webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br

9.20.2015

Até quando Gilmar vai abusar de nossa paciência?


Gilmar_Mendes79_Bocejo
Paulo Nogueira, via DCM em 17/9/2015
Cícero, numa de suas orações eternas, disse o seguinte a Catilina, uma ameaça à sociedade romana daqueles dias:
“Até quando você continuará a abusar de nossa paciência?”
Não há melhor frase que esta para os brasileiros dirigirem a Gilmar Mendes. Até quando ele continuará a abusar de nossa paciência?
O voto de cinco horas que ele deu ontem [16/9] na sessão do STF que discute financiamento de campanhas é algo que desmoraliza não apenas a ele próprio, mas à Justiça como um todo.
Gilmar, com o palavreado pomposo, vazio e cínico que o caracteriza, fez aquilo que um juiz jamais deveria fazer: política. Ele não se preocupa mais sequer em manter a aparência de isenção e apartidarismo.
Neste sentido, ele lembra o que aconteceu com a Veja, depois que a revista rompeu com qualquer pretensão de fazer jornalismo.
Gilmar usa o STF – para o qual foi indicado por FHC, não deve ser esquecido – para fazer política sem que tenha um único voto dos brasileiros. É, sob este ângulo, um usurpador.
Ele acha que pode tudo. Segurou, sem nenhum pudor, a votação no STF sobre financiamento por mais de um ano, com o mais longo pedido de vista da história da República. Teve a audácia, depois, de dizer que fora a “mão de Deus” que o levara a pedir vistas do processo.
Uma das melhores definições de seu voto veio de uma especialista na área, Márcia Semer, procuradora do Estado de São Paulo.
“Inacreditável”, disse ela em sua conta no Facebook. Ela desconstruiu o blábláblá de Gilmar com uma constatação: para falar aquilo que ele disse num voto interminável não era necessário sentar um ano em cima de um caso.
A procuradora acrescentou um adjetivo: “Lamentável”. Ela disse que esperava mais de Gilmar, mas só posso interpretar isso como ironia. De Gilmar não se pode esperar nada melhor.
Gilmar usou seu voto para criminalizar o PT, como de hábito. E para atacar outros alvos, como integrantes do próprio STF, a OAB e blogs que ousam ter ideias diferentes das suas e da plutocracia que ele representa.
Roma não tolerou tanto assim Catilina, para voltar a Cícero.
E Gilmar?
Num momento em que o país discute tanto a si próprio, seus colegas de STF têm a obrigação moral de se colocar diante de Gilmar. Calar, fingir que nada acontece, é apoiá-lo.
Lewandowski, como presidente, tem a responsabilidade maior aí. Ele viu do que Gilmar é capaz no final da sessão de ontem [16/9].
Tentou cassar a voz que Lewandowski dera a um advogado da OAB para que este pudesse responder a uma das acusações. Contrariado, levantou-se. Antes, deu uma carteirada ao dizer que ele podia falar por cinco horas – quando se estabelecerá um limite de tempo para votos – por ser do STF. Para o pobre advogado, o silêncio.
Muitos se perguntam como se poderia promover um impeachment no STF, por causa de Gilmar.
Se alguém já fez por merecer isso, o afastamento, é ele. Ele já abusou o suficiente de nossa paciência.
***
O VERDADEIRO TEMOR DE GILMAR MENDES
Luis Nassif, via Jornal GGN em 29/8/2015

A preocupação maior de Gilmar Mendes não vale R$100 milhões o suposto desvio de recursos públicos pelo PT –, mas R$10,5 milhões.
Trata-se da quantia exorbitante paga pelo Tribunal de Justiça da Bahia ao IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), para cursos para juízes e funcionários.
Como se recorda, o TJBA já estava na mira do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por irregularidades variadas. Pouco antes da primeira inspeção que constatou as irregularidades, contratou o IDP de propriedade de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), ex-presidente do STF e do CNJ.
O mesmo juiz incumbido de negociar com o IDP foi encarregado das viagens a Brasília para acompanhar os processos no CNJ.
O inquérito final do CNJ constatou uma relação enorme de irregularidades, do pagamento ilegal de precatórios gigantescos à compra de produtos e serviços sem a devida licitação. O IDP foi isento de licitação em um país que tem inúmeras faculdades de direito aptas a oferecer os mesmos cursos.
Dificilmente, o CNJ investirá contra a pessoa física de Gilmar. Mas não haverá como não investir contra a pessoa jurídica do IDP. Revelados os termos do contrato, há que se apurar se os trabalhos oferecidos justificariam os valores pagos. Não justificando, o CNJ tem a obrigação legal de pedir a restituição do que foi pago a mais. E muito provavelmente o pagamento do TJBA foi utilizado por Gilmar para comprar a parte de seu sócio no IDP.
As sucessivas declarações irresponsáveis de Gilmar, atacando o PT, visam apenas criar a blindagem, a possibilidade de se defender de uma possível ação do CNJ atribuindo-lhe um caráter político.
Leia também:
Vídeo: Depois de dar piti, OAB diz que Gilmar Mendes não é digno de ser ministro do STF
Gilmar Mendes é denunciado ao CNJ por favorecer familiares no TSE
Gráfica que Gilmar Mendes quer investigar prestou serviços ao PSDB
Gilmar Mendes, uma lebre no TSE e uma tartaruga no STF
Janot arquiva pedido de investigação de Gilmar Mendes contra Dilma e pede pacificação
Recordar é viver: PF flagra diálogo de Gilmar prometendo lobby para governador detido
Jornalista Luis Nassif processa ministro Gilmar Mendes do STF
Gilmar Mendes suspendeu decreto de Lula que dava posse de terras aos índios Guarani Kaiowá
Gilmar Mendes, o defensor-geral de bandidos
Reunião de Cunha, Mendes e Paulinho: Conspiração não entra em recesso
74% dos brasileiros são contra financiamento empresarial de campanhas
A dobradinha Gilmar Mendes-Eduardo Cunha
Financiamento público de campanha: #PanelaçoGilmarDevolva
Para entender a revista Época sobre Gilmar Mendes
#OsAntiPira: TSE aprova contas da campanha de Dilma
Para entender a estratégia Gilmar-Toffoli no TSE
Gilmar Mendes, o tucano de toga
A manobra de Gilmar Mendes
No STF, Gilmar Mendes tenta melar proibição de doações de empresas para partidos e candidatos
A vaquinha profana dos petistas e a Constituição
Bandeira de Mello: Impeachment no STF faria bem para o Brasil
Eduardo Campos e Aécio acionam Gilmar Mendes para “fechar” o Congresso
Documentos revelam participação de FHC e Gilmar Mendes no mensalão tucano
Gilmar Mendes e o pitbull da Veja
Para agradar Marina, PSB vai lançar candidato de faz-de-conta
Serra, Gilmar, Demóstenes e Dantas: Operação Banqueiro revela as duas maiores fábricas de dossiês do Brasil
Operação Banqueiro: “Sem Gilmar Mendes, Daniel Dantas não conseguiria reverter o jogo.”
Cadê o Gilmar Mendes: Médica cubana está em apartamento da Câmara e recebe vaquinha do DEM
Para Bandeira de Mello, declarações de Gilmar Mendes sobre doações são “escandalosas”
Solidariedade da esquerda é bem maior do que Gilmar “habeas corpus” Mendes
Cadu Amaral: As estranhezas de Gilmar Mendes e seus habeas corpus
CNJ vai enquadrar o “vestal” Gilmar Mendes
O verdadeiro temor de Gilmar Mendes
Paulo Moreira Leite: Gilmar Mendes não sabe o que diz ou não diz o que sabe
Gilmar Mendes, o vigilante da “vaquinha”, já contratou a si mesmo para dar aulas a seus subordinados
Dalmo Dallari sobre Gilmar Mendes: “Eu não avisei?”
Gilmar Mendes: Entre a ignorância e o preconceito
Breno Altman: Gilmar Mendes é o cão de guarda do conservadorismo
Jurista da USP detona liminar de Gilmar Mendes
O precedente perigoso aberto por Gilmar Mendes
A controversa carreira de Gilmar Mendes
Gilmar Mendes é um irresponsável, empenhado em gerar crises institucionais
Como e por que Gilmar Mendes e o PSDB mantêm Marcos Valério refém
Gilmar Mendes suspende decreto de Lula que dava posse de terras aos índios Guarani-Kaiowá
Gilmar Mendes: Juiz? Não, réu!
Lobão, Marina, Gilmar Mendes… Os 10 piores casos de complexo de messias em 2014
Paulo Moreira Leite: A chance perdida por Gilmar Mendes no caso da Petrobras
Gilmar Mendes, o Lobão do STF
Gilmar Mendes reafirma sua parceria com a Veja e suspende direito de resposta do PT
Em cinco atos, a justiça ilícita de Gilmar Mendes
Médico estuprador: “Estou tranquilo. Sou amigo do Gilmar Mendes.”
Gilmar Mendes justifica por que engavetou ação do financiamento de campanha

Nenhum comentário:

Postar um comentário