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5.10.2015

Projeto de Lei que retira informação sobre os transgênicos no rótulo é aprovado

agrotóxicos favorecem alzheimer
Get
s / Thinkstock 
A câmara dos deputados sancionou na 
semana passada uma alteração na lei que 
obriga as empresas alimentícias a
 informarem nos rótulos a presença de algum
 ingrediente transgênico. Atualmente, elas devem
 colocar na embalagem um T dentro de um 
triângulo amarelo. O projeto, de autoria do 
deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), recebeu
 320 votos a favor e 135 contra. O parlamentar
 sugere que o símbolo seja substituído pela frase
 “contém transgênico” e esteja presente apenas 
quando a comida tiver mais de 1% de compostos
 geneticamente modificados. Até agora, qualquer
 quantia precisa ser informada. Heinze diz que o
 triângulo amarelo confunde o consumidor:
 “Ele dá ideia de perigo, o que afetaria 
negativamente a imagem do produto”,
 aponta no texto do projeto.
Os transgênicos são plantas ou animais que 
receberam algum gene de outra espécie. 
Os cientistas inserem informações genéticas
 diferentes para criar variedades que tragam
 alguma vantagem para a agricultura, como maior
 resistência a pragas, ou uma benesse direta para
 o consumidor, caso da maior presença de 
vitaminas. No Brasil, soja, milho, feijão e 
algodão geneticamente modificados já receberam
 o ok das agências regulatórias e estão
 no mercado desde 2003.
A mudança na lei gerou muitas reações contrárias.
 “A informação clara e direta é essencial. 
As pessoas têm o direito de escolher produtos
 que não sejam transgênicos”, protesta a
 nutricionista Ana Paula Bortoletto, do
 Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
 Uma das críticas mais comuns é que a proposta
 não especifica o tamanho da mensagem 
“contém transgênico”. Os fabricantes poderiam, 
em tese, usar letras mínimas em algum canto
 escondido do rótulo.
O bioquímico Flavio Finardi Filho, da Faculdade 
de Ciências Farmacêuticas da Universidade de
 São Paulo, acredita que o triângulo amarelo é
 desnecessário. “A informação é essencial, mas
 aquele símbolo não informa nada e ainda traz
 um alerta exagerado, uma vez que os transgênicos
 são testados exaustivamente e recebem certificados 
de segurança”, assegura. O polêmico projeto de
 lei agora vai passar por análise e discussão no Senado.

Um comentário:

  1. A manchete da notícia está errada: a PL muda a lei mas não retira a obrigatoriedade dos rótulos (o que seria o mais certo, uma vez que a CTNBio, órgão nacional responsável pela avaliação de risco, já considerou o produto seguro). O que vai ser rotulado: tudo o que contiver proteína transgênica (é o mais provável, mas temos que aguardar a regulamentação) e talvez DNA (o que é uma asneira). Assim, continuarão os rótulos no cuscuz, pipoca, farinhas de milho e soja e coisas assim, Mas vão suir os rótulos nas margarinas, óleos, xaropes e outros produtos que não têm traços nem de DNA nem de proteínas. O que faz todo sentido: óleo é óleo, não faz a menor diferença de onde venha, desde que seja a mesma composição.

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