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2.02.2015

ONDE E COMO INVESTIR EM 2015 ?


Grosso modo, a perspectiva para 2015 reúne um carry over (quanto o crescimento de 2014 carrega para 2015) nulo, efeitos nocivos dos ajustes fiscais (corte de gastos, representando menor demanda agregada), possível crise política derivada do Petróleo e um cenário externo adverso, marcado por subida dos juros nos EUA e queda no preço das commodities.
Esse é o panorama permeando as recomendações a seguir, que partem do mais simples para questões mais sofisticadas – não pretendo convencer o leitor a seguir cada uma das ideias. Há diferentes perfis de investimento, que podem se identificar com ideias diferentes, portanto. Meu objetivo com este texto é de que a implementação de um dos itens, seja ele qual for, já coloque o investidor numa posição melhor.
1. Dólar
Há uma coisa, em particular, que eu gostaria de convencer o leitor: de que o dólar deve ocupar parte relevante de suas economias. Primeiramente, por uma questão de diversificação e substancial diminuição do risco da carteira.
Se o sujeito compreende que deve diversificar entre os variados mercados brasileiros (ações, renda fixa, imóveis, etc), a lógica sugere também o entendimento da necessidade de diversificar entre moedas. Se o dólar vai mal, esse investimento em si, irá mal – mas significa que as coisas, no geral, vão bem; portanto, todo o resto da sua carteira vai andar bem. Dólar tem um caráter de hedge formidável para proteção de patrimônio.
Mas não é só isso. Há também o prognóstico de valorização propriamente dita.
Descarte, por uma razão trivial: a força da economia norte-americana – uma ilha de recuperação vigorosa entre os países desenvolvidos.
O Employment Report divulgado em 05/12 é emblemático nesse sentido. Foram criados impressionantes 321 mil postos de trabalho, com uma taxa de desemprego de 5,8% – a expectativa era de criação de 228 mil.
O gráfico abaixo resume a criação de postos de trabalho mensal nos EUA:
O dado é sinalização inequívoca da resiliência da economia dos EUA. Além da referência per se ser importante, sinaliza possível antecipação do ciclo de alta do juro básico norte-americano.
A diferença de política monetária entre EUA (restritiva) e Europa/Japão (expansionista) abre um claro prognóstico de apreciação da moeda norte-americana contra as principais moedas globais.
E para além do movimento global, os fundamentos econômicos domésticos também apontam uma moeda excessivamente apreciada. Segundo nossos cálculos, a taxa de câmbio de equilíbrio – grosso modo, aquela que equilibra as contas externas – está em R$ 3,10.
Havemos de lembrar que o déficit em transações correntes é superior ao Investimento Estrangeiro Direto, de tal sorte que estamos dependentes de capitais de curto prazo para fechar nosso balanço de pagamentos. O capital de curto prazo é muito volátil e sensível a qualquer soluço da economia mundial.
Em termos absolutos, o Brasil tem o terceiro maior déficit em transações correntes do mundo, inferior apenas àqueles de EUA e Reino Unido. Nos 12 meses até outubro, o saldo negativo montou a US$ 84,4 bilhões, equivalente a 3,73% do PIB. De janeiro a outubro, o déficit monta a US$ 70,7 bilhões.
Enquanto isso, o investimento estrangeiro direto monta a US$ 51,194 bilhões nos 10 primeiros meses do ano, representando 2,71% do PIB.
Note que mesmo pequenos investidores podem – e devem, no meu entendimento – ganhar exposição ao dólar, sobretudo através de fundos cambiais.
Os demais, sofisticados e com poupança mais robusta (> USD 100 k para investir lá fora), podem recorrer à abertura de contas no exterior e recorrer, por exemplo, a bons fundos de High Yield e outros ETFs.

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