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2.03.2015

Exame reprova mais da metade dos novos médicos de SP

Vaiaram os médicos cubanos, mas não são superiores à eles  

Prova do Conselho Regional de Medicina é obrigatória para quem deseja trabalhar no Estado, mas registro não depende da nota do aluno

Atendimento médico
Médicos: 55% dos formandos não atingiram o percentual mínimo de acertos (Getty Images)
Mais da metade dos recém-formados em medicina no Estado de São Paulo foi reprovada no exame do Conselho Regional de Medicina (Cremesp) de 2014, segundo resultados divulgados pelo órgão nesta quinta-feira. Dos 2.891 egressos de escolas médicas paulistas que fizeram a prova, 55% não conseguiu atingir o porcentual mínimo de acertos, de 60%.
Há três anos, a prova é obrigatória para quem pretende trabalhar como médico no Estado de São Paulo. O registro, no entanto, não depende da nota. O índice de reprovação de 2014 é levemente inferior ao do exame de 2013, quando 59% dos candidatos foram reprovados, mas ainda é considerado preocupante pelo conselho.

"É uma surpresa desagradável saber que os alunos saem da faculdade sem saber coisas básicas. E ao mesmo tempo nos dá uma sensação de impotência porque não podemos impedir que esse profissional incompetente exerça a profissão", diz Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp. Ele se refere ao fato de que, pela legislação brasileira, para conseguir o registro do órgão, basta que o recém-formado participe do exame, independentemente do seu desempenho.

Para o conselho, a principal causa do desempenho ruim é a baixa qualidade da formação médica. "As escolas nem sempre têm corpo docente qualificado, hospital escola, laboratórios, biblioteca", diz Renato Azevedo, diretor primeiro-secretário do Cremesp.

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As áreas de conhecimento com o maior número de erros foi clínica médica, ciências básicas e pediatria. "São exatamente as áreas que esses novos médicos vão trabalhar quando saem da graduação. Esses profissionais mal formados geralmente não passam na prova da residência e vão atender em pronto-atendimentos ou pronto-socorros", diz Luna Filho.

O órgão defende um exame nacional que condicione a emissão do registro ao desempenho do profissional e estuda adotar um monitoramento anual dos reprovados no exame.

Faculdades — Os alunos vindos de universidades públicas tiveram melhor desempenho no exame do que os que estudaram em escolas particulares. Enquanto no primeiro caso, o índice de reprovação foi de 33%, no segundo, chegou a 65,1%.

Das trinta escolas médicas existentes no Estado, vinte não atingiram a pontuação mínima, a maioria privada. Das dez faculdades que tiveram desempenho aceitável, sete são públicas. O Cremesp não divulga o resultado por escola.

(Com Estadão Conteúdo)

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