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11.19.2015

Estado de emergência prorrogado na França


O Parlamento francês aprovou hoje o prolongamento do estado de emergência, por três meses, na sequência dos atentados terroristas da última sexta-feira em Paris.
O presidente François Hollande estabeleceu o estado de emergência pouco depois dos atentados, que deixaram 129 mortos.
 
Mais ataques são prováveis, adverte diretor da Europol
O diretor da Europol, Rob Wainwright, advertiu hoje, em Bruxelas, que é "provável" que haja novos atentados na Europa, que assistiu na sexta-feira em Paris a um ataque sem precedentes, e enfrenta hoje "a maior ameaça terrorista" dos últimos 10 anos.
- Vamos ser muito claros sobre o significado do que aconteceu em Paris na última sexta-feira à noite: a meu ver, representa uma escalada muito séria na ameaça terrorista que enfrentamos na Europa. É a primeira vez que testemunhamos na região um ataque ao estilo de Bombaim, com tiroteios indiscriminados em locais públicos, combinados com homens-bomba - disse Wainwright.
Ao falar à Comissão de Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos do Parlamento Europeu, o diretor do Serviço Europeu de Polícia observou que o que se passou em Paris "é algo que as autoridades européias receavam desde o ataque em Bombaim, em 2008".
- A realidade do que ocorreu em Bombaim aconteceu agora na Europa - afirmou, referindo-se aos 10 atentados sincronizados que atingiram a capital financeira da Índia em novembro de 2008, fazendo 195 mortos.
Considerando que os ataques de Paris, que deixaram 129 mortos, são também a prova da firme intenção do autoproclamado Estado Islâmico de "exportar a sua marca de terrorismo para a Europa", o diretor voltou a chamar a atenção para "a forma mais sofisticada e ameaçadora de terrorismo" que representa essa organização de radicais islâmicos.
- Estamos a lidar com uma organização terrorista com muitos recursos e muito determinada, que está agora ativa nas ruas da Europa. É por isso razoável assumir, e sem exageros, que mais ataques são prováveis, e penso que esta é a maior ameaça terrorista que a Europa enfrenta nos últimos 10 anos - acrescentou.
 
Polícia belga faz novas buscas em vários pontos de Bruxelas
A polícia belga realizou hoje sete operações de buscas antiterroristas em diferentes pontos da cidade de Bruxelas, uma das quais diretamente relacionada com os ataques terroristas de sexta, anunciou a Procuradoria Federal.
A operação, conduzida em Laeken, faz parte do inquérito relacionados com os atentados de Paris e resultou na identificação de uma pessoa, a ser ouvida. Essa pessoa pode ser considerada suspeita ou testemunha, disse o porta-voz da procuradoria.
As buscas, que tiveram lugar em Bruxelas, Jette, Uccle e Molenbeek, envolveram amigos e membros da família de Bilal Hafdi, um dos terroristas que se fez explodir nas imediações do Stade de France, acrescentou o porta-voz. Acrescentou no entanto que as últimas operações não estão diretamente relacionadas com os atentados de sexta-feira passada, que provocaram 129 mortos. As operações estavam previstas há algum tempo, no quadro de um outro inquérito.
 
Síria não é "incubadora" do Estado Islâmico, diz Bashar Al Assad
O presidente sírio Bashar Al Assad declarou, nessa quarta-feira, que o seu país, devastado pela guerra, não é a "incubadora" do grupo Estado Islâmico, culpando o ocidente pela criação de organizações jihadistas.
- Posso afirmar que o EI não tem uma incubadora natural, uma incubadora social, na Síria - disse o presidente, em entrevista à emissora de televisão italiana RAI.
O treinamento de jihadistas na Síria para os ataques de Paris foi feito devido ao apoio da Turquia, Arábia Saudita e do Catar "e, claro, das políticas ocidentais que apoiaram os terroristas de diferentes modos", acrescentou.
Segundo ele, o Estado Islâmico "não começou na Síria, começou no Iraque e, antes disso, no Afeganistão". Bashar Al Assad citou o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, que afirmou que "a guerra do Iraque ajudou a criar o Estado Islâmico". A confissão de Blair "é a prova mais importante", afirmou.
Mais de 250 mil pessoas morreram no conflito na Síria e milhões fugiram, à medida que o Estado Islâmico assumiu o controle de vastas áreas dos territórios sírio e iraquiano, geridas sob severa interpretação da lei islâmica.
Assad defendeu que não pode haver qualquer calendário de transição para as eleições enquanto partes do país estiverem controladas por rebeldes.
- Esse calendário se inicia depois de começarmos a vencer o terrorismo. Não se pode conseguir nada em termos políticos enquanto houver terroristas a se apoderar de muitas áreas na Síria - disse.
Depois disso, "um ano e meio, dois anos são suficientes para qualquer transição", comentou.
 
Turquia pede frente unida de países muçulmanos contra EI
O presidente turco, o conservador Recep Tayyip Erdogan, apelou hoje à união de todos os países muçulmanos contra o grupo radical Estado Islâmico, para que os jihadistas não continuem a fazer atentados como os de Paris.
- Condeno sem reservas os terroristas que creem na mesma religião que eu e apelo a todos os dirigentes dos países muçulmanos que criem uma frente unida. Se não o fizermos, aqueles que atingiram Ancara atacarão em outros locais, como fizeram em Paris - declarou Erdogan em discurso em Istambul, durante um fórum sobre energia.
Erdogan insistiu na necessidade "de o mundo inteiro cooperar para adotar uma posição que impeça" os terroristas de "baterem em outras portas".
- Se o aumento do fanatismo na Europa não for contido, acontecerão novas calamidades - disse.
A Turquia foi, durante muito tempo, acusada de ser complacente ou até mesmo de ajudar os grupos rebeldes que combatem o regime de Damasco.
Sob pressão de aliados e após uma série de atentados atribuídos aos jihadistas em seu território, o governo turco mudou de posição e, desde o verão, juntou-se à coligação internacional que bombardeia o Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
Depois do atentado em Ancara, em 10 de outubro, que deixou 103 mortos, os turcos têm intensificado as operações nas áreas jihadistas.
 
Jihadistas tinham planos contra cúpula do G20, mostra investigação
A célula jihadista do Estado Islâmico, que causou a morte de 102 pessoas em outubro, num duplo atentado suicida em Ancara, na Turquia, tinha planos contra a cúpula do G20, que terminou segunda-feira em Antalya (Turquia).
A investigação nos computadores que a polícia encontrou nas casas dos jihadistas vinculados ao atentado de Ancara apontava para o fato de o encontro do G20 ser um alvo e de que o grupo tinha "feito explorações" nos hotéis onde os líderes mundiais estiveram hospedados.
Os planos contra a reunião dos líderes mundiais foram encontrados no computador de Yunus Durmaz, procurado pela polícia e considerado um dos cérebros do atentado de Ancara, de acordo com o diário turco Hurriyet.
As forças de segurança também encontraram na casa de Durmaz, em Gaziantep, cidade próxima à fronteira com a Síria, um depósito de armas.
A documentação recolhida revelou também que os jihadistas tinham estabelecido 26 objetivos em 18 províncias turcas, entre os quais a comunidade judia e grupos turcos de esquerda.
Por causa desses indícios, foram tomadas medidas adicionais de segurança em Antalya, para onde foram destacados 12 mil policiais.
 
Marine Le Pen defende controle de fronteiras européias para combater terrorismo
A presidente da Frente Nacional francesa, Marine Le Pen, defendeu hoje o restabelecimento do controle das fronteiras européias e a expulsão dos estrangeiros conhecidos como radicais islâmicos como a grande prioridade na luta contra o terrorismo.
"Há 12.700 pessoas identificadas por radicalização islâmica" pelos serviços secretos, das quais "6 mil potencialmente muito perigosas", de modo que é preciso expulsar os estrangeiros e fazer o mesmo com os que têm dupla nacionalidade, depois de lhes retirar a nacionalidade francesa, afirmou Le Pen, em entrevista à Rádio França Internacional.
A líder da Frente Nacional lembrou que "não existem meios para vigiar todas essas pessoas", como forma de justificar as expulsões. "Antes de tudo, temos de recuperar o controle das nossas fronteiras", disse.
 
