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5.13.2015

Beira-Mar é irônico em depoimento e acaba advertido por juiz


Fernandinho Beira-Mar enfrenta novo júri popular por mortes de rivais dentro de Bangu I, em 2002
Fernandinho Beira-Mar enfrenta novo júri popular por mortes de rivais dentro de Bangu I, em 2002 Foto: Urbano Erbiste
Carolina Heringer
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Recheado de ironias, o depoimento de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, julgado nesta quarta-feira, no I Tribunal do Júri da Capital, conseguiu irritar o juiz Fábio Uchôa. Acusado pela morte de quatro presos de uma facção criminosa rival, durante rebelião no presídio Bangu 1, no Complexo de Gericinó, em 2002, ele negou ter matado as pessoas e foi advertido várias vezes pelo juiz por rir enquanto falava. O juiz também se queixou por Beira-Mar se estender durante o seu depoimento: "Deixa que a sua defesa o seu advogado vai fazer", disse Uchôa. O bandido disse que estava nervoso, por isso estava rindo todo o tempo.
Das seis testemunhas chamadas, duas pela defesa de Beira-Mar e quatro pelo Ministério Público estadual, só uma compareceu, o traficante Celso Luís Rodrigues, conhecido como Celsinho da Vila Vintém. Com isso, as outras testemunhas foram dispensadas. Apesar de, na época, pertencer a uma facção rival de Beira-Mar, e estar no local do crime, Celsinho foi poupado. Em seu depoimento, ele se defendeu das acusações de ter traído sua facção: “Eu não traí companheiro nenhum meu, estou carregando esta peste", afirmou.
Segundo ele, que pertencia à mesma quadrilha dos criminosos que foram assassinados e estava na mesma galeria que os comparsas, só não foi morto porque nunca foi de provocar os outros. Celsinho disse ainda que, na ocasião, só viu Beira-Mar com um rádio ou um celular na mão, sem armas. “Se ele tivesse matado um companheiro meu, eu jamais estaria aqui", afirmou. Quando questionado se considerava o presídio Bangu I de segurança máxima, foi irônico: “Segurança máxima: brincadeira".
Ouvido depois de Celsinho, Beira-Mar levou com ele um papel, em que fez várias anotações durante o depoimento da testemunha. Quando depôs, disse que usou o papel para fazer algumas observações sobre contradições contra ele próprio.
Por cada morte, Beira-Mar pode ser condenado a até 30 anos de prisão. Outros traficantes também respondem pelo caso, mas o processo foi desmembrado. A rebelião ocorreu no presídio Laércio da Costa Pelegrino, conhecido como Bangu 1, no dia 11 de setembro de 2002. Na ocasião, de acordo com acusação do MP, um grupo de presos, comandados por Fernandinho Beira-Mar, invadiram a galeria onde estavam os rivais e iniciaram a guerra e os assassinatos. Além de Uê, foram mortos Carlos Alberto da Costa, o Robertinho do Adeus, Wanderlei Soares, o Orelha e Elpídio Rodrigues Sabino, Pidi


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