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4.16.2015

Sofia começa a se alimentar após transplante nos EUA, diz mãe


Solução foi aplicada por cateter e mãe fala em avanço.
Menina se recupera do transplante de cinco órgãos do aparelho digestivo.

Do G1
Sofia começa a receber alimentação no pós-operatório (Foto: Campanha Ajude a Sofia/Divulgação)Sofia começa a receber alimentação no pós-operatório (Foto: Campanha Ajude a Sofia/Divulgação)
menina Sofia Gonçalves de Lacerda, que passou por um transplante multivisceral na sexta-feira (10), começou a receber a primeira alimentação. Em uma postagem divulgada pela mãe, Patrícia, em uma rede social nesta quarta-feira (15), ela afirma que as primeiras soluções estão sendo introduzidas pelos médicos. 
Sofia nasceu com Síndrome de Berdon, uma doença rara que causa a má formação de vários órgãos do sistema digestivo. Ela sequer conheceu a casa dos pais, em Votorantim (SP), já que sempre ficou hospitalizada. A menina chegou a ser submetida a três procedimentos cirúrgicos no Brasil, mas ainda necessitava de atendimento especializado para a síndrome rara e para o transplante multivisceral, que não poderia ser realizado no país. A transferência para os EUA só aconteceu por determinação da Justiça, que ordenou que a cirurgia, estimada em R$ 2 milhões, fosse paga pelo governo brasileiro.Na postagem, a mãe afirma que a fórmula parece leite. "Hoje a nossa bonequinha começou pela primeira vez a se alimentar. É uma fórmula (vivonex pedi), como se fosse um leitinho, está sendo introduzido pelo seu GJ. Tube, 3 mL / hr. Ainda não é pela boquinha, mais já é um grande progresso para quem nunca tinha se alimentado. Ela continua evoluindo bem no seu pós-operatório e tem passado por vários exames todos os dias", diz Patrícia.
No transplante Sofia recebeu estômago, fígado, pâncreas, intestino delgado e cólon. Não foi preciso trocar um dos rins, como foi anunciado pelos especialistas do hospital. Os orgãos foram doados de um bebê do estado da Flórida, segundo a mãe.
De acordo com o médico responsável pela cirurgia, Rodrigo Vianna, a expectativa é que a menina seja transferida da UTI para o quarto em breve. "Estamos dentro do período de 15 dias onde há risco maior de rejeição e complicação cirúrgica. 50% do caminho nós conseguimos andar, agora falta os outros 50 %, que é a recuperação."
"Cirurgia no momento certo"
De acordo com Vianna, a cirurgia de Sofia foi feita no momento certo, já que ela estava com um quadro avançado de cirrose, uma falência do fígado. "Por conta do problema no órgão, ela tinha pouca coagulação no sangue e muita aderência entre os órgãos. A doença poderia complicar muito mais o seu estado nos próximos meses, mas tudo colaborou para que a sofia conseguisse viver. Eu a considero uma menina abençoada. É uma história muito bonita dela e da família. Me sinto previlegiado por ter ajudado nisso."  (Confira entrevista com o médico ao lado).
O especialista afirma ainda que a expectativa de pacientes que passam pela cirurgia após um ano é de mais de 80%. Depois de cinco anos, esse número baixa para 80%. "Após isso, o quadro fica muito estável, mas temos pacientes que passaram por esse tipo de transplante e hoje estão com 20 anos de idade. O futuro deles é imprevisível, mas a chance de viver já os tornam vencedores", explica.
Sofia passou pelo transplante de cinco órgões  (Foto: Reprodução/TV Globo)Sofia passou pelo transplante de cinco órgões (Foto: Reprodução/TV Globo)
Recuperação otimista
Após passar por uma cirurgia que durou aproximadamente 10 horas e transplantou cinco órgãos na semana passada, a menina Sofia Gonçalves de Lacerda se recupera bem, de acordo com a mãe. Ela postou em uma rede social um vídeo do pós-operatório do bebê de um ano e três meses na segunda-feira (13), na UTI do Miami Transplant Institute, nos Estados Unidos. Nas imagens, Sofia está acordada e brinca com a mãe
 (veja ao lado).
"Nossa bonequinha segue se recuperando bem, conforme o esperado. Não está mais sedada e está acordada. Já dançou, ficou de pernas para o ar e agora está assistindo seus desenhos animados. Conseguimos chegar onde parecia impossível. Seremos eternamente gratos a família do anjinho doador, que para sempre estará nas nossas orações", diz a mãe em postagem na internet.
Sofia nasceu em Campinas (SP) com a Síndrome de Berdon, uma doença rara que causa a má formação de vários órgãos do sistema digestivo. Ela sequer conheceu a casa dos pais, em Votorantim (SP), já que sempre ficou hospitalizada. A menina chegou a ser submetida a três procedimentos cirúrgicos no Brasil, mas ainda necessitava de atendimento especializado para a síndrome rara e para o transplante multivisceral, que não poderia ser realizado no país. A transferência da menina para os EUA só aconteceu por determinação da Justiça, que ordenou que a cirurgia, estimada em R$ 2 milhões, fosse paga pelo governo brasileiro.
Menina já brinca após cirurgia complicada (Foto: Campanha Ajude a Sofia/Divulgação)Menina já brinca após cirurgia complicada
(Foto: Campanha Ajude a Sofia/Divulgação)
Em outra postagem na página que a mãe tem em uma rede social, ela disse que a menina está se recuperando bem, apesar de ainda necessitar de cuidados intensos. "Ainda temos muito que enfrentar, é uma montanha russa de sentimentos, mas sempre confiei em Deus e sei que logo tudo estará bem. Logo veremos nossa bonequinha brincando, comendo e livre", afirmou.
O transplante de Sofia teve também a participação de outro brasileiro: o médico Thiago Beduschi, que fez a captação dos órgãos do bebê doador. A participação de dois brasileiros na luta pela vida da menina é motivo de orgulho para Vianna. “No meio de tanta notícia ruim, pelo menos a Sofia leva um pouco de esperança de que podemos fazer o que é certo para o nosso povo. Ver a luta da família e o carinho da nossa gente tem sido uma sensação muito gratificante. O futuro é imprevisível, mas pelo menos existe a chance de recomeçar a vida. E isto não tem preço”, finaliza.

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