webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br

9.28.2015

ONGs elogiam metas do Brasil para clima



 BBC |

Plano de reduzir emissão de gazes de efeito estufa em 43% é bom


BBC
Anunciadas neste domingo (27) pela presidente Dilma Rousseff na ONU, as metas do Brasil para tentar frear o aquecimento global são positivas, segundo ambientalistas ouvidos pela BBC Brasil.
Dilma apresentou em Nova York o INDC do Brasil. A sigla designa os compromissos voluntários de cada país a serem levados à conferência da ONU em Paris, em dezembro, quando se buscará um acordo global contra as mudanças climáticas.
Entre os principais objetivos divulgados está o de reduzir em 37% as emissões de gases causadores do efeito estufa entre 2005 e 2025 e em 43% até 2030.


Presidente Dilma Rousseff durante coletiva de imprensa na ONU
Roberto Stuckert Filho/Presidência da República - 27.9.15
Presidente Dilma Rousseff durante coletiva de imprensa na ONU

Para Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima (rede que reúne ONGs ambientalistas), a meta brasileira é uma das mais ambiciosas apresentadas até agora.
"O Brasil deixou  o discurso de que somos um país em desenvolvimento e temos o direito de não poluir.."
Segundo Rittl, o Brasil é a primeira grande economia emergente a adotar uma meta absoluta de redução de emissões para toda a economia.
Ele diz, no entanto, que os números estão abaixo das possibilidades do país e das necessidades do mundo para limitar o aquecimento da atmosfera em até dois graus Celsius.
Rittl também afirmou que o governo ainda precisa definir o que a redução significa em toneladas de CO2.

Demandas antigas
A proposta brasileira para reduzir emissões no setor agropecuário também foi bem recebida. Dilma anunciou que o Brasil recuperará 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e conciliará atividades de lavoura e pecuária com a preservação florestal em 5 milhões de hectares.


Marina Piatto, da ONG Imaflora, diz que o compromisso de restauração quase cumpre a demanda prevista pelo Código Florestal, antiga bandeira dos ambientalistas.
Segundo ela, a integração de lavoura, pecuária e florestas também é positiva e fixa muito carbono que, de outra maneira, seria emitido na atmosfera.
Outros itens da proposta brasileira geraram reações entusiasmadas. Carlos Rittl diz que não houve novidades na meta de restaurar 12 milhões de hectares de floresta e que o governo não deixou claro se a recuperação se dará apenas com mata nativa ou poderá ser feita com espécies exóticas, como eucalipto.
Embora também absorvam carbono, plantações de eucalipto não são comparáveis a matas nativas em termos de biodiversidade, afirma Rittl.
Ele diz ainda que, mesmo que o governo recupere 12 milhões de hectares de florestas, o número é a metade das áreas privadas ilegalmente desmatadas que precisariam ser reflorestadas segundo o Código Florestal.
Outra meta conservadora e que ainda precisa ser esclarecida, segundo Rittl, é a de zerar o desmatamento ilegal. Dilma disse que a meta será atingida até 2030, mas um documento divulgado pelo governo cita 2025 como prazo.



Plano inclui ampliar para 23% a fatia da fontes renováveis (como a eólica) na produção de energia
PR
Plano inclui ampliar para 23% a fatia da fontes renováveis (como a eólica) na produção de energia

Alinhamento com políticas públicas
A proposta para reduzir emissões na geração elétrica também foi  bem recebida  por ambientalistas. Para Ricardo Baitelo, coordenador de Clima e Energia do Greenpeace, as metas de ampliar o uso das energias solar, eólica e de biomassa estão ao nível do ritmo de contratação deste ano.
Para conseguir cumprir os objetivos anunciados em Nova York, o governo terá de alinhá-los com as políticas que regem os investimentos no setor energético, entre os quais o Plano Decenal de Energia, que vigora até 2024.
Hoje, diz Baitelo, o plano decenal prevê um percentual menor de participação de fontes renováveis e biocombustíveis na matriz energética que o anunciado por Dilma.
As políticas atuais para o etanol, segundo ele, também conflitam com os objetivos recém-apresentados.
"Precisamos não só de um alinhamento quanto aos números propostos, mas de políticas públicas que permitam concretizar as ambições."

Nenhum comentário:

Postar um comentário