Obama anuncia que vetará limitações à entrada de refugiados sírios no país
A Casa Branca anunciou nessa quarta-feira que o presidente Barack Obama vai vetar qualquer projeto de lei que limite a entrada de sírios no país. O anúncio foi feito mediante a possibilidade de a Câmara dos Deputados norte-americana votar, ainda nesta semana, resolução para bloquear a decisão de Obama de acolher 10 mil refugiados daquele país até o ano que vem.
Como a maioria no Congresso é republicana e há aproximadamente 26 estados declaradamente contrários à entrada de sírios, a expectativa é de que restrições possam ser aprovadas. O posicionamento contrário à acolhida dos refugiados aumentou depois dos atentados de sexta-feira, porque um dos terroristas teria entrado na França como refugiado.
Apesar disso, porta-vozes e o próprio presidente Obama já reiteraram que não mudarão os planos de acolher mais refugiados.
"Para atender às vidas em jogo, pela importância dos nossos parceiros do Oriente Médio e da Europa e pela liderança norte-americana na abordagem da crise de refugiados da Síria, se o presidente for confrontado com a aprovação do Projeto de Lei 4.038, ele irá vetá-lo", informou a Casa Branca.
Ontem de manhã, Obama havia criticado o que chamou de "histeria" doméstica nos EUA, sobre o temor da entrada desses refugiados. "Não tomamos boas decisões baseadas na histeria e no exagero dos riscos", afirmou. O presidente criticou os adversários políticos ao dizer que eles, "aparentemente, têm medo das viúvas e órfãos que chegam ao país".
A decisão sobre a acolhida aos refugiados foi tomada em setembro deste ano, após pressões da comunidade internacional sobre a Casa Branca devido ao agravamento da crise na Síria e da emigração em massa de sírios para a Europa.
 
Sérvia e Macedônia filtram entrada por nacionalidade
A Sérvia e a Macedônia limitam a passagem dos migrantes em seu território em função da nacionalidade, deixando entrar apenas sírios, iraquianos e afegãos, informou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
- Desde ontem à tarde, as autoridades sérvias somente autorizam a entrada no país dos refugiados procedentes do Afeganistão, da Síria e do Iraque - disse a porta-voz do Acnur, Melita Sunjic.
A vizinha Macedônia também seleciona os migrantes que chegam da Grécia, tendo criado uma lista de países cujos cidadãos não podem passar (Marrocos, Sri Lanka, Sudão, Libéria, Congo e Paquistão), acrescentou.
Ao entrar na Sérvia, na região de Miratovac (Sul), os migrantes devem apresentar os documentos de identidade ou fornecidos pelas autoridades gregas ou da Macedônias que provem a sua identidade.
Segundo um repórter fotográfico da agência France Press, cerca de 300 migrantes aguardavam, hoje de manhã, a passagem da Grécia para a Macedônia, em Gevgelija. Forças policiais estão posicionadas ao longo da fronteira.
Desde o início do ano, mais de 800 mil migrantes chegaram à Europa pelo mar, muitos por meio dos Balcãs, a maioria procedentes do Oriente Médio.
 
Canadá garante que é "parceiro forte" dos EUA no combate
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou hoje que se mantém como "parceiro forte" na luta internacional contra o Estado Islâmico, sem reverter a decisão de acabar com os ataques aéreos no Iraque e na Síria.
"O Canadá deve e vai continuar a ser um forte parceiro da coligação" internacional contra os jihadistas do Estado Islâmico, disse Trudeau, após encontro com o presidente norte-americano, Barack Obama, paralelamente a uma cúpula econômica em Manila, nas Filipinas.
Justin Trudeau, que surpreendeu ao vencer as eleições legislativas em outubro passado, prometeu acabar com as missões de combate, limitando-se a participar com ações de ajuda humanitária e de formação no Iraque.
O novo primeiro-ministro canadense tinha informado recentemente a Obama que o seu governo iria encerrar os ataques aéreos no Iraque e na Síria contra o Estado Islâmico sem, no entanto, revelar a data de adoção da medida.
O Canadá bombardeou várias posições do grupo no Iraque desde outubro de 2014 e estendeu esses ataques à vizinha Síria em abril deste ano.
A Força Aérea canadense disponibilizou seis caças F-18 para participar da coligação internacional, dois aviões de vigilância Aurora, um avião de reabastecimento de aeronaves e voo e dois de transporte.
Cerca de 600 soldados canadenses encontram-se no Kuwait, em apoio logístico.
Além disso, mais de 70 integrantes das forças especiais canadenses estão, desde setembro de 2014, a auxiliar as forças curdas no Norte do Iraque. Um soldado foi morto em março, devido a um erro de alvo das milícias curdas.
 
Com informações da Agência Brasil, citando a Lusa 19/11/2015 - 10:44:26

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