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2.08.2015

Kelly Key volya à cena em versão africana e sensual

Depois de cinco anos sem gravar, a artista retorna ao cenário artístico cantando kizomba e sem urgência de fazer sucesso

Regiane Jesus
No CD ‘No Controle’, Kelly canta o ritmo africano que conhece há 14 anos
Foto:  Ernestto Carriço/ Agência O Dia
Rio - Muito antes de Anitta deixar todo mundo babando com o seu ‘Show das Poderosas’, Kelly Key levou os marmanjos ao delírio ao mostrar que a criança cresceu em ‘Baba Baby’, um dos maiores sucessos da carreira, iniciada em 2001. Agora, a tal criança, que é uma mulher às vésperas de completar 32 anos, está de volta lançando um novo trabalho, o CD ‘No Controle’. O retorno vem com direito a uma roupagem diferente da que lhe rendeu milhões de cópias vendidas e uma capa da revista ‘Playboy’.
“É natural que a gente amadureça. Consegui minha independência financeira e tudo o que todo mundo almeja: sucesso na vida, tanto na área profissional quanto na pessoal. Não depender da música é muito importante para eu fazer o que gosto e não ter que me render ao que mais vende. Lá atrás, eu não tinha voz com a minha gravadora. A primeira coisa que eu fiz por vontade própria foi ‘Barbie Girl’. O ‘No Controle’ não é uma coisa descartável, nem de momento, é um trabalho pensado que estou fazendo sem urgência comercial”, diz ela.
O discurso dá margem a imaginar que o passado não é visto com bons olhos. “Pelo contrário! Tenho muito orgulho da minha carreira, não tenho vergonha de nada. Canto todos os meus sucessos nos shows. Nessa hora, passa um filme para os fãs e para mim também. Eu não me arrependo de nada, tudo foi importante para construir o ser humano que eu sou hoje. O que estou falando não é hipocrisia, é pura verdade”, afirma.
Se não havia nada de errado com o passado de Kelly, teria sido um declínio nas vendas de CD’s e shows o fator que a levou a sair de cena por um tempo ? “O mercado sempre me recebeu bem, nunca deixei de fazer sucesso como cantora, mas fui convidada para fazer TV e queria uma coisa que me desse rotina para eu poder acompanhar mais de perto o dia a dia dos meus filhos. E eu fui muito feliz na Record esses cinco anos”, frisa a também compositora, que participou de programas como ‘Hoje em Dia’ e ‘Ídolos Kids’.
O que Kelly jura não fazer questão de experimentar novamente é a sensação de virar fenômeno instantâneo. “Não conseguiria mais segurar uma ondona como a que vivi. Só quero ondinhas. Ondona vem de repente e pode ser destruidora. A ondona foi uma experiência boa, gostosa, não estou aqui para renegar. Mas há um desgaste emocional e físico muito grande e a gente não passa batido. Se eu quero e preciso dar conta da minha família, tenho que chegar devagar. Não me cobro a fazer sucesso”, explica a artista, que é casada com o empresário angolano Mico Freitas e mãe de Suzanna, de 14 anos, e Jaime Vítor, de 10.
Estar no topo das paradas pode não ser prioridade para Kelly, mas ela deseja vida longa para as cantoras que no momento estão pegando aquela tal ondona. “Fiquei muito feliz com o surgimento da Anitta, da Valesca, da Ludmilla. O mercado pop sofre um preconceito até hoje. Poucas artistas brasileiras conseguem expressão nessa área. Olha quanto tempo demorou para surgir outras cantoras nesse cenário em que eu apareci, há 14 anos. Tomara que surjam muitas Kelly Keys, Anittas, Valescas, Ludmillas, muitas meninas do pop. A gente precisa aumentar esse movimento e fazer dele uma coisa grandiosa”, torce.
O tempo passou, muita água rolou, mas uma coisa permanece inalterada: Kelly faz música pop e dançante. E a onda agora é curtir o kizomba, ritmo africano que conquistou a Europa. “Conheci o kizomba junto com o Mico, há 14 anos. Quando pensei em voltar para a música, queria fazer algo diferente. Cantar o kizomba é uma forma de trazer para cá, como cidadã angolana que me tornei, um ritmo contagiante e sensual que virou a minha verdade”, comenta a cantora, que solta a voz também em inglês no novo álbum.
Música à parte, Kelly mantem irretocável o corpo que a transformou em um símbolo sexual. “Quando fiz 30 anos comecei a me preparar para estar bem daqui a 30 anos. Era sedentária, comecei a malhar e tenho o maior orgulho de correr na praia e nada balançar. Academia não é obrigação, é necessidade como escovar os dentes. Talvez essa minha mudança de estilo de vida, que eu batizei de ‘Projeto Baba Baby’, vire livro”, acredita.
A vida de Kelly já é praticamente um livro aberto. Mas a cantora mantém algumas páginas fechadas quando o assunto é a relação da sua filha, Suzanna, com o pai, o cantor Latino, que declarou ter sido rejeitado pela herdeira. “Esse é um assunto extremamente delicado, pessoal e íntimo para tratar publicamente”.

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