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2.02.2015

Número de jovens brasileiros com Aids aumenta 40%, revela pesquisa

Jovens têm mais parceiros e se protegem menos.
Pesquisa foi realizada pelo Ministério da Saúde.

Renata Capucci Rio de Janeiro, RJ
 Na faixa de 15 anos a 24 anos, o número de casos de Aids aumentou 40% de 2006 até agora. A pesquisa é do Ministério da Saúde, que faz campanha para o uso da camisinha e para o exame que detecta a doença. Nas redes sociais, o lema é: "Partiu, teste".
O relacionamento já durava dois anos. O jovem confiou no namorado e acabou pegando Aids. “Ele me passava segurança, então assim, devido a essa confiança que a gente construiu no relacionamento, eu passei a ter relações sexuais com ele sem camisinha. Eu me arrependo amargamente. Se eu pudesse voltar no tempo, eu jamais iria fazer isso”, conta o jovem.
Uma pesquisa do Ministério da Saúde com 12 mil pessoas revelou que 94% dos brasileiros sabem que a camisinha é a melhor forma de prevenir doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids. Mas quase metade dos entrevistados (45%) não usou preservativo nas relações sexuais casuais nos últimos 12 meses. 
O grupo que mais preocupa é o de jovens entre 15 e 24 anos. Enquanto a Aids no Brasil tem uma leve tendência de queda, nessa faixa etária o número de casos está aumentando. Em sete anos, o crescimento foi de 40%. Os jovens têm mais parceiros, se protegem menos e não têm noção do perigo da doença.
O diretor de um hospital, que é referência no tratamento de Aids, diz que os jovens homossexuais se preocupam ainda mais.
“São meninos de 13 até 18 anos de idade, que estão começando a sua vida sexual e que não fazem uso do preservativo porque eles não se protegem. Eles têm a falsa sensação de que o HIV é controlado, eles não sabem da doença”, fala Fernando Ferry, coordenador do programa de pós-graduação em HIV da UniRio.
A campanha contra a Aids no Carnaval já está nas ruas. Os objetivos são lembrar a importância da camisinha e estimular o hábito de fazer o exame. A estimativa é de que 300 mil pessoas tenham a doença sem saber.
“Não adianta ter feito uma vez, deu negativo e está tudo bem. Assimilar como um hábito de vida frequentemente fazer a testagem sorológica e se der positivo já tratar ainda que só tenha a infecção e não tenha a doença. Essa é uma mudança substantiva, porque antes se esperava a manifestação clínica da Aids para iniciar o tratamento”, fala Arthur Chioro, ministro da Saúde.
A Aids mata 12 mil brasileiros por ano. “O que eu posso passar para as pessoas é que por mais que você goste, que você ame, que você confie, que você tenha um projeto de vida com aquela pessoa, use camisinha.  Porque de repente o seu projeto de vida é um e a vida acaba te surpreendendo com outro projeto muito indesejado”.
O teste de Aids é feito de graça em mais de 500 Centros de Testagem e Acompanhamento, os CTAs. O governo está fazendo parecerias com prefeituras para que o teste rápido seja feito em todas as Unidades Básicas de Saúde.

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