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4.28.2015

Adolescente morreu depois que equipe médica do Hospital da Mulher, em Bangu, insistir em induzir parto normal

Equipe médica insiste em parto normal e adolescente morre em maternidade

Rafaela Cristina de Souza Santos, 15 anos, chegou a suplicar à mãe por ajuda; Jovem esperou três horas por atendimento

NICOLÁS SATRIANO
Rio - "Mãe, pelo amor de Deus. Eu nao consigo mais. Eu estou passando mal". Esse foi o apelo de uma adolescente de 15 anos, grávida, que esteve por mais de seis horas em trabalho de parto no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, na Praça 1º de Maio, em Bangu, na Zona Oeste, e acabou morta. Rafaela Cristina de Souza Santos, segundo a mãe dela, Carla Cristina Souza Santos, chegou à 0h de sábado sentindo contrações e só foi atendida às 3 horas da manhã.
A insitência da equipe de enfermeiros em induzir o parto normal da adolescente, de acordo com Carla, causou sofrimento à filha, que teve o útero retirado antes de ser transferida, já em estado grave, para o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, onde morreu. Após complicações, a equipe do Hospital da Mulher cedeu à cesariana e fez o parto do bebê de Rafaela, que nasceu com 3,360 kg e 53 cm, contou a mãe. A criança passa bem e deve receber alta da maternidade nesta terça-feira.
Segundo a mãe de Rafaela, no Hospital da Mulher só lhe deram uma satisfação para o agravo no estado de saúde da filha: "Olha, eu sinto muito, mas a sua filha inspirou o vômito, que foi para o pulmão. Infelizmente, ela teve uma ruptura no útero e nós tivemos que retirá-lo". A frase teria sido dita por um médico e diretor-geral da maternidade. A mãe conta, ainda, que nada foi perguntado a ela sobre a necessidade do procedimento de retirada do útero.
Já no municipal Ronaldo Gazolla, o médico que atendeu Rafaela disse para Carla que não compreendia o que havia passado com a adolescente no Hospital da Mulher, contou Carla. "Mãe, o que fizeram com a sua filha? Ela chegou sem o útero e já entubada. Está difícil o quadro dela, mas estamos fazendo o possível. Se você quiser ir embora, pode ir e voltar amanhã." Mas Carla permaneceu na unidade de saúde e, às 16h de sábado, recebeu a notícia do mesmo médico de que a filha tinha tido duas paradas cardíacas e não resistiu. Rafaela foi sepultada nesta segunda-feira, às 10h.
A Secretaria Municipal de Saúde informou, em nota, que segundo a direção da maternidade, Rafaela foi assistida por profissionais da unidade e apresentou complicações durante o trabalho de parto. De acordo com o texto, a paciente recebeu todo o suporte necessário e foi transferida para uma unidade de terapia intensiva, onde apresentou rápida piora e morreu.
Com Flora Castro

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