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1.12.2015

Tenho um problema: Devo tomar medicação ou fazer algo para resolvê-lo?

Você anda ansioso, deprimido, triste, stressado, não consegue dormir bem, sente-se agitado o tempo todo? Deve tomar medicação ou fazer alguma coisa para tentar resolver esse mal-estar incapacitante? Às vezes, a intervenção mais importante que um terapeuta pode fazer é convencer um cliente a ter que tomar medicação psicotrópica. Alternativamente, às vezes pode ser crucial desencorajar algumas pessoas a buscar soluções médicas para os seus problemas emocionais. Como é que você pode saber que direção tomar quando confrontado com esta dualidade terapêutica?

EXISTE SEMPRE OPÇÃO DE ESCOLHA

A boa notícia é que nenhuma  das duas decisões é irreversível. Se a medicação psicotrópica não surtiu o efeito desejado (recuperação do problema), sendo que usualmente é a primeira opção que a grande maioria das pessoas opta, existe sempre a possibilidade de recorrer  à abordagem psicológica preferencialmente através da  Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que geralmente leva a resultados positivos. Inversamente, se inicialmente optou pela abordagem psicológica  e esta não  produziu resultados suficientes, aliar  a terapia psicológica com medicação apropriada pode produzir um excelente resultado . De facto, a sinergia da TCC combinada com a medicação pode resultar em progressos mais rápidos e duradouros.
Ainda assim, como é que você pode saber se um problema exige a “toma de alguma medicação” ou “fazer algo para resolvê-lo”, ou, como sugerido acima, o tratamento combinado? Primeiro, deixe-me esclarecer que “fazer algo para resolver o problema”, seja um problema pessoal ou um problema psicológico, refiro-me especificamente à abordagem psicológica tendo por base a Terapia Cognitivo-Comportamental, porque há uma quantidade impressionante de pesquisas científicas validando a sua eficácia,  indicando que é o tratamento não-médico mais escolhido para a maioria dos problemas psicológicos. Na verdade, uma série de pesquisas recentes de neuro-imagem têm demonstrado que as alterações no metabolismo do cérebro que são produzidas por medicamentos são também “produzidos” pela TCC.

A MEDICAÇÃO PODE SER ÚTIL, MAS QUASE SEMPRE TEMPORARIAMENTE

No entanto, se alguém está sofrendo de transtorno bipolar, doença psicótica, depressão maior com pensamentos suicidas, transtorno obsessivo-compulsivo incapacitante, ou ataques de pânico extremos, geralmente é necessário iniciar o tratamento com medicação apropriada. Mas,  uma vez que os sintomas mais incapacitantes tenham desaparecido, a pessoa pode beneficiar muito se for acompanhada com terapia psicológica (TCC).  Em muitos casos, a medicação pode e deve ser reduzida e, por vezes interrompida completamente.

A MEDICAÇÃO É CONTRAPRODUCENTE EM ALGUMAS CONDIÇÕES INCAPACITANTES

Se uma pessoa está sofrendo devido ao stress da vida diária, se tem alguns problemas relacionados com a ansiedade, tendo dificuldades para gerenciar alguns eventos de vida significativos, ou está lutando com problemas de relacionamento, alerto para o facto que a medicação não deve ser uma consideração imediata (é minha opinião que não deve ser a primeira escolha). Pelo contrário, a aprendizagem adaptativa de estratégias de enfrentamento, técnicas de relaxamento, reestruturação cognitivamudança de crenças inadequadas, habilidades sociais, habilidades de resolução de problemas e/ou técnicas de regulação emocional devem ser a primeira linha de tratamento.

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