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11.27.2015

Delcídio diz à PF que não procurou ministros do STF para falar de Cerveró

Ele afirmou à polícia que falar com os ministros seria 'infrutífero'.
Globo News teve acesso ao depoimento que o senador deu nesta quinta.

Andreia Sadi 
Da GloboNews, em Brasília
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) disse em depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (26) que não procurou ministros do Supremo Tribunal Federal para tratar sobre o caso de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrorbas preso pela Operação Lava Jato. O senador relatou que tinha dito ao filho de Cerveró, para confortá-lo, que procuraria os ministros, mas não fez isso porque, segundo Delcídio, seria infrutífero. A GloboNews teve acesso ao depoimento dado por Delcídio aos policiais. 
O senador foi preso nesta quarta-feira (27), em Brasília, sob a acusação de estar atrapalhando as investigações da Lava Jato. Uma gravação de conversa telefônica entre Delcídio e Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, serviu de base para a Procuradoria-Geral da República pedir a prisão.
Na gravação, Delcídio fala que vai procurar políticos e ministros do STF para tentar influir no caso de Cerveró. A conversa mostra também que o senador oferece R$ 50 mil mensais para a família do ex-diretor em troca de Cerveró não citar Delcídio em depoimento de delação premiada. Além disso, o senador oferece uma rota de fuga para Cerveró, que passaria pelo Paraguai até chegar à Espanha.
No depoimento aos policiais, Delcídio (ex-PSDB), que já ocupou cargo executivo na Petrobras, disse que conhece Cerveró desse período.em que foi diretor  da Petrobras na mais importante diretoria (petróleo e gas) no governo Fernando Henrique.

Advogado de Nestor Cerveró é preso ao desembarcar no Rio

Edson Ribeiro, que defendeu Cerveró, teve prisão decretada nesta quarta.
Ele foi para os EUA, e a inclusão na Interpol é requisito para a prisão.

Do G1 Rio
Edson Ribeiro (Foto: Reprodução/Rede Globo) 
Edson Ribeiro defendeu Nestor Cerveró (Foto: Reprodução/Rede Globo)
Edson Ribeiro, advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, foi preso na manhã desta sexta-feira (27) no Aeroporto Tom Jobim, Zona Norte do Rio, logo após chegar de um voo de Miami (EUA).
Segundo a Procuradoria Geral da República, Ribeiro fez parte do esquema para tentar interferir nas investigações da Operação Lava Jato, do qual fariam parte ainda o senador Delcídio do Amaral e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.
O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a inclusão do nome do advogado  na difusão vermelha da Interpol, que permitiria que Edson fosse preso em fronteiras ou no exterior.

Ribeiro chegou a ser localizado nos Estados Unidos na quarta, mas não foi detido porque era aguardada a decisão do Supremo sobre a inclusão do nome na lista.
Edson Ribeiro é suspeito de ter atuado para ajudar o senador Delcidio do Amaral, líder do governo no Senado, a tentar prejudicar acordo de delação premiada entre Cerveró e o Ministério Público Federal. Ou, caso o acordo fosse firmado, impedir que o ex-diretor citasse o nome do parlamentar e do empresário André Esteves, que foram presos nesta quarta.
Site da Interpol usa foto do advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, e diz que ele é procurado pela Justiça brasileira (Foto: Reprodução) 
Site da Interpol usa foto do advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, e diz que ele é procurado pela Justiça brasileira (Foto: Reprodução)
Relatório da PGR
O pedido de prisão do advogado consta em um o relatório da Procuradoria Geral da República, que também solicitou a prisão do senador Delcídio do Amaral e de Esteves.
Em diversos trechos, o documento aponta supostas tentativas de Delcídio de “embaraçar as investigações”. Fala em “atuação concreta e intensa” do senador e do banqueiro para evitar a delação premiada de Nestor Cerveró, “conduta obstrutiva” e “tentativa de interferência política em investigações judiciais”. A PGR afirma que os R$ 50 mil mensais prometidos a Nestor Cerveró seriam repassados à  família do ex-diretor mediante um “acordo dissimulado” entre o advogado Edson Ribeiro e o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves.
Ainda conforme o relatório da PGR, parte dos valores prometidos a Cerveró seria repassada a partir de honorários advocatícios pagos por André Esteves, ao advogado Edson Ribeiro.
O senador Delcídio do Amaral  também teria prometido a Ribeiro, segundo o documento da PGR, mais R$ 4 milhões em honorários advocatícios.
O relatório foi baseado em gravações realizadas por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, de duas reuniões recentes – realizadas nos dias 4 e 19 de novembro – com a participação de Delcídio Amaral e André Esteves.

2 comentários:

  1. Anônimo9:50 AM

    Como será que a Globo News obteve estas informações? Será que foi o Japa bonzinho(Newton ou Milton))

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  2. Anônimo10:09 AM

    Agora me conta uma coisa, como o Delcídio iria esconder o Cerveró na Espanha. Com aquela carinha seria fácil descobrir.

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