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10.03.2015

Onze linhas de ônibus (RJ) serão extintas neste sábado. Veja roteiros

Na véspera da mudança, cariocas criticavam desinformação

Gustavo Ribeiro
Rio - Começa neste sábado a revolução dos ônibus na cidade, mas muita gente ainda está perdida. Seis linhas que iam direto da Barra, do Recreio e de Vargem Grande (Piabas) para o Centro, passando pela Zona Sul, não existem mais desde o início da madrugada. Também estão extintas cinco linhas que saíam desses bairros para a Gávea e para o Leme. Ontem, véspera das mudanças, passageiros reclamavam de falta de informação. A prova de fogo será na segunda-feira.
Foto: Arte O Dia
A maioria dos passageiros ainda se pergunta o que vai mudar. Inicialmente, a rotina. Isso porque, para chegar ao Centro, da Zona Oeste, apreciando a vista do mar, agora é necessário pegar dois ônibus em vez de um. O mesmo será para percorrer o caminho inverso. Por isso, foram criadas quatro linhas (integradas), duas partindo do Alvorada, uma do Recreio e outra de Vargem Grande, todas com destino ao Shopping RioSul, em Botafogo, ponto final das novas integrações.
Ao descer no shopping, o passageiro que quiser seguir para o Centro pode pegar a segunda condução ali mesmo. A prefeitura recomenda que seja utilizada a quinta linha criada hoje: a Troncal 1, que ligará a Praça General Osório à Central do Brasil, via Avenida Nossa Senhora de Copacabana e Aterro do Flamengo. A baldeação no sentido Zona Oeste será em frente à Casa Daros, do lado oposto do RioSul, na Avenida Lauro Sodré. Os usuários do Bilhete Único não sairão no prejuízo com a segunda passagem.
Em entrevista coletiva no início da semana, o subsecretário de Planejamento da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), Alexandre Sansão, prometeu que a espera pelo ônibus de integração no RioSul não vai demorar mais do que cinco minutos. Conforme a SMTR vinha divulgando, o objetivo da racionalização é acabar com a sobreposição das linhas, a disputa por passageiros nos pontos e, assim, garantir mais fluidez no trânsito e menos tempo de viagem. Cerca de 700 coletivos vão sumir das ruas até março, quando o processo deve ser finalizado.
Quem vem do Centro com destino à Zona Oeste terá de trocar de condução nesta calçada, em Botafogo, único ponto sinalizado nesta sexta-feira
Foto: João Laet / Agência O Dia
‘Segunda-feira vai ser uma confusão’, diz passageira

“Mentira que vão acabar?!”, exclamou ontem, surpresa, a assessora parlamentar Luana de Paula, 33, ao saber que linhas que costuma usar seriam extintas. Ela estava em um ponto movimentado da Avenida Rio Branco, à tarde, onde a 314 (Central-Barra) e a 318 (Barra Sul-Castelo), atingidas pela racionalização, embarcavam e desembarcavam passageiros. Não havia informação. “Segunda-feira vai ser uma confusão, porque ainda não vi divulgação nos ônibus ou pontos”, disse Luana, que também costumava usar a 382 (Carioca-Piabas). “Para quem não tem Bilhete Único vai sair mais caro”, reclamou.
A fim de evitar que os passageiros tenham gastos com a baldeação, a RioCard vai disponibilizar vendedores do Bilhete Único Carioca (BUC) nos pontos do RioSul e da Casa Daros a partir de hoje. O cartão custará R$ 4,40 e vem com uma passagem (R$ 1 equivale ao preço do cartão). Nesses locais, também serão colados cartazes indicando os pontos de recarga próximos aos destinos das respectivas linhas. O BUC permite a integração entre dois trajetos, no intervalo de duas horas e meia, por R$ 3,40.

Luana e Leonardo serão ‘viúvos’ da 314 e da 318, linhas extintas hoje, e reclamam que foram pegos de surpresa pelas alterações
Foto: João Laet / Agência O Dia
O DIA esteve, também ontem à tarde, no ponto final do 332 (Alvorada-Castelo). Dos três ônibus parados lá, nenhum tinha cartaz informativo, nem panfletos estavam sendo distribuídos. “Ainda não vi divulgação oficial e não estava sabendo das mudanças”, afirmou o estudante Leonardo Amaral, 23 anos, passageiro da 314 e da 318.
O Rio Ônibus informou que 100 mil panfletos estão sendo distribuídos em pontos-chave e que cartazes informativos teriam sido colados em todos os ônibus das linhas alteradas. “Essa operação é maleável e dinâmica, podendo ser reforçada em alguns pontos em função da demanda ao longo dos dias”, acrescentou o sindicato em nota.

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