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2.23.2015

Adolescentes britânicas já cruzaram fronteira da Síria para se juntar ao Estado Islâmico As três jovens, duas de 15 e uma de 16 anos, viajaram furtivamente, sem falar com famílias

 





Câmeras de segurança gravaram as garotas indo para o 
Aeroporto de Gatwick - REUTERS

LONDRES E ISTAMBUL — Apesar dos esforços internacionais para 
localizar três adolescentes britânicas que viajaram para se juntar ao
grupo fundamentalista islâmico Estado Islâmico (EI), fontes da 
Inteligência da Turquia afirmaram, neste domingo, que elas 
cruzaram a fronteira para a Síria na sexta-feira.
 Amira Abase e Shamima Begum, ambas de 15 anos, 
e Kadiza Sultana, de 16, entraram em território sírio de carro,
 e teriam ido para a cidade de Tal Abyad, controlada pelo EI.
— Elas foram vistas em Tal Abyad na sexta-feira. 
Estavam viajando com um homem sírio em um carro particular. 
Eles estavam usando cartões de identidade sírios 
— contou uma fonte da Inteligência turca.
As três meninas, todas alunas da Bethnal Green Academy,
 em Londres, tinham voado do Aeroporto de Gatwick 
para Istambul na terça-feira, durante as férias de meio
 de ano letivo, no inverno europeu.
Em dezembro passado, as menores chegaram 
a ser interrogadas pela polícia, depois que uma amiga 
delas, de 15 anos, foi para a Síria. A Scotland Yard insiste,
 porém, que não havia qualquer indício de que as
 três pretendiam seguir os passos dessa amiga.
O pai de Amira, Hussen Abase, de 47 anos, disse não 
ter notado nada de estranho no comportamento da filha, 
quando ela lhe falou que iria a um casamento. 
Em vez disso, Amira seguiu para Gatwick.
— Ela não se atreveria a discutir uma coisa
 dessas com a gente. Sabe qual seria a resposta
 — contou Abase a jornalistas.
Utilizando uma conta no Twitter em nome de Shamima 
Begun, alguém teria entrada em contato com 
Aqsa Mahmud, uma mulher de Glasgow que embarcou 
para a Síria no ano passado para se casar com um 
combatente do EI. A família Mahmud condena 
firmemente a decisão da filha e critica a falta de 
ação das autoridades por permitir que outras 
meninas sejam convencidas.
— Agora, ela (Aqsa Mahmud) está recrutando outras jovens
 — criticou o advogado da família, Aamer Anwar, em entrevista
 à rede BBC, neste domingo.
 — E a família pergunta: o que estão fazendo, 
exatamente, os serviços de segurança deste país?
Especialistas em contraterrorismo avaliam que cerca de 
50 mulheres deixaram O Reino Unido rumo à Síria
 para se juntar ao EI. A cada dia, surgem mais histórias 
sobre as “noivas da jihad” nos tabloides britânicos. 
Na tentativa de conter esse fluxo, uma nova lei permite reter
os passaportes de britânicos suspeitos de pretenderem
 viajar para a Síria, ou para o Iraque.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron,
já anunciou que planeja introduzir novas medidas,
como aumentar as revistas nos aeroportos, e pediu 
às escolas e universidades que ajudem a identificar
 os estudantes em risco de serem cooptados. 
Os analistas advertem que também é necessário 
dirigir os esforços contra a propaganda que chega pela internet.
Nessa mesma linha, a ex-ministra Sayeeda Warsi 
— primeira muçulmana a integrar o governo britânico
 até renunciar em protesto contra a política do Executivo 
conservador em relação à Faixa de Gaza
 — também alertou para o papel da internet na 
radicalização dos jovens muçulmanos:
— Não se faz um terrorista em um dia.

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