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5.06.2015

Redução de estômago










iG Arte
Conheça os 4 tipos de cirurgia aprovados pelo 
Conselho Federal de Medicina
Cada vez mais popular entre os tratamentos para a obesidade, 
o procedimento ainda é cercado de dúvidas, especialmente de 
parte dos pacientes. O iG Saúde reuniu as dúvidas 
mais comuns nos consultórios dos especialistas em obesidade
 no País e pediu a três profissionais que respondessem 
a essas questões.


1 – A cirurgia bariátrica é reversível?
Apenas a gastrectomia vertical (em que um pedaço 
do estomago retirado) e o duodenal switch,
 onde uma das etapas da cirurgia é a gastrectomia 
vertical, não são reversíveis.
 As demais técnicas podem ser revertidas. 
No entanto, a reversão é extremamente 
complicada, oferece mais riscos do que a cirurgia 
em si e realmente só é feita em casos extremos, 
como em pacientes com câncer ou com aids
Se o paciente está com peso normal
 estável e as doenças estão controladas não há razão para
 desfazer o procedimento.
2 – Vou poder comer como antes, mas sem engordar?
Não. Nenhum procedimento faz milagre. As cirurgias prescindem 
de reeducação e manutenção alimentar e física para que os
 resultados sejam efetivos. O paciente precisar ter em mente que 
a cirurgia é apenas o início de uma mudança de vida, que 
inclui comer corretamente, de forma mais saudável, 
incluindo no cardápio 
frutas, verduras, legumes, carnes, pães integrais, sucos. 
O paciente poderá comer de forma mais comedida e com mais 
frequência, de 3 em 3 horas, deixando as guloseimas para 
ocasiões especiais.
3 – Como ter certeza de que a técnica é regulamentada?
No Brasil existem hoje quatro técnicas regulamentadas pela 
Resolução nº 1.942/2010 do Conselho Federal de Medicina 
(CFM), que estabelece normas seguras para o tratamento 
cirúrgico da obesidade mórbida, definindo indicações,
 procedimentos e equipe (veja aqui quais são). 
Os demais procedimentos e técnicas cirúrgicas para
 o controle da obesidade não apresentam indicação
 atual de utilização ou ainda estão em fase de estudos.
4 – Qual o perigo de me submeter a técnicas não 
regulamentadas?
Profissionais que praticam técnicas não aprovadas pelo CFM
 estão atuando fora da legislação brasileira e expondo seus 
pacientes a riscos desnecessários de complicações e morte.
 Para uma técnica ser aceita, ela precisa ser comprovada 
por anos de pesquisa clínica e ter perfis de segurança e 
eficácia aceitáveis, passando pelo crivo dos órgãos 
regulatórios de saúde de cada país. Prometer soluções 
mágicas do tipo “coma tudo o que quiser e não engorde” 
é, no mínimo, mentiroso e antiético.
5 – Quais as chances de ganho de peso posterior?
 Em quanto tempo isso é observado?
Até dois anos após a cirurgia, o paciente ainda está perdendo
 peso. A partir do momento que esse processo se estabiliza, 
é possível haver algum ganho, caso o paciente “baixe a guarda”
 e não se esforce para manter o peso. Esforço significa manter uma dietabalanceada e atividades físicas, o que é recomendado
 para os operados ou não. A cirurgia é apenas o primeiro passo
 rumo a uma nova vida e é preciso abandonar antigos costumes
 nocivos e adotar uma forma de vida mais saudável, que inclui 
dieta equilibrada e a prática de exercícios.
O principal fator para ganho de peso posterior é a não adesão 
ao tratamento, que não se resume apenas às cirurgias bariátricas.
 O tratamento deve ser multidisciplinar, ou seja, com médico,
 nutricionista, psicólogo e educador físico, já que o paciente 
deverá a aprender a viver de uma maneira diferente.
6 – Como escolher um bom cirurgião bariátrico?
Ao tomar a decisão, procure profissionais habilitados 
com experiência comprovada na área, evitando aqueles 
que prometem soluções milagrosas ou que pratiquem técnicas
 não aprovadas pelo CFM. No site da SBCBM consta a relação 
de todos os cirurgiões associados, que, obrigatoriamente, 
passam por programas de atualização e revisão científica.
7 – A mulher que passa por uma cirurgia de estômago 
pode engravidar? Ela deve ter algum cuidado extra 
nesse período?
Recomenda-se que a mulher aguarde 18 meses depois da 
cirurgia para engravidar, assim o organismo estará mais adaptado.
 É importante ter um acompanhamento médico e nutricional
 durante toda a gravidez, para evitar a carência de vitaminas 
essenciais para o bebê. Se for o caso, o médico pode indicar uma suplementação oral ou injetável. O pré-natal deve ser
 acompanhado pelo nutricionista, cirurgião e obstetra.

