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9.15.2015

Servidores públicos em pânico com as medidas do governo

Adiamento provoca onda de terror

Representantes dos servidores federais reagiram imediatamente ao adiamento do pagamento do reajuste de 2016 em sete meses, de janeiro para agosto do próximo ano. As categorias já começaram a ser comunicadas oficialmente que o acordo em negociação atualmente só valerá para o segundo semestre de 2016. Com isso, entidades que já haviam aprovado o término da greve pensam em retomar a paralisação. E as que já estavam de braços cruzados planejam ampliar a mobilização.
Sérgio Ronaldo, da Condsef, criticou medidas anunciadas pelo governo
Sérgio Ronaldo, da Condsef, criticou medidas anunciadas pelo governo
O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva (foto), disse que o governo traiu os servidores, uma vez que o funcionalismo não tinha sofrido cortes profundos. “De todas as medidas anunciadas, sem dúvida os servidores foram mais atingidos. Acabar com o abono permanência é o fim. Não há quem queira ficar sem essa complementação. E adiar de janeiro para agosto o nosso aumento é uma situação lamentável”, destacou o dirigente.
Ele declarou que vai fazer uma avaliação com todas as entidades filiadas e convocar o fórum para definir novas medidas. Também não está descartada a retomada da greve, que tinha sido suspensa na semana passada, em ocasião pela assinatura dos acordos.
INSS SEGUE EM IMPASSE
Terminou sem acordo a reunião de ontem dos representantes dos servidores do INSS com o Ministério do Planejamento. Nova rodada de negociação está prevista para hoje. O impasse se concentra no pedido dos servidores no enquadramento de progressão de carreira, o que poderia gerar um gasto adicional de R$ 90 milhões ao governo.
REAVALIAÇÃO
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal informou à coluna que iria “digerir” todas as informações divulgadas ontem pelo governo federal. A partir de então iria analisar qual o impacto na campanha salarial e o que mudaria a partir do anúncio: “Vamos estudar quais as possibilidades de dialogar e nos pronunciaremos em breve”.
SITUAÇÃO COMPLICADA
Coordenadora geral da Fasubra, Léia de Souza Oliveira, disse que essas posições de recuo do governo vão complicar a assinatura do termo de acordo para o fim da greve. “Além de terem jogado para agosto um reajuste já rebaixado, o fim do abono de permanência vai retirar parte da remuneração de mais de 50% da categoria”.
ABONO PERMANÊNCIA
Professor da Academia do Concurso, Domingos Cereja concordou que o peso sempre cai “no colo do servidor”. “O corte do abono permanência é também muito preocupante. Podemos ter uma enxurrada de pedidos de aposentadorias, o que vai acarretar em um mau funcionamento do serviço público.”
PIORA NO QUADRO
Cereja destacou que os anúncios são um sinal de alerta: “A questão do INSS, por exemplo, é uma das reivindicações dos servidores é a abertura de concurso público. Se aprovarem o fim do abono permanência, boa parte vai entrar com pedido de aposentadoria e o déficit dos serviços do INSS pode piorar”, destacou o especialista.
REDUÇÃO NOS POSTOS
Com a suspensão dos concursos públicos em 2016, nos Três Poderes, o especialista acredita que em algum momento essa decisão será revista. Uma vez que áreas como Segurança e Saúde não podem ser afetadas. Segundo o governo, concursos de 2015 estão mantidos.

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