Paolla Oliveira se desliga das mocinhas e solta sua sensualidade em minissérie
Atriz promete surpreender na pele de uma universitária lésbica, que ganha a vida como prostituta em ‘Felizes Para Sempre?’
Flavia Muniz
Rio - Esqueça a choradeira das mocinhas
sofridas. Agora, Paolla Oliveira é quem dará as cartas e fará um bocado
de gente debulhar-se em lágrimas. No jogo de traição, mentira e
assassinato que envolve a minissérie ‘Felizes Para Sempre?’, de Euclydes
Marinho, no ar amanhã, na Globo, a atriz promete surpreender na pele de
uma universitária lésbica, que ganha a vida como prostituta de luxo.
'O amor é um sentimento forte e tão nobre... As pessoas precisam ser livres para amar'
Foto: Márcio Mercante / Agência O Dia
“Estou encarando essa aposta com
muita responsabilidade. Mas preciso confessar que isso tudo também dá um
frio na barriga. Eu me dediquei bastante a esse trabalho e espero que o
público goste do resultado tanto quanto eu gostei de fazê-lo”, diz
Paolla, que, na obra, é dirigida por Fernando Meirelles.
Denise para os íntimos, Danny Bond
para os clientes, a personagem misteriosa abusa da sexualidade para
fisgar suas presas. “As cenas mais íntimas foram feitas com muito
cuidado e serão mostradas da mesma forma. Elas estão inseridas no
contexto da trama, existem por um propósito e também nos ajudam a contar
a história. Por tudo isso, lidei de forma natural. Estou pronta para
fazer o que a personagem pedir. Procuro ter dedicação e profissionalismo
em todos os meus papéis. Mas é claro que, enquanto algumas cenas são
mais tranquilas, outras exigem do ator uma concentração maior”, explica.
E engana-se quem pensa que a personagem caiu no
colo da atriz. Paolla disputou a vaga até levar a melhor. “Eu estava
disposta a fazer um papel que me desafiasse e passei por vários testes
até conseguir. Personagens diferentes e complexos como a Denise são
muito desejados, mas acredito que o desafio pelo desafio não tem
propósito. O que vale é a oportunidade de tentar se reinventar e contar
uma boa história. É a oportunidade de sair da zona de conforto. Por isso
insisti bastante para conseguir esse papel”, conta.
As chamadas da trama na TV, em que a atriz aparece de calcinha
fio-dental e em cenas apimentadas, dá uma boa noção do quão despudorada é
Denise. E as imagens tentadoras não têm instigado só o público. Segundo
ela, seu marido, o ator Joaquim Lopes, também aprovou: “Tanto ele
quanto eu gostamos muito.”
Na minissérie, a avassaladora Danny Bond chega
na vida do casal Marília (Maria Fernanda Cândido) e Cláudio (Enrique
Diaz) para tentar reacender a chama do casamento deles. Por conta de uma
grave crise no relacionamento, os dois recorrem à terapia e Marília
descobre que o marido tem a fantasia de transar a três. Decidida a
reconquistar seu homem, a restauradora de obras de arte topa, mas recua
na hora ‘H’. Cláudio, completamente rendido à sedução de Danny Bond,
inicia um caso com a prostituta, sem se dar conta de que, às escondidas,
Denise também acaba conquistando a mulher dele. O que levou Paolla e
Maria Fernanda a rodarem takes de tirar o fôlego.
“Mais do que qualquer coisa, acredito que as
personagens descobrem uma nova forma de amor, uma nova maneira de ver a
vida. No caso da Marília, ela restabelece o amor próprio também. Assim
como as relações de amor nunca são simples, essa também não será e, no
fim das contas, as duas acabam sendo pegas de surpresa”, entrega
Paolla.
Cenas quentes da atriz com Enrique Diaz (Cláudio) na minissérie
Foto: Reprodução
Paralelamente a esse triângulo
amoroso está Daniela (Martha Nowill), namorada de Denise, que nem
imagina que a estudante de moda sustenta a casa vendendo sexo. Sobre o
tão comentado beijo gay, Paolla não levanta polêmica: “O amor é um
sentimento forte e tão nobre... As pessoas precisam ser livres para
amar. Acredito que não podemos julgar a relação de ninguém, mas sim
respeitar. O que está sendo percebido não é simplesmente um beijo gay, é
a relação de amor entre duas pessoas. Isso é o que vale e faz com que o
beijo ou a transa se tornem secundários.”
Para essa dose cavalar de sensualidade e
complexidade da personagem, a artista buscou referências em grandes
sucessos da telona, como ‘Azul é a Cor Mais Quente’, que conta a paixão
de duas meninas com cenas intensas de sexo e nudez. “Me inspirei
bastante no cinema e em diversas produções. Assisti, por exemplo, a
série ‘House Of Cards’, por conta de uma personagem que me interessa
muito por sua agilidade de raciocínio. Também me inspirei em ‘Chloe’
(filme no qual uma mulher contrata uma prostituta de luxo para seduzir o
marido e testar a fidelidade dele), e ‘Azul é a Cor Mais Quente’,
porque são histórias que apresentam relações de amor mais complexas”,
destaca a atriz.
Mas antes mesmo de estrear, a minissérie já
sofreu um corte do Ministério da Justiça. “Por causa da classificação
indicativa, nos pediram para tirar algumas imagens e textos,
principalmente referentes a sexo e drogas. São as regras da teledifusão
no Brasil. O fato é que a TV aberta precisa de alguns parâmetros,
gostemos ou não”, justifica o diretor Fernando Meirelles no site da O2
Filmes, produtora responsável pela atração.
Voltando ao casal em crise, Paolla prefere
abster-se de qualquer opinião sobre os motivos que levam uma pessoa a se
submeter aos maiores sacrifícios para manter uma relação: “Cada caso é
um caso, não é possível generalizar. As pessoas têm o direito de fazer
escolhas. Em situações assim, não existe o certo e o errado.” Para ela, o
‘felizes para sempre’ fica melhor mesmo nos contos de fadas: “Acredito
que felicidade acontece a cada dia, a cada momento de nossas vidas. E é
isso que faz valer a pena.”
Mais do que despertar um desejo incontrolável
em Marília e Cláudio, Danny Bond vai devastar a vida de toda a família
Drummond, e é aí que um crime passional acontece. Cinco casais,
incluindo a garota de programa, têm motivos para matar e morrer: “Todos
na série não são bem-resolvidos. São personagens que guardam mágoas,
mentem, têm um tanto de egoísmo e outro tanto de resignação, sentimentos
que tornam as pessoas passionais. Ser misteriosa e abusada, como a
Denise, é motivo suficiente para as duas ações.”
Rotulada pelo público como heroína e mocinha,
Paolla viu na prostituta de luxo a chance de se renovar. “O que me leva a
escolher um papel é o quanto ele me traz coisas novas, o quanto eu
posso me modificar, aprender, estar presente. Só a possibilidade de
poder fazer esse trabalho já me fez feliz, então todo o processo dos
testes, do encontro com o Fernando (Meirelles), com a Fátima Toledo
(preparadora de elenco), tudo isso já foi me fazendo dizer “sim” por
dentro. Fiquei feliz com as pessoas com quem pude trocar experiências,
com as pessoas novas que entraram na minha vida, pessoas que já estão
dentro de um universo que eu ainda desejo muito, que é o cinema”,
pontua.
Depois de enfrentar o efeito sanfona e assumir
que é uma mulher de curvas bem moldadas, Paolla volta à cena com um
corpo ainda mais invejável, apesar de jurar que não fez nada além dos
cuidados de rotina. Com um marido como Joaquim, expert na cozinha, ela
confessa que não dá para fazer uma dieta radical: “Não mesmo. Mas
procuro sempre estabelecer e manter alguns limites, tanto para o bem da
saúde física quanto da emocional. Afinal, comer também é um prazer.” O
universo gay tem permeado a relação dos dois ultimamente.
Enquanto ele interpreta o homofóbico Enrico na
novela ‘Império’, ela faz uma lésbica em ‘Felizes Para Sempre?’.
“Conversamos sobre o assunto como qualquer outro casal, como um tema
normal na vida. Não há qualquer tipo de preconceito ou foco de um
trabalho polêmico nessas conversas.” QUEM É QUEM NA MINISSÉRIE MARÍLIA
(Maria Fernanda Cândido). Apaixonada e disposta a tudo para salvar o
casamento com Cláudio (Enrique Diaz), um advogado canastrão e
mulherengo. OLGA
(Cássia Kis Magro). Fotógrafa, aventureira e sedutora. Foi casada três
vezes, mas gosta de viver sozinha. Voltou para o Brasil para repensar a
vida e reaproximou-se de Dionísio (Perfeito Fortuna). Tem uma filha. DIONÍSIO
(Perfeito Fortuna). Casado com Norma (Selma Egrei) há 46 anos é
apaixonado e fiel, mas vai se reaproxima do grande amor do passado, Olga
(Cássia Kis Magro). É pai de Joel (João Baldasserini), Cláudio (Enrique
Diaz) e Hugo (João Miguel). NORMA
(Selma Egrei) é professora de sociologia da Universidade de Brasília,
inteligente e mulher de fibra. Será traída e cairá em tentação. SUSANA
(Caroline Abras). Casada com Joel (João Baldasserini), tentará se
divorciar para ficar com Buza (Rodrigo dos Santos). É professora de
pilates. JOEL
(João Baldasserini). Filho adotivo de Norma (Selma Egrei) e Dionísio
(Perfeito Fortuna), não se conforma com a traição de Susana (Caroline
Abras). JUNIOR
(Matheus Fagundes). Filho de Tânia (Adriana Esteves) e Hugo (João
Miguel). É engajado politicamente e repudia o tio Cláudio (Enrique
Diaz). Vai se envolver com Mayra (Silvia Lourenço), muito mais velha do
que ele. HUGO
(João Miguel). É amoroso com a família e deseja ter mais um filho com
Tânia (Adriana Esteves), até descobrir que ela o traiu e que Junior não é
filho dele. Tânia é cirurgiã plástica, que vive para o trabalho e não
corresponde o amor do marido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário