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11.08.2015

Aécio cedeu aviões oficiais do governo de Minas Gerais a celebridades

Aeronaves fizeram 198 voos sem tucano ou agentes públicos autorizados pela lei

Informações oficiais do governo de Minas Gerais obtidas pela "Folha de S.Paulo" neste domingo (8) mostram que o senador Aécio Neves (PSDB), governador do estado entre os anos de 2003 e 2010, cedeu aviões a políticos e celebridades, algo que a legislação sobre o uso das aeronaves não prevê.
Nos oito anos em que governou o estado de Minas, Aécio cedeu aviões públicos para 198 voos em que não estavam nem ele próprio nem agentes públicos autorizados pela lei. Amigo de Aécio, o apresentador Luciano Huck fez uso das aeronaves por duas vezes. Os deslocamentos foram para gravações do programa "Caldeirão do Huck". Num dos voos estava a dupla Sandy & Júnior.
Aécio Neves governou o estado entre 2003 e 2010 e cedeu aeronaves oficiais para pelo menos 198 voos
Aécio Neves governou o estado entre 2003 e 2010 e cedeu aeronaves oficiais para pelo menos 198 voos
Entre os beneficiados, estão ainda José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, da Globo; os atores José Wilker e Milton Gonçalves; o então presidente do grupo Abril, Roberto Civita, e sua mulher e o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, que também fez uso por três vezes de helicópteros oficiais para viagens tanto dentro de Belo Horizonte quanto para São Paulo e Rio.
Sucessor de Aécio, o tucano Antonio Anastasia, que governou Minas entre 2011 e 2014, cedeu aviões oficiais para pelo menos 60 voos. Ricardo Teixeira aparece novamente na lista.
A legislação mineira estabelece que "a utilização das aeronaves oficiais será feita, exclusivamente, no âmbito da administração pública estadual (...) para desempenho de atividades próprias dos serviços públicos e (...) destinam-se ao transporte do governador, vice-governador, secretários de Estado, ao presidente da Assembleia Legislativa e outras autoridades públicas ou agentes públicos, quando integrantes de comitivas dos titulares dos cargos".
Em resposta, a assessoria de Aécio Neves afirma que os voos atendiam à divulgação de um roteiro turístico do estado de Minas. A Globo informou ao jornal que as viagens de Huck se tratavam de um acordo de "facilidades de produção". Boni disse que pegou uma carona com o então governador, que estava a caminho do Rio de Janeiro.

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