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8.01.2015

Dono da Friboi lembra de compra em Ponta Porã para criticar imprensa



Na época, ações da empresa chegaram a cair 18%




  • Wesley Batista, presidente do grupo JBS, que mantém várias unidades de

  • Negócios feitos em Ponta Porã, município de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai, levaram a JBS, dona da marca Friboi e maior empresa privada do Brasil na atualidade, a ser citada em suposto envolvimento na Operação Lava Jato, no fim de 2014. O episódio chegou a dar prejuízos à empresa e, agora, é usado pelo comando da corporação para criticar a imprensa brasileira.
    “O Brasil precisa de um amadurecimento, até da imprensa. Há uma imprensa cuidadosa, mas outra que emite opinião sem fatos e dados suficientes”, diz o presidente da empresa, Wesley Batista, em entrevista publicada pela BBC Brasil. Ele lembra de negociação de uma unidade em Mato Grosso do Sul para exemplificar casos em que “não dá para sair julgando”.
    “Fizemos um pagamento da compra de um frigorífico em Ponta Porã e um centro de distribuição no Paraná em uma conta, porque a pessoa mandou (fazer o depósito) contra ordem de terceiro. A conta estava no meio da Lava Jato. Foi um barulho (sem propósito)”, traz a entrevista. Após citar outro suposto negócio suspeito, segundo ele devidamente esclarecido, Batista conclui: “opinar quem fez e quem não fez na Lava Jato é para procuradores, juízes e investigadores”.
    A divulgação do suposto envolvimento da JBS na Lava Jato atingiu a empresa financeiramente. Em 22 de dezembro, as ações do grupo caíram 13%, conforme divulgou na época o site da Revista Veja, por exemplo, chegaram a despencar 18% e fecharam o pregão com queda de 8%, de acordo com o InfoMoney.
    Consta que a JBS, maior doadora de campanhas políticas no Brasil, depositou R$ 800 mil em conta de empresa ligada ao doleiro Alberto Youssef, pivô da Operação Lava Jato. Assim que a notícia foi divulgada, em dezembro passado, a empresa foi a público informar que os depósitos eram referentes à compra da unidade em Ponta Porã, outra em São José dos Pinhais (PR) e uma terceira em Itajaí (SC).
    Na entrevista à BBC, divulgada na sexta-feira (31), Batista diz que os objetivos da JBS com doações a campanhas políticas é “fazer um Brasil melhor”. Sobre o fato de doar a diferentes grupos políticos, fala que “ninguém quer ficar rotulado como ‘aliado’ ou ‘opositor’”.
    Além de Ponta Porã, a JBS mantém unidades de processamento de carnes em Anastácio, Campo Grande, Cassilândia, Naviraí e Nova Andradina, segundo informações disponíveis no site da companhia. Quando o assunto é aves, há também centros de abate em Caarapó, Dourados e Sidrolândia

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