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3.12.2015

Congresso mantém veto de Dilma a reajuste de 6,5% na tabela do IR



Base aliada cumpriu acordo com o 

governo, que temia derrubada 

do veto e em troca propôs correção

 escalonada com faixas

 de 6,5%, 5,5%, 5% e 4,5%, a depender 

da renda do contribuinte




Sessão no Congresso Nacional, presidida pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
 e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

O Congresso manteve nesta quarta-feira, por 239 votos favoráveis
e 208 contra, o veto dado pela presidente Dilma Rousseff à 
correção única de 6,5% na tabela do Imposto de Renda,
 aprovada pelo Legislativo no final do ano passado.
 Como parte do acordo costurado nesta semana, 
o governo enviou uma proposta alternativa, com 
reajustes escalonados de acordo com a faixa de renda, 
e assegurou a maioria de votos.
Inicialmente, o governo aceitava apenas um ajuste 
de 4,5%, mas a perspectiva de uma derrota, com a
 derrubada do veto presidencial, forçou a busca de
 uma opção intermediária num momento em que a
 própria base, incluindo o presidente do Congresso,
 Renan Calheiros (PMDB-AL), entrou em rota de
 colisão com o governo. O auge da crise se deu na
 semana passada, quando Calheiros devolveu 
uma medida provisória enviada por Dilma. 
"A manutenção do veto é uma vitória da negociação.
 Aquilo que é feito negociado com o Congresso 
sempre acaba tendo bons resultados. Se o governo
 agir sempre assim, certamente colherá muitos 
resultados positivos", disse o presidente da Câmara,
 Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A medida provisória com o novo cálculo para 
a tabela do imposto de renda foi publicada
 nesta quarta-feira. Nas duas primeiras faixas
 (as de menor renda), o reajuste será de 6,5% -
 o que aproxima o reajuste à inflação média do
 ano passado. Na terceira, de 5,5%. Na quarta faixa
, a elevação será de 5% e, na última, em 4,5%.
Com isso, a partir de agora a isenção do IR vale para 
quem ganha até 1.903,98 reais mensais. Na faixa 
entre 1.903,99 e 2.826,65 reais, a alíquota será 
de 7,5%. Quem ganha entre 2.826,66 e 3.751,05
 pagará 22% de Imposto de Renda. Para quem 
recebe entre 3.751,06 e 4.664,68, a alíquota 
será de 22%. A maior alíquota é a de 27,5% e 
será cobrada de quem ganha a partir de 4.664, 69 mensais.
"Essa é a melhor forma de fazer justiça", argumentou 
o líder do governo no Congresso, Fernando Pimentel 
(PT-CE). Já a oposição, que aprovou inicialmente
 um reajuste de 6,5% para todas as faixas, criticou 
a solução encontrada pelo governo. 
"É um tratamento desigual, injusto, punindo parte
dos trabalhadores que têm o imposto de renda 
retido na fonte e que tem uma correção menor",
 criticou o líder do DEM na Câmara, Mendonça
 Filho (PE), autor da emenda original
 "A população não tem nada a ver com o assalto 
à Petrobras nem com o financiamento de 
campanha ao PT. O eleitor brasileiro está desesperado
 porque não tem como sequer dar atendimento de 
saúde aos seus filhos. Como essa Casa vai negar um 
reajuste que é exatamente a inflação que ocorreu ano
 passado?", questionou o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).

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A votação desta quarta foi a primeira feita no novo 
sistema de cédula eletrônica, aprovado nesta tarde.
 Até agora, a apreciação de vetos se dava por meio
 de células de papel, o que levava à lentidão na 
divulgação do resultado. O novo modelo deve 
agilizar as votações e permitir a análise de destaques
 em separado, o que normalmente não era feito 
no sistema anterior.
Outros vetos mantidos - Deputados e senadores 
mantiveram na noite desta quarta todos os vetos 
dados sobre outras canetadas presidenciais. 
Um dos pontos mais discutidos, o veto ao projeto
 que estendia a redução na tarifa de energia para
 indústrias instaladas nas regiões Norte e Nordeste
 chegou a ser derrubado na Câmara por 310 votos
 a 154 por uma articulação do PMDB. No entanto,
 apesar do apelo do senador Renan Calheiros, 
na segunda fase da votação, o Senado acabou 
seguindo a orientação governista.
Também o projeto que fixava em 30 horas semanais a
 carga horária máxima para psicólogos foi mantido 

pelos congressistas. Eram necessários 257 votos
 para a derrubada na Câmara, mas a oposição
 mobilizou apenas 205 apoios. Outro veto que o
 Congresso não alterou foi à proposta que estendia
 do final deste ano para o fim de 2025 o incentivo 
tributário concedido a distribuidoras e fabricantes
 de veículos instalados nas regiões Norte, Nordeste
 e Centro-Oeste.

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