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11.19.2015

“A única condição que tenho para voltar é que tentem destruir tudo o que nós construímos”

Lula admite ser candidato à sucessão de Dilma Rousseff

Ex-presidente nega fazer pressão para substituir Joaquim Levy por Henrique Meirelles

O Dia
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu concorrer à Presidência da República nas eleições de 2018. Em entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila, da Globo News, Lula disse que poderá entrar na corrida pela sucessão da presidenta Dilma Rousseff, caso o projeto de governo construído ao longo dos últimos 12 anos corra risco de acabar. “A única condição que tenho para voltar é que tentem destruir tudo o que nós construímos”, afirmou.
Em entrevista à GloboNews, Lula disse que diálogo entre governo e oposição depende da presidenta Dilma
Foto: Roberto Stuckert Filho
Na entrevista, Lula negou defender a troca do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. “O Levy e o ministro da Fazenda são um problema da presidenta Dilma. Você sabe por que eu fiquei cinco anos sem dar entrevista? É porque um ex-presidente precisa tomar muito cuidado para não dar palpite. É como se um ex-marido fosse aconselhar o atual marido a como cuidar da mulher. O ex-presidente não pode agir assim”, afirmou Lula.
O ex-presidente defendeu as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo federal. Para ele, a presidenta Dilma “está certa” ao propor o ajuste. Mas criticou o fato de o Congresso ainda não ter aprovado o pacote.“A Dilma está certa em fazer o ajuste. O que está errado é que está demorando demais. E não é culpa dela”, disse Lula.
Em sua avaliação, o país passa por “uma crise política muito séria”. “Há uma confrontação de um ano entre Legislativo com o Executivo”, afirmou. Para Lula, “os líderes partidários não têm a força que parecem ter” e, por isso, o ajuste não é aprovado. “Os presidentes não mandam mais nos partidos, os líderes também não”, observou.
Na entrevista, Lula disse ainda que o diálogo do governo com a oposição depende da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, cabe ao governo liderar essa iniciativa. “A gente pode se encontrar e conversar”, afirmou. “Se tiver assunto para conversar e a presidente da República disser assim: ‘vou convidar os ex-presidentes para discutir’”, acrescentou.
Lula também defendeu a necessidade levar uma “proposta concreta” e de “certo respaldo” para a negociação. “Se você conversar uma vez e não tiver uma proposta concreta, você desmoraliza a proposta política”, observou.
Para que ex-presidentes, como o tucano Fernando Henrique Cardoso, sejam chamados para conversar, Lula diz que é preciso saber se eles têm procuração dos partidos para falar.O ex presidente disse que é importante que “nós pactuássemos uma saída para esse país’ e apontou como problema “uma confrontação de um ano entre o Legislativo e o Executivo”.

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