8 – O paciente que vai se submeter à cirurgia deve parar
 de fumar e de beber? Por quanto tempo? Quanto 
tempo depois da cirurgia ele pode voltar a fumar e 
ingerir bebidas alcoólicas?
Quem faz uso destas substâncias têm um risco maior para 
complicações em qualquer procedimento. Portanto, o ideal 
é que pare de fumar e de beber. Além de todos os riscos, a
 nicotina prejudica a cicatrização da pele, o que pode levar 
à infecção. As bebidas alcoólicas são agressores das mucosas
 do estômago e do intestino e reduzem a absorção de alguns
 nutrientes, por isso devem ser evitadas, sobretudo nos 
primeiros 6 meses, quando ocorre uma readaptação do trato 
gastrointestinal. O álcool é absorvido muito rapidamente após
 a cirurgia e cai na circulação sanguínea podendo levar à
 embriaguez mesmo com pequenas quantidades.
9 – O que é o dumping? Todo operado tem?
Todo operado está sujeito a ter a síndrome de dumping.
 O consumo de alimentos calóricos doces (pudins, sorvetes,
 milk-shake, leite condensado, sucos com açúcar, refrigerantes)
 e gordurosos pode causá-la. O Dumping acontece quando,
 depois de beber ou comer, o paciente apresenta taquicardia,
 sudorese, tontura, queda da pressão arterial e diarreia. 
Qualquer combinação destes sintomas pode ocorrer em 
intensidades variadas, dependendo do que a pessoa comeu.
 Alimentos ricos em açúcares e gorduras, em excesso, não
 devem fazer parte do cardápio de ninguém, operado ou não.
10 – Alguns pacientes operados relatam queda de
 cabelo intensa e unhas quebradiças, entre outros 
sintomas. Porque eles ocorrem?
Queda de cabelo e unhas quebradiças são sintomas comuns
 durante qualquer processo de emagrecimento, seja por cirurgia,
 dieta ou em decorrência de doenças que "consomem" a pessoa
 (como o câncer, por exemplo). No caso do paciente bariátrico,
 esses sintomas não devem persistir por mais de quatro meses. 

Se não houver acompanhamento com a equipe 

multidisciplinar,o paciente pode apresentar 
déficit de vitaminas e proteínas,
o que pode levar a estes sintomas. Nesses casos, é preciso 
rever a alimentação com o nutricionista e, se necessário, 
iniciar suplementação vitamínica oral ou injetável.
11 – Quais as possíveis complicações durante e após 
a cirurgia?
Os riscos são os mesmos de outras cirurgias abdominais,
 por isso a bariátrica deve ser feita em um hospital com
 estrutura adequada. Nas cirurgias disabsortivas é comum
 haver falta de nutrientes devido à baixa ingestão de alimentos
 e é necessária a suplementação vitamínica. Mais raramente,
 a cirurgia bariátrica pode gerar complicações como infecção,
 tromboembolismo (entupimento de vaso sanguíneo), 
deiscências (separações) de suturas, fístulas 
(desprendimento do grampo), obstrução intestinal,
 hérnia no local do corte,abscessos (infecções internas)
 e pneumonia.
12 – O efeito da pílula anticoncepcional após a 
cirurgia pode ser reduzido?
Nas cirurgias restritivas não há problemas, mas nas cirurgias
 que privilegiam a mal-absorção, pode ser que a pílula
 anticoncepcional tenha eficácia reduzida. Em muitos casos, 
recomenda-se a utilização de dois métodos anticoncepcionais concomitantamente, mas essa é uma avaliação que deve ser
 feita caso a caso pelo ginecologista.
13 – É necessário fazer complementação de vitaminas? 
Por quanto tempo?
O paciente submetido a cirurgia bariátrica deverá ser 
acompanhado por uma equipe multidisciplinar por toda a
 vida. Ele deverá realizar exames sempre e a reposição
 poderá ou não ser realizada. No entanto, se o paciente 
conseguir manter uma alimentação adequada, rica em carnes
 magras, verduras, legumes, frutas e massas integrais,
 a suplementação vitamínica não é necessária. 

Contudo, com o estilo de vida moderno, nem sempre isso é

 possível, então os suplementos vitamínicos entram como
 aliados para combater os sinais da falta de nutrientes
 (fraqueza, queda de cabelo, unhas quebradiças, dor de
 cabeça). Em alguns casos, a suplementação pode ser
 para a vida toda.
14 – Depois da operação, terei que fazer exercícios
 físicos?
Sim, sempre. Os exercícios físicos fazem parte do tratamento 
da obesidade, independente da técnica utilizada. Os benefícios
 do exercício são ainda maiores para os operados: aceleração 
do processo de emagrecimento, ganho de massa magra
 (músculo), redução da flacidez, melhora do condicionamento
 físico, melhora do desempenho cardiorrespiratório,
 fortalecimento dos ossos e ganho de disposição. 

16 - Alguma técnica permite comer mais do que outra?
Em todos os procedimentos, o paciente deve se habituar 
a comer pequenas quantidades, várias vezes ao dia. 
As cirurgias disabsortivas, como o Scopinaro e o Duodenal
 Switch, permitem que o paciente tenha uma capacidade
 maior de alimentação. Em contrapartida apresentam efeitos
 colaterais sérios como o aumento da frequência evacuatória
 e a urgência evacuatória.
17 - Quanto tempo dura o processo de emagrecimento?
 Há risco de emagrecer demais?
Perde-se peso mais rapidamente no primeiro e no segundo ano
 após a cirurgia, mas a velocidade do emagrecimento vai 
diminuindo até estacionar, geralmente por volta do segundo ano. 
Todo ser humano tem um peso ideal em torno do qual o corpo
 tende a se estabilizar, ainda que pequenas variações para mais
 ou para menos sejam comuns ao longo dos anos.
Por Chris Bertelli, iG São Paulo

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