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8.29.2015

Carta do Papa à escritora de livro gay abre polêmica

Bênção de Francisco à autora italiana, que teve obras banidas em Veneza, foi entendida por alguns setores como apoio do Pontífice às famílias homossexuais

O Dia
Cidade do Vaticano - Uma carta-resposta do Papa Francisco a uma autora de livros de temática gay abriu nova polêmica no Vaticano. A mensagem à escritora italiana Francesca Pardi foi interpretada por alguns setores como uma “bênção” às famílias homossexuais. O Vaticano negou.
No texto, o Papa desejava à autora “profícua atividade a serviço das jovens gerações e da divulgação dos autênticos valores humanos e cristãos”, além de enviar bênção apostólica à família da escritora. Francesca tem livros infantis que incluem famílias compostas por pais gays e que tinham sido retirados das bibliotecas de Veneza.
A escritora, que junto com sua companheira é mãe de quatro filhos, enviou ao Papa 30 de seus livros e pediu que os lesse e comprovasse que não debatiam ideologia do gênero e pretendem ser um meio para evitar a discriminação das crianças, entre eles os filhos de casais homossexuais.

Vaticano criticou a divulgação da carta e disse que a bênção é direcionada somente à autora e família
Foto:  Efe

Seis livros de Francesca, junto com outros 43 de outros autores, tinham sido retirados das bibliotecas das escolas de Veneza por divulgar a ideologia de gênero, que sustenta a não existência de diferenças biológicas entre homens e mulheres, várias vezes criticada pelo Papa.
Após a divulgação da carta, assinada pelo membro da Secretaria de Estado do Vaticano Peter B.Wells, o porta-voz, Ciro Benedettini, emitiu um comunicado explicando que a resposta era “privada e não destinada à publicação” e lamentou que isto “infelizmente tenha acontecido”.
Além disso, segundo o comunicado, “em nenhum momento a carta aprova comportamentos e doutrinas que não estão conformes com o Evangelho”. “A bênção do Papa é à pessoa, e não às doutrinas que não estão conformes com a doutrina da Igreja, como a ideologia de gênero, e não cabe qualquer instrumentalização do conteúdo desta carta".

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