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5.08.2015

Quando não nos amamos, não amamos o outro, não amamos a vida.

Um convite a quem ama demais

Gosto sempre de frisar que a questão não é o quanto se ama, mas sim o quanto se distorce o amar. Ou seja, estamos falando do “como”. E, nesse caso, tratamos de um vício de comportamento conectado a tudo o que não é amor. Até porque quando estamos em meio à confusão do amar demais não nos amamos.

E se o “amar o próximo como a si mesmo” é a verdade máxima, não amamos. Não nos amamos, não amamos o outro, não amamos a vida. Ou seja: toda vez que encontrar alguém que ama demais, saiba que ele(a) está sobrevivendo mais do que vivendo. Confundindo tudo mais do que amando…

Quem vive dessa maneira, não consegue se dar, não consegue receber, não consegue ver, ouvir, sentir – se não for por meio de outro. Do contrário, nada sente, nada acontece. Nesse sentido, viver em função de alguém ou alguma coisa com um forte sentido de posse, misturado a um controle que beira a doença, não agrega… Afinal, tudo o que precisamos já trazemos conosco, está dentro, é o nosso maior alimento.

Em nosso lugar
Encontramos outros, é verdade, que nos alimentam a alma, o saber, o caminhar, mas fazem isso sempre como complemento. Não estão lá conosco para viver a nossa vida, escolher as nossas escolhas, tomar as nossas decisões, viver os nossos sonhos. Estes nos trazem luz toda vez que estivermos abertos para enxergar…

E, nesse contexto, por que não compreender que assim como já somos plenos também é o outro. Então, dar demais ou esperar demais deste não ajuda muito, certo? Por que não trazer o foco para dentro? Mudar o olhar, expandir a consciência, aprender a caminhar?

Por que não buscar ajuda para trabalhar a autoestima, o controle por si mesmo, o resgate da essência, da missão de vida etc, etc. Por que não investir em autoconhecimento e, como diz uma amiga, “lutar todos os dias para fazer um movimento a nosso favor, a nosso bem-estar, a nosso bem-viver”?

Esse trabalho não é fácil, não é simples, não é rápido. Mas é possível. Podemos mudar, podemos evoluir, podemos aprender a amar a nós mesmos e também o outro e então, ganhar mais qualidade de vida.

Roubados
O problema de viver uma vida para o outro, em relações não saudáveis, com base na dor e sofrimento, nos tira praticamente tudo. Faz-nos cegos para o que está a nossa volta. Faz-nos surdos para o que poderia transformar a nossa existência. Torna-nos anestesiados, sem brilho, tristes. Sós.

Amar demais, esperar demais, controlar demais, viver demais o que está fora e não nos pertence é uma questão a ser analisada profundamente. Por isso, fica o convite: se estiver nesse círculo ou se conhecer pessoas nessa mesma direção busque ou convide o outro a buscar ajuda.

A vida passa depressa demais e, com ela, nossos sonhos, nossa juventude, nossas oportunidades. A capacidade de dar a volta por cima, recomeçar, redescobrir o que faz bem já está em nós. Basta investir o tempo que “gastamos” com outro exageradamente, em demasia e, trazer o foco para dentro, para o que nos pertence, para o que contribui para nossa auto-percepção, nosso valor, nosso ser.

No mais, a vida com certeza ficará mais possível e colorida. Os sons, os sentidos ficarão mais poéticos, a luz mais iluminada, os sabores mais gostosos. Descobrir a vida a partir do centro faz uma enorme diferença… Experimentar, por isso, é uma escolha que deve ser cultivada dia-a-dia com atitude e, muita, muita disciplina. Escolhas, sempre escolhas!

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