inalada. A terceira forma é a mais comum, porque não deixa marcas e evita o risco de contaminação pelo vírus da Aids, o HIV. A diferença entre a quantidade necessária para causar algum efeito e a dose fatal é muito pequena - o que explica o número elevado de mortes por overdose.
A cocaína é popularmente encontrada em pó, geralmente branco, obtido de uma pasta feita com folhas de coca, um tipo de arbusto sul-americano que, na década de 80, tornou-se uma coqueluche mundial. Entre os efeitos agudos da droga estão uma sensação de euforia logo nos primeiros minutos, seguida de disforia, um aumento das percepções sensoriais e da auto-estima e a diminuição do sono e do apetite. A droga prejudica o funcionamento do cérebro como um todo, mas estudos mostraram que ela compromete principalmente o lobo frontal. Essa região é responsável, entre outras funções, pela criatividade, pelo controle da impulsividade e pelo senso crítico, o que explicaria alguns comportamentos muito comuns entre os viciados, como as mudanças repentinas de humor e surtos de agressividade. A droga também é um potente vasoconstritor, ou seja, ela provoca uma contração das artérias, especialmente as cerebrais. Dessa forma, sobra menos espaço para o sangue circular. Além disso, a constrição agride as paredes dos vasos e as deixa mais vulneráveis à pressão feita pelo fluxo sangüíneo. Com isso, a probabilidade de um derrame aumenta. Ou de vários pequenos derrames que, embora muitas vezes imperceptíveis, podem ter um efeito devastador se somados ao longo do tempo - alguns especialistas afirmam que esses miniderrames são os responsáveis pela perda gradativa de atividade cerebral notada entre os usuários. O principal fator de risco para o desenvolvimento de seqüelas é o tempo de exposição à droga, e não a quantidade que se utiliza. Ou seja, quanto maior o tempo de consumo de cocaína, maiores os prejuízos para o cérebro.
O crack surgiu em meados dos anos 80, quando a política de repressão às drogas acabou criando uma nova maneira de se preparar a cocaína. A droga chegou ao Brasil no início dos anos 90 e, dois anos mais tarde, já marcava presença nas maiores cidades do país. As pedras de crack são obtidas pela mistura de pasta de coca, água e bicarbonato de sódio. Tudo isso é aspirado numa espécie de cachimbo. A droga é considerada a forma de cocaína mais capaz de causar consumo compulsivo e dependência. Para os traficantes, o crack é vantajoso por ser mais barato, mais fácil de transportar do que o pó e muito mais potente. O efeito da droga começa quinze segundos após a primeira aspiração. Em um mês, em média, cria-se a dependência.
O princípio ativo da maconha, droga produzida a partir da planta Cannabis sativa, é o THC, sigla de tetrahidrocanabinol. É ele o responsável pelas sensações de relaxamento e desinibição experimentadas por quem fuma a erva. A fome que todo usuário sente depois de fumar - a popular "larica" - também é obra do THC. Na década de 60, um cigarro da erva continha 0,5% de THC. Recentemente, estudos americanos apontaram para níveis de até 5%. Há ainda o skank, a supermaconha desenvolvida em laboratório, com 20% de THC. Por causa dessas altas taxas de princípio ativo, a maconha hoje vicia mais e inflige danos ainda maiores ao organismo. O uso freqüente da droga diminui a coordenação motora, altera a memória e a concentração e pode levar o usuário a crises de ansiedade e depressão. Além disso, aumenta o risco de infecções e inflamações nas vias respiratórias e contém substâncias cancerígenas - o THC é apenas um dos 400 compostos químicos encontrados em um cigarro de maconha.
O LSD (abreviação de dietilamina do ácido lisérgico) foi descoberto pelo químico suíço Albert Hofmann em 1938, que estudava aplicações medicinais de um fungo de cereais. Nos anos 60, a droga popularizou-se e virou símbolo da contracultura. Consumido em pastilhas, ela cai no sangue depois de ser absorvida pelo estômago e chega ao sistema nervoso central, causando alucinações e distorção das imagens. Também aumenta a sensibilidade tátil e auditiva. Seu feito pode durar de algumas horas a um dia e os riscos ao organismo vão de taquicardia, surtos psicóticos à degeneração de células cerebrais e convulsões. Atualmente, a droga costuma vir acrescida de grandes doses de anfetamina, para atender àqueles que querem sacolejar nas pistas de dança.
