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11.22.2015

‘Nossa trajetória é saquear ainda mais o país ’, define Moreira Franco (gato angorá)

#somostodosidiotas. Entrevista com o ex governador do Rio, que disse que ia acabar com a violência em 6 meses.

Duro nas críticas ao governo de Dilma Rousseff, do qual fez parte, ele sentencia o período atual como o 'da mais grave crise econômica da História do Brasil'

O Dia
Rio - Ex-ministro da Aviação Civil do governo Dilma Rousseff, Moreira Franco é um dos articuladores do que chama de “Plano Temer”, em referência ao vice-presidente da República, Michel Temer. Presidente da Fundação Ulysses Guimarães (FUG), o braço acadêmico do PMDB, foi ele um dos mentores do documento “Uma Ponte Para o Futuro”, distribuído aos peemedebistas e que faz duras críticas ao governo da petista. Na última semana, a FUG organizou congresso em Brasília, que não contou com os nomes do PMDB no Rio e que teve vaias ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Ao DIA, Moreira Franco diz que seu partido está “à procura da solução do Brasil”.
ODIA: Qual avaliação o senhor faz do encontro da Fundação Ulysses Guimarães? Ele seria em setembro, mas foi adiado para novembro por alguma mudança no contexto político do país?
MOREIRA FRANCO: - Não, o contexto não mudou. Em setembro, outubro, novembro, é o contexto da mais grave crise econômica da História do Brasil. O papel do PMDB é ter uma proposta para tirar o país dessa crise. Não vamos nos deixar envolver por essa briga política entre o presidente da Câmara e a presidenta da República, um querendo impedir e pichar o outro. Ficam fazendo acordos e desacordos; não vamos topar isso. Queremos encontrar solução para milhões de brasileiros que estão sofrendo na carne os erros cometidos na política econômica. O desemprego vai bater dois dígitos, a inflação já bate dois dígitos.
Não queira me colocar contra o Eduardo Cunha, porque eu não vou entrar nessa história', diz ex-ministro sobre o presidente da Câmara
Foto: Agência Brasil
Mas o PMDB faz parte do governo, com a vice-presidência da República, há 5 anos. Hoje tem o maior número de ministérios da Esplanada. O partido não tem nenhuma responsabilidade ?
Do ponto de vista político, é inegável que o PMDB tem alguma responsabilidade. Afinal, esteve aliado ao governo nas duas últimas eleições. Mas o partido jamais participou da formação da política econômica, seja nos acertos ou nos erros. Essa que é a questão: o Rio de Janeiro, por exemplo, vai ter aumento substancial do desemprego, não por política, mas por economia. Itaboraí, Macaé, vivem momentos dramáticos, ainda mais por conta do escândalo de corrupção desenfreada na Petrobras, que nos envergonha a todos.
Escândalo este, aliás, que tem o presidente da Câmara Eduardo Cunha, do seu partido, como um dos seus protagonistas. Como o senhor avalia a situação dele? (Dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal estão investigando o peemedebista, que também é alvo de processo de cassação no Conselho de Ética)
Corrupção não é uma questão política, é roubo. É tratar mal a coisa pública. Não é política, é delito, ilícito, questão policial. A Constituição, fruto do trabalho do PMDB, estabelece procedimento de investigação do crime, com as atribuições de quem deve tocar o processo de investigação, com o direito de resposta do acusado e do investigado. Então, como no caso do presidente da Câmara, como uma dezena de outros funcionários da Petrobras, políticos são investigados. E o partido, como no passado, apoia essas instituições. Tenho certeza que aqueles que são investigados vão ter suas punições, como no caso do mensalão.
Cunha foi vaiado no congresso da FUG, um evento do próprio partido. A situação dele é insustentável?
Não posso interpretar vaia, porque ela não se interpreta, se ouve. Não queira me colocar contra o Eduardo Cunha, porque eu não vou entrar nessa história.
O documento Uma Ponte para o Futuro é o começo do desembarque do PMDB do governo Dilma?

Primeiro, nós vamos definir uma trajetória, e nossa trajetória é o ‘Plano Temer’. Depois, como vamos implementar o ‘Plano Temer’, aí que entraremos na arena da política. Por enquanto, não é questão política, não estamos discutindo isso. Eu já lhe disse que essa questão só será debatida quando tivermos maioria interna e na sociedade sobre qual caminho que nós vamos seguir. Não vamos prejudicar o povo nesse ‘tititi’ que não leva a lugar nenhum.
Mas falar em Plano Temer não seria falar em política? Seria a saída da presidenta?
Estamos cuidando da questão econômica. Como acabar com a inflação, como equilibrar as contas públicas, como salvar a previdência. Depois, com uma maioria no Congresso, veremos isso. Veja os números da economia brasileira: de março para cá, nada melhorou. Vamos ter 3% de Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem. Depois de 1930 nunca vivemos isso

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