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4.11.2015

DILMA, CUBA E OBAMA: VAMOS TODOS À CUBA

Dilma tem encontro com Obama neste sábado em cúpula no Panamá

Presidente chegou ao país na sexta, para VII Cúpula das Américas.
Relação com EUA se estremeceu após denúncias de espionagem.

Filipe MatosoDo G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff, durante o Foro Empresarial das Américas, na VII Cúpula das Américas, no Panamá (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)Dilma e Obama posaram juntos para foto nesta sexta (10), durante o Foro Empresarial das Américas, no Panamá (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
A presidente Dilma Rousseff se reunirá na tarde deste sábado (11) com o colega norte-americano Barack Obama em meio às atividades da VII Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá. Ao londo do dia, Dilma fará discursos em sessões plenárias e participará de almoço com chefes de Estado e de governo dos 35 países do continente americano. A previsão é que ela retorne ao Brasil nesta noite.

Dilma chegou ao Panamá no início da tarde desta sexta (10) e durante o dia teve série de encontros com presidentes sul-americanos – Cristina Kirchner (Argentina), Juan Manuel Santos (Colômbia) e Enrique Peña Nieto (México). Além disso, ela se reuniu com o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, e participou do Foro Empresarial das Américas, no qual defendeu as medidas de ajuste fiscal que o governo tem adotado para reduzir gastos e reequilibrar as contas públicas.
Após o vazamento de denúncias de que líderes mundiais, incluindo Dilma e a chanceler alemã Angela Merkel, haviam sido alvos de espionagem por parte do governo dos Estados Unidos, as relações entre os governos brasileiro e norte-americano ficaram estremecidas. A presidente brasileira cancelou, em setembro de 2013, uma visita de Estado que faria a Washington.

Na última terça (7), o chefe do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Ministério das Relações Exteriores, Paulino Franco, disse que Dilma e Obama discutirão temas da agenda bilateral (que interessa aos dois países) e assuntos relacionados à cúpula.

No ano passado, após Dilma ser reeleita, ela conversou por telefone com Obama. Na ligação, segundo o Palácio do Planalto, a presidente brasileira disse ter "todo interesse" em estreitar as relações do Brasil com os Estados Unidos. Em entrevista à agência de noticias Bloomberg, Dilma afirmou na semana passada que fará visita ao país norte-americano neste ano, em data ainda não definida.
Dia de cúpula
Conforme a agenda oficial da presidente, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Dilma participará neste sábado, a partir das 11h (horário de Brasília), da I Sessão Plenária da cúpula, no Centro de Convenções Atlapa, na Cidade do Panamá.

Após a sessão, a presidente posará para a foto oficial ao lado dos presidentes dos países americanos e, sem seguida, eles seguirão para o Retiro de Chefes de Estado e de Governo, no mesmo centro de convenções.

Ainda de acordo com a agenda oficial, os presidentes almoçarão juntos após o retiro. A programação prevê ainda às 17h (horário de Brasília) a II Sessão Plenária da Cúpula das Américas e, em seguida, a cerimônia de encerramento do encontro. Conforme o Palácio do Planalto, Dilma retornará ao Brasil às 20h30 (horário de Brasília).

Cúpula das Américas
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o tema da Cúpula das Américas deste ano é "Prosperidade com Equidade: o desafio de cooperação nas Américas". O Itamaraty informou também que este tema reflete a "preocupação" dos países com a cooperação para o desenvolvimento e a inclusão social no continente.

A cerimônia de abertura da cúpula ocorreu na noite desta sexta, no Centro de Convenções Atlapa, na Cidade do Panamá. Após o evento, no qual Dilma não discursou, a presidente seguiu para o Complexo Monumental de Panamá La Vieja, onde o presidente do país, Juan Carlos Varela Rodrigues, ofereceu jantar aos chefes de Estado e de governo que participam da cúpula.
GESTO SIMBÓLICO
Obama cumprimenta Raúl Castro; líderes têm encontro histórico hoje
EUA e Cuba passam por reaproximação

Obama interage com Raúl Castro no início da Cúpula das Américas

Presidentes devem se reunir neste sábado, após 5 décadas de conflito. 
EUA e Cuba anunciaram reaproximação diplomática em dezembro.

Do G1, em São Paulo FACEBOOK                     
O presidentes Barack Obama e Raúl Castro dão aperto de mão em encontro na Cúpula das Américas, no Panamá (Foto: Reuters/Presidência do Panamá)Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro dão aperto de mão em encontro na Cúpula das Américas, no Panamá. À direita, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon (Foto: Reuters/Presidência do Panamá)


Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, se cumprimentaram nesta sexta-feira (10) na abertura da Cúpula das Américas, realizada no Panamá.
O gesto simbólico dos líderes ocorre em meio à reaproximação diplomática entre os dois países, anunciada em dezembro.