O ecstasy, ou MDMA, é um tipo de metanfetamina, substância estimulante do sistema nervoso central. Mistura de alucinógeno com anfetamina, é conhecido como "droga do amor" ou simplesmente "E". Sintetizada em 1912, a droga já foi usada como moderador de apetite e até como desinibidor em sessões de psicoterapia, mas acabou proibida nos anos 80. Seu uso causa sensação de euforia, gerada pela descarga de serotonina - neurotransmissor ligado ao prazer e ao bem-estar - que ela produz no cérebro. Mas também acelera os batimentos cardíacos, eleva a temperatura corporal e desidrata o organismo, o que leva o usuário a consumir muita água. Passado o efeito da droga, geralmente ocorre uma sensação de depressão que dura cerca de dois dias. Há casos de usuários que, para evitar essa reação, consomem a droga cada vez com mais freqüência, o que leva à dependência.
Há outras drogas sintéticas que compõem com o ecstasy o grupo das chamadas club drugs. O GHB, sigla para ácido gama-hidroxibutírico, ou ecstasy líquido, alucinógeno diluído em água ou no álcool, é uma delas. Vendido sob a forma de pó ou já diluído em água, o GHB é incolor, não tem cheiro e o gosto é levemente amargo. Por ser consumido sob a forma líquida, começa a fazer efeito em, no máximo, meia hora - contra as duas horas exigidas pelo ecstasy. Se misturado com álcool, como geralmente acontece, o GHB fica bem mais potente. E perigoso. Seus malefícios vão das náuseas e vômitos ao risco de morte. Outro item da lista é a ketamina, ou Special K, anestésico veterinário do qual se extrai um pó branco para ser aspirado. Os especialistas também alertam para o avanço de uma droga desse mesmo grupo, com altíssimo poder de gerar dependência química. Trata-se do crystal, metanfetamina quase quatro vezes mais devastadora do que a cocaína.
Até as década de 50 e 60, quem tinha problemas para dormir costuma contornar o problema com barbitúricos. Porém, mais tarde, descobriu-se que a ingestão excessiva desses soníferos acarreta sérios risco à saúde. Numa overdose de remédios à base de barbitúricos, a pessoa costuma sofrer uma parada cardíaca. Se tiverem sido misturados a álcool, formam um coquetel ainda mais explosivo. Um potencializa o efeito do outro, deprimindo o sistema nervoso central e podendo levar ao coma profundo. O vício é outro risco, cuja síndrome de abstinência traz dores, tremedeiras, crises súbitas de choro, apagões, uma depressão aguda e a sensação de pânico. Hoje os barbitúricos são pouco receitados, apenas como antiepilépticos. Seus sucessores foram os benzodiazepínicos, que, apesar de colocarem os insones para dormir, proporcionam um sono não muito proveitoso. Muitos usuários acordam com uma sensação de embriaguez que os acompanha durante todo o dia. Os benzodiazepínicos agem no hipotálamo, no hipocampo e nas amígdalas. É essa ação indiscriminada que leva às sensações inebriantes no dia seguinte e aumenta o risco de dependência. Na década de 90, tratamentos mais seguros contra a insônia surgiram no mercado, mas os benzodiazepínicos continuam sendo comercializados.
O cigarro também é considerado uma droga. Só que lícita, como o álcool. Todos os anos 4 milhões de pessoas no mundo morrem vítimas de doenças associadas ao fumo. O tabagismo está entre os principais fatores de risco para infartos, derrames, diabetes e vários tipos de câncer, entre outros males. Um único cigarro contém 4.700 substâncias, mas apenas uma causa dependência: a nicotina. Depois de uma tragada de cigarro, ela demora apenas nove segundos para chegar ao cérebro e desencadear a liberação de dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. Isso resulta em dependência química. Pesquisas indicam que mais da metade dos fumantes gostaria de largar o vício: a maioria não consegue pela dependência, mas também pelo hábito. Fumar é um hábito arraigado ao dia-a-dia do fumante.
O álcool não é uma droga para a maioria das pessoas, mas pode ter efeitos desastrosos para até 15% das pessoas, aquelas que se tornam dependentes físicas e mentais da substância. Seu consumo, principalmente na adolescência e na juventude, deixa marcas indeléveis no cérebro. Ao entrar no organismo, o álcool vai direto para o sangue. De lá, migra para o fígado, onde é metabolizado, e para o cérebro. Quando o fígado não consegue desintoxicar-se por inteiro, produz-se a ressaca. E quando é alta a quantidade de álcool que vai para o cérebro, sem passar pelo metabolismo, vem o famoso "porre". Os efeitos a longo prazo são bastante indesejáveis. Eles variam de déficits de aprendizagem, falhas permanentes de memória, dificuldade de autocontrole a ausência de motivação e lesões graves no fígado. O abuso de álcool na juventude faz com que o jovem fique cinco vezes mais propenso a se tornar alcoólatra na idade adulta.

Para saber mais
outras drogas



Os tratamentos
O uso repetido de drogas muda a forma como o usuário se relaciona com o mundo. Além de alterar as emoções, compromete a capacidade de cognição e os reflexos motores. A boa notícia é que o cérebro tem uma capacidade extraordinária de se recuperar dos danos causados pelo vício. Quanto antes uma pessoa inicia o tratamento, melhor. É mais difícil tratar alguém que foi dependente de cocaína por trinta anos do que quem usa a droga há três. O mesmo vale para outras substância, como nicotina e álcool. Os especialistas são unânimes em afirmar que não existem tratamentos eficazes que durem menos de noventa dias. Os exames de neuroimagem mostram que esse é o período de maior propensão a recaídas, porque o cérebro permanece mais vulnerável ao longo dos três meses seguintes à última vez em que se utilizou a droga.
Um enorme salto na busca pelo tratamento da dependência foi dado a partir do momento em que o vício deixou de ser visto como uma doença da alma - uma fraqueza de caráter que impinge a suas vítimas comportamentos autodestrutivos - e começou a ser encarado como um distúrbio cerebral. Ele decorre de um desequilíbrio químico e altera os circuitos de recompensa e prazer, tomada de decisões, controle inibitório e aprendizado. Trata-se, como se vê, de um problema complexo. A luta contra o vício costuma ser marcada por recaídas e fracassos. Alguém que decida parar de fumar, por exemplo, faz, em média, oito tentativas até largar de vez o cigarro. A vareniclina, a mais nova arma de combate ao tabagismo, está longe de ser a solução mágica contra o problema, mas representa um avanço espetacular: se associada à terapia cognitivo-comportamental, sua taxa de sucesso chega a dobrar. A substância atua nos mecanismos cerebrais da dependência, bloqueando a sensação de prazer proporcionada pela nicotina.
A combinação com terapias psicológicas é essencial para ajudar o dependente a reprogramar o cérebro para a nova vida, longe do vício. Veja-se o caso do grupo Alcoólicos Anônimos (AA). Há mais de setenta anos, muito tempo antes de a ciência começar a desvendar os mecanismos do vício, o AA já ajudava muita gente a se livrar da bebida. Ainda assim, o índice de sucesso de terapias como a do AA segue uma média internacional ao redor de 20% ao fim de um ano. Com a ajuda de um remédio contra o alcoolismo como o acamprosato, no entanto, esse índice pode chegar a 45%.
O arsenal contra a dependência química deve, sem demora, receber reforços. Nos Estados Unidos, estão em estudo duas centenas de novas medicações para combater os mais diversos vícios, do cigarro ao álcool e drogas pesadas até comportamentos compulsivos. Duas vacinas - uma contra a dependência de nicotina e outra para deter o uso da cocaína - devem passar a ser comercializadas nos próximos anos. Também está em fase avançada de testes clínicos um remédio para o tratamento do vício em álcool e metanfetaminas, como o ecstasy. O medicamento funcionaria como um interruptor nos processos de compulsão.
Os especialistas chegam a afirmar que a medicina viverá uma revolução no tratamento de todo e qualquer tipo de vício ao longo da próxima década. A chave desse avanço está na compreensão dos caminhos percorridos pela dopamina no cérebro. Até pouco tempo, acreditava-se que o vício era processado exclusivamente nas porções cerebrais associadas ao sistema de prazer e recompensa, ativado em especial pela dopamina. A grande novidade é a descoberta de que há outros circuitos envolvidos nesse mecanismo, como os processos decisórios e mnemônicos, e de que a dopamina também os integra. Com base em descobertas nesse sentido, as pesquisas passaram a dar menos ênfase ao sistema de recompensa e mais aos processos de formação e consolidação da memória do uso de substâncias psicoativas. Há um remédio contra a cocaína em fase adiantada de estudos que atua nesse processo - cujos resultados até agora são bastante promissores. Ao agir sobre os níveis de dopamina, ele corta a relação entre lembrança e vontade de usar a droga.

Uso terapêutico
Quando se fala do uso terapêutico das drogas, refere-se principalmente à maconha. Embora comprovadas, as propriedades terapêuticas da erva são ainda pouco conhecidas. Sabe-se que, em certos casos, a droga tem efeitos analgésicos e abre o apetite, promovendo a recuperação de peso em doentes terminais de Aids e câncer. Ela é eficaz ainda no combate ao enjôo e ao vômito, sintomas que aparecem em praticamente todo tipo de tratamento quimioterápico. Também reduz o enrijecimento muscular dos portadores de esclerose múltipla e há casos registrados de melhora em pacientes epiléticos. As pesquisas sobre a droga são, no entanto, limitadas. Os críticos da idéia argumentam que as ainda pouco estudadas propriedades terapêuticas da erva podem, em alguns casos, levar à dependência e deflagrar quadros graves de depressão e de esquizofrenia em pessoas com propensão a esses distúrbios psiquiátricos.

Para saber mais e onde procurar ajuda: