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7.17.2015

Passageiro do nada


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Picotou-me o coração a vida.


E para sempre me quer assim.


Faz-me sentir não credora de mim.


Culpa-me por respirar,


E por não valorizar este ato de amar.


Rapinou-me a mente a morte,


Sem traumas me parou.


Debruçou-se sobre mim


E as chamas da vida,


Uma a uma de mim arrebatou.


Desfez-se de mim o tempo,


Que nem para a morte


Nem para a vida me entregou.


E sobre meu corpo, vivo morto.


O tempo se largou. 

Enide Santos

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