Além de se encontrar durante os eventos previstos na cúpula, é esperado que os presidentes se reúnam neste sábado, segundo afirmou um assessor da Casa Branca. Será a primeira reunião entre um presidente americano e um cubano em mais de cinco décadas de conflito bilateral.

Obama e Castro conversaram por telefone nesta quinta, depois que os dois mandatários chegaram ao Panamá para a cúpula.
A última vez que os dois presidentes falaram por telefone foi em 17 de dezembro, quando anunciaram ao mundo seu acordo para restabelecer suas relações, depois de 53 anos de tensões.
No anúncio, Obama disse que a normalização das relações com Cuba encerram uma "abordagem antiquada" da política externa americana. Ao justificar a decisão, o presidente disse que a política "rígida" dos EUA em relação a Cuba nas últimas décadas teve pequeno impacto.
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Obama e Raúl Castro se encontram antes da inauguração da Cúpula das Américas nesta sexta (10) no Panamá (Foto: REUTERS/Peru Presidency)Obama e Raúl Castro se encontram antes da inauguração da Cúpula das Américas nesta sexta (10) no Panamá (Foto: REUTERS/Peru Presidency)

Em pronunciamento simultâneo, Raúl Castro afirmou que reconhece que há “profundas diferenças” entre os dois países, “fundamentalmente em matéria de soberania nacional, democracia, direitos humanos e política exterior”, para em seguida completar: “Reafirmo nossa vontade de dialogar sobre todos esses temas.”

O embargo econômico à ilha, no entanto, não foi suspenso.
Barack Obama e Raúl Castro dão aperto de mão na cerimônia em memória a Nelson Mandela no estádio Soccer City, em Johanesburgo, África do Sul, em 2013  (Foto: Chip Somodevilla/Getty Images)Barack Obama e Raúl Castro dão aperto de mão na
cerimônia em memória a Nelson Mandela na África do
Sul, em 2013 (Foto: Chip Somodevilla/Getty Images)
Mesmo antes do anúncio de reaproximação diplomática, Obama e Raúl haviam se cumprimentado em 2013 na cerimônia em memória a Nelson Mandela no estádio Soccer City, em Johanesburgo, na África do Sul.
A Cúpula das Américas, realizada no Centro de Convenções Atlapa, começou às 21h40 (horário de Brasília), com a presença dos líderes dos 35 países do continente.

Encontro histórico 
Na noite desta quinta, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, se reuniu com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, também no Panamá. Foi o encontro de mais alto nível diplomático entre Estados Unidos e Cuba em meio século.
Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, cumprimenta o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, na Cidade do Panamá. (Foto: Departamento de Estado dos EUA / via Reuters)John Kerry cumprimenta o ministro das Relações
Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, na Cidade do
Panamá (Foto: Departamento de Estado dos EUA /
via Reuters)
Após o encontro, um alto funcionário do Departamento de Estado disse que houve progressso nas negociações. "O secretário Kerry e o chanceler cubano (Bruno) Rodríguez tiveram uma discussão longa e muito construtiva esta noite. Os dois concordaram que fizeram progressos e que vamos continuar a trabalhar para resolver as questões pendentes", afirmou.
O encontro anterior entre os chefes da diplomacia de Washington e Havana remontava a setembro de 1958, lembraram funcionários americanos.

Lista de apoio ao terrorismo
Entre as medidas de reaproximação anunciadas pelos dois países estão a abertura de embaixadas nas duas nações e a revisão da designação dada pelos EUA a Cuba de Estado que patrocina o terrorismo.
Cuba exige que antes de se avançar no diálogo diplomático os EUA retirem Havana da lista dos países que patrocinam o terrorismo, na qual a Ilha foi incluída em 1982
Nesta semana, Obama afirmou que que o Departamento de Estado norte-americano completou sua revisão sobre a possível remoção de Cuba da lista, mas que ainda não recebeu a recomendação de seus assessores. Ele disse que vai esperar receber a recomendação de seus assessores da Casa Branca antes de fazer um anúncio.
As delegações dos dois países já realizaram encontros - tanto em Havana como em Washingont - para restaurar as relações diplomáticas.

Em visita à Jamaica, Obama destacou que o processo de negociações "levará tempo". "Nunca previ que tudo pudesse mudar do dia para a noite". Mas o presidente também avisou que irá para a cúpula com "uma mensagem de diálogo